26/06/2009

E assim passam os dias

Por Carlos Bregantin.

Repasso este e-mail que recebi hoje cedo e que me fez pensar sobre encontros e despedidas, relacionamentos, comunhão enfim a "vida abundante" em detrimento a vida corrida que levamos as vezes sem valorizar o principal que são as pessoas. As vezes os abraços são curtos, as celebrações acompanhadas pelo olhar contínuo no relógio, pois aquilo que chamamos "vida" tem pressa e muitas vezes não tem tempo para o próximo.

Um abraço a todos os que que acompanham este blog.
Claudinho.


Ontem ( 24/06 ) e hoje ( 25/06 ) , estão sendo daqueles dias difíceis. Ontem, fomos eu e a Lau prestar nossa reverencia à memoria de uma amiga de infância, a Rosalia, 44 anos, que Deus decidiu recolher para si. Fiz o casamento da Rosalia com Roberto a 20 anos.

Hoje ( 25/06 ), logo cedo, fui ao encontro de um dos meus concunhados, o Wilson, pois, sua mãe, a Dona Helena Fernandes, 82 anos, também foi recolhida pelo Senhor, provavelmente durante a madrugada. Ela morava sozinha, depois de ter enviuvado e casado seus 7 filhos. Todos meus amigos de infância.

A casa da Dona Helena, era uma das que eu frequentava na minha adolescência, e, hoje, quando cheguei e a vi sem vida, claro, repassei em minha mente toda trajectória dela e de nós todos que naqueles dias vivíamos todos juntos.

A Rosalia foi sepultada hoje ( 25/06 ) pela manhã e a Dona Helena será sepultada amanhã, hoje ( 26/06 ) às 10H00.

Registro aqui, minhas homenagens reverentes a estas duas mulheres que ao tempo de cada uma, fizeram valer a existência.

Aos familiares, minha oração ao Eterno, pois, só dEle vem o consolo e o revigoramento para continuar na jornada diária.

Claro, é óbvio, estou aqui escrevendo e perguntando o que é que de fato vale a pena?

O que de fato da significado à existência?

Vivendo ainda a alegria dos 80 anos do meu pai, comemorados no ultimo fim de semana, aqui em minha casa.

Lembrando dos mais variados encontros que aconteceram nestas comemorações, isto é, mesmo sendo família a maioria dos que participaram, o fato é que, alguns não se viam a anos.

Durante todo o dia de sábado, passaram pela minha sala, mais de 80 pessoas e o que testemunhei foram os abraços, beijos, sorrisos e lágrimas de alegria a medida que íamos intercalando as conversas, o repartir da mesa farta, com palavras de homenagens ao meu velho.

Hoje, vivendo a mistura destes sentimentos todos, afirmo, o que vale a pena de fato, são estes momentos juntos.

Tanto os momentos vividos no passado mais distante, crescendo junto com a Rosalia e tantos outros amigos. Os encontros curtidos pela amizade que nos unia e nos reunia aos domingos a tarde na casa da Dona Helena. A comemoração dos 80 anos do meu pai com a família e amigos e mesmo ontem e hoje no derramar de lágrimas pela partida destas duas, digo outra vez, estes encontros é que dão significado a existência.

A Fé Cristã nos proporcionou estes vínculos. O amor a Deus e a comunidade da fé, nos uniu e nos reuniu. Isto valeu a pena. É isto que vale a pena.

Pedindo perdão por lhe enviar e constrange-lo a ler este meu escrito, pois, tem a ver com gente dos meus relacionamentos, ACREDITE, faço-o para lembrar você o que de fato vale a pena. O que de fato da significado a existência.

Falo dos relacionamentos que tem a ver diretamente com as pessoas com as quais dividimos a vida. Falo da vivência relacional regada por uma espiritualidade sadia que transforma os encontros em um mistério.

Sim, o mistério da presença de Cristo entre nós, sobre nós e em nós. O mistério da presença do Espírito Santo em sua plenitude distribuindo seus dons de graça a todos e a cada um, de modo que, nestas relações há cura, restauração, revigoramento, livramento e salvação.

Vale a pena priorizar estes encontros e contemplar os resultados deste mistério da presença do Eterno.

Nunca despreze estes encontros, pois, há vida neles.

A promessa de VIDA ABUNDANTE feita pelo Mestre, passa radicalmente pelos relacionamentos. Passa por mim, por você e pelo próximo. Isto, claro, pra quem entende que, VIDA ABUNDANTE não se resume no ter, possuir, conquistar, mas, consiste no ser, isto é, ser em Cristo alguém que existe para dar significado a vida do outro.

Vai aqui também um encorajamento à celebração dos encontros, dos aniversários, das lembranças, das saudades.

Sim, aproveite cada oportunidade e celebre a vida em todos os seus sabores, cores, aromas.

Celebre aniversários de nascimento, namoro, noivado, casamento, bodas, batizados, emprego novo, formaturas, chegadas e despedidas. Celebre a vida enquanto se vive.

Celebre com a familia. Celebre com os amigos. Celebre a fé com os que comungam com voce.

DOMINGO PRÓXIMO ÀS 18H30, celebrarei a sua chegada para mais um encontro na Estação do Caminho da Graça aqui na Vila Mariana.

E.T. Enquanto termino de escrever este texto, acompanho as informações sobre a morte deste génio da musica. Michael Jackson. ( 02H42 da madrugada de sexta - 26/06/2009 )
Fiquei triste com esta noticia, bem como da morte de Farah Fawcet.


Clique aqui:

http://www.youtube.com/watch?v=VB6GNtNM_os&feature=related


"Nós estamos juntos há um longo tempo já,
A música, a música e eu.
Não me importo se todas as nossas canções rimam,
Agora a música, a música e eu..."

E.T. II: A Martha, esposa do Chico de Brasilia, foi operada e passa bem. Ainda está no hospital. Ore por ela.




Tomara nos encontremos neste fim de semana.

Graça, paz, CONSOLO & todo bem a você e sua casa.


Bjs.

Carlos Bregantim

Caminho da Graça
Estação São Paulo


TODOS OS DOMINGOS ÀS 18H30

Av. Lins de Vasconcelos, 3390 - Vila Mariana
( pertinho da Estação Vila Mariana do Metro )

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É só entrar no site, clicar e ouvir.

Aproveite pra ler o conteúdo do site.

www.caiofabio.com

ESTAÇÕES DO CAMINHO DA GRAÇA NO BRASIL

http://www.caiofabio.com/2009/conteudonews.asp?codigo=6


SUSTENTO: Carlos Bregantim

Se entender que deve. Se lhe tenho sido útil. Se não lhe constranjo. Participe do meu sustento, pois, sirvo em tempo integral no Caminho da Graça. Eu e minha família, somos muito gratos a Deus por você, pois, nossa mesa e a mesa de muitos tem sido suprida com sua generosidade e carinho. É óbvio, a decisão de servir em tempo integral é minha, portanto, minha responsabilidade. Fique a vontade para desconsiderar este texto, mas, em desejando participar use esta conta:

BRADESCO
AGÊNCIA: 421
CONTA CORRENTE: 44 482-0

CPF: 643.098.008-15

15/06/2009

Um terço no lixo

(www.nolixo.org)




Dica do meu amigo Gilmar

14/06/2009

Como Zaqueu




Por: Ciro Sanches Zibordi





Alguns internautas têm me instigado a analisar a composição “Faz um milagre em mim”. Eu vinha evitando fazer isso, a fim de não provocar a ira dos fãs do cantor que interpreta esse hit “evangélico”. Afinal, vivemos em uma época em que dar uma opinião à luz da Bíblia desperta a fúria daqueles que dizem ser servos de Deus, mas são, na verdade, fãs, fanáticos e cristãos nominais.

Resolvi, pois, atender os irmãos que desejam obter um esclarecimento quanto ao conteúdo da canção mais cantada pelo povo evangélico na atualidade, a qual começa assim: “Como Zaqueu, eu quero subir o mais alto que eu puder”.

Primeira pergunta para reflexão: Zaqueu, quando subiu na figueira, era um seguidor de Jesus, um verdadeiro adorador? Não. Ele era um chefe dos publicanos, desobediente a Deus e corrupto (Lc 19.1-10). Nesse caso, como um crente em Jesus Cristo, liberto do poder do pecado, pode ainda desejar ser como Zaqueu, antes de seu maravilhoso encontro com Jesus?

Segunda pergunta para reflexão: Por que Zaqueu subiu naquela árvore? Ele estava sedento por salvação? Queria, naquele momento, ter comunhão com Jesus? Não. A Palavra de Deus afirma: “E, tendo Jesus entrado em Jericó, ia passando. E eis que havia ali um varão chamado Zaqueu; e era este chefe dos publicanos, e era rico. E procurava ver quem era Jesus, e não podia, por causa da multidão, pois era de pequena estatura” (Lc 19.1-3). Ele não subiu na figueira porque estava desejoso de ter comunhão com Jesus, mas porque estava curioso para vê-lo.

Terceira pergunta para reflexão: O verdadeiro adorador deve agir como Zaqueu, ou como o salmista, que, ao demonstrar o seu desejo de estar na presença de Deus, afirmou: “Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo: quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?” (Sl 42.1,2)? Será que o pecador e enganador Zaqueu tinha a mesma sede do salmista? Por que um verdadeiro adorador desejaria ser como Zaqueu?

Mas o hit “evangélico” continua: “Só pra te ver, olhar para ti e chamar sua atenção para mim”. Outra pergunta para reflexão: Será que precisamos subir o mais alto que pudermos para chamar a atenção do Senhor? Zaqueu, segundo a Bíblia, subiu na figueira por curiosidade. Mas Jesus, olhando para cima, lhe disse: “Zaqueu, desce depressa, porque hoje me convém pousar em tua casa” (Lc 19.5). Observe que não foi Zaqueu quem chamou a atenção de Jesus. Foi o Senhor quem olhou para cima e viu aquele pecador perdido e atentou para ele (cf. Mt 9.36).

A atitude de Zaqueu que nos serve de exemplo não foi o subir, e sim o descer, para atender o chamamento de Jesus: “E, apressando-se, desceu, e recebeu-o gostoso” (Lc 19.6). Por conseguinte, pergunto: O adorador, salvo, transformado, precisa subir para chamar a atenção de Jesus? Não. Na verdade, o Senhor está com o contrito e abatido de espírito (Is 57.15). Espiritualmente falando, Ele atenta para quem desce, e não para quem sobe (Sl 138.6; Lc 3.30).

Mais uma pergunta para reflexão: Se a atitude que realmente recebe destaque, na história de Zaqueu, foi a sua descida, por que a canção enfatiza a sua subida? O mais lógico não seria cantar “Como Zaqueu, eu quero descer”? Reflitamos. Afinal, como diz uma frase que circula na grande rede, o Senhor Jesus morreu para tirar os nossos pecados, e não a nossa inteligência.

A composição não é de todo condenável, pois o adorador que se preza deve mesmo cantar: “Eu preciso de ti, Senhor. Eu preciso de ti, ó Pai. Sou pequeno demais, me dá a tua paz”. Mas, a frase seguinte provoca outra pergunta para reflexão: “Largo tudo pra te seguir”. Estamos mesmo dispostos a largar tudo para seguirmos ao Senhor? E mais: É preciso mesmo largar tudo para segui-lo?

O que o Senhor Jesus nos ensina, em sua Palavra? Em Mateus 16.24, Ele disse: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me”. Renunciar não é, necessariamente, abandonar, largar, mas pôr em segundo plano. A própria família pode ser um obstáculo para um adorador. Deve ele, nesse caso, largá-la, abandoná-la? Claro que não! Renúncia equivale a priorizar uma coisa em detrimento de outra.

Não precisamos largar a família, o emprego, etc. para seguir o Senhor! Mas precisamos considerar essas coisas secundárias ante a relevância de priorizar a comunhão com Jesus (Mt 10.27). Nesta última passagem vemos que o adorador deve amar prioritariamente o Senhor Jesus, mas sem abandonar tudo para segui-lo! Não confundamos renúncia com abandono. O que devemos largar para seguir a Jesus é a vida de pecado, e não tudo.

A canção continua: “Entra na minha casa. Entra na minha vida”. O compositor se refere a Zaqueu, mas não foi este quem convidou o Senhor para entrar em sua casa. Na verdade, foi Jesus quem lhe disse: “Zaqueu, desce depressa, porque hoje me convém pousar em tua casa” (Lc 19.5). Nota-se, pois, que esta parte da canção não é essencialmente cristocêntrica, e sim antropocêntrica. Mais uma pergunta para reflexão: O hit em apreço prioriza a obra que Jesus faz na vida do pecador, ou dá mais atenção ao que o homem, o ser humano, faz para conseguir o que deseja? A canção enfatiza a Ajuda do Alto, ou
a autoajuda?


Outra pergunta: Um verdadeiro adorador, um servo de Deus, alguém que louva a Jesus de verdade, que canta louvores ao seu nome, não é ainda uma habitação do Senhor? Por que pedir a Ele que entre em nossa casa e em nossa vida, se já somos moradas de Deus (Jo 14.23; 1 Co 6.19,20)?

A parte mais contestada da composição em apreço sinceramente não me incomoda muito: “Mexe com minha estrutura. Sara todas as feridas”. Que estrutura seria essa? No Salmo 103.14 está escrito: “... ele conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó”. Deus, é claro, conhece-nos profundamente. Ele conhece a totalidade do ser humano: espírito, alma e corpo (1 Ts 5.23; Hb 4.12). Creio que o compositor tomou como base o que aconteceu com Zaqueu. O seu encontro com o Senhor mudou a sua vida por completo, “mexeu com a sua estrutura” (Lc 19.7-10). Deus faz isso na vida do pecador, no momento da conversão, e continua a transformar os salvos, a cada dia (2 Co 3.18).

Quanto a sarar feridas, o Senhor Jesus de fato nos cura interiormente. Mas não pense que estou aqui defendendo a falsa cura interior, associada a regressão psicológica, maldição hereditária, etc. Não! O Senhor Jesus, mediante a Palavra de Deus e a ação do Espírito Santo, cura os quebrantados do coração, dando-lhes uma nova vida (Lc 4.18; 2 Co 5.17).

Diz ainda a canção: “Me ensina a ter santidade. Quero amar somente a ti. Porque o Senhor é o meu bem maior”. Sendo honesto e retendo o que é bom na composição (1 Ts 5.21), Deus, a cada dia, nos ensina a ser santos, em sua Palavra (Hb 12.14; 1 Pe 1.15-25). Além disso, Ele é, sem dúvidas, o que temos de mais precioso mesmo e, por isso, devemos amá-lo acima de todas as coisas (2 Co 4.7; Lc 10.27).

Quanto à última frase “Faz um milagre em mim”, o compositor comete o mesmo erro de português constante da campanha de publicidade da Embratel: “Faz um 21”. Na verdade, no caso da canção o correto seria: “Faze um milagre em mim”. E, no caso da Embratel: “Faça um 21”. Quer saber por quê? Aí já é querer demais, não é? Investigue, pesquise, caro internauta, principalmente se você é um editor de blog. Conhecer o vernáculo é uma necessidade de quem lida com textos.

Diante do exposto, que os pecadores, à semelhança de Zaqueu, desçam, humilhem-se, a fim de receberem a gloriosa salvação em Cristo (Lc 18.9-14). E quanto a nós, os salvos, os verdadeiros adoradores, em vez de subirmos o mais alto que pudermos, que também desçamos a cada dia, humilhando-nos debaixo da potente mão de Deus (1 Pe 5.6), a fim de que Ele nos ouça e nos abençoe (2 Cr 7.14,15).

Amém?

Ciro Sanches Zibordi

13/06/2009

IDOLATRA! EU?











CONCEITOS E VALORES








Por Carlos Roberto Martins de Souza



Eu sou o Senhor; este é o meu nome a minha glória, pois a outrem não darei, nem o meu louvor à imagens de escultura





Isaias 42 :8



Para os evangélicos o conceito de “idolatra” se aplica literalmente às práticas do catolicismo nas suas relações de fé quando adotam imagens para se interporem nas formas de culto e de relacionarem com Deus. É exatamente assim, os “crentes” pensam exatamente desta forma e relacionam diretamente uma coisa com a outra sem darem conta de que o fato é muito mais abrangente do que imaginam.




Mas, e você se considera um “idolatra”? Com certeza absoluta sua resposta será não. Eu! Idolatra? Imagina, não confunda as coisas. Mas, você tem a “plena convicção” que não é um idolatra? Provavelmente a sua resposta possa ser sim, mas continuo a insistir, o que você define por “idolatria”? Espero que depois do que vou tratar aqui você possa chegar a uma conclusão: “Preciso mudar meus atos diante de Deus”.




Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele. Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo...” - I Coríntios 3:10 e 11.



Para a maioria dos evangélicos e isto vem de longe, “idolatria” reside apenas o fato de pessoas “adorarem imagens de escultura” feitas por mãos humanas, motivo esse que sempre foi o principal ponto de divergências com o catolicismo. No entanto, diante dos absurdos que temos visto dentro das igrejas evangélicas, podemos sem nenhum constrangimento ou medo de cometer heresia, questionar até que ponto a “IDOLATRIA”, ainda que praticada de forma diferente, têm sido uma realidade assustadora entre nós. Durante séculos os cristãos “evangélicos” têm vivido na defensiva imputando aos outros segmentos religiosos a prática da “idolatria”, isto porque estes grupos inseriram em suas práticas e rituais de culto o uso direto e obrigatório de imagens de escultura. Assim, objetivamente os crentes classificam as pessoas que prestam culto através de um objeto qualquer como “idolatra”, o que não é errado, mas também não é o a única forma de se desviar do verdadeiro sentido de “cultuar a Deus”.




Para fugirem da sentença de condenação eterna e divina imposta pela santa “lei de Deus”, a Igreja Católica serve-se de “sutilezas teológicas” a fim de ludibriar os fiéis. Dizem e vivem a repetir os fâmulos católicos que os protestantes não levam em consideração a diferença entre “venerar” e “adorar”, argumentam ainda que o culto de adoração é prestado somente a Deus, mas que prestam um culto de veneração às imagens, às relíquias aos santos e a Virgem Maria. Dizem: O católico venera os santos, não as imagens, mas o que elas representam, assim como sentimos amor por uma pessoa querida ao ver a sua foto. Veja que neste exemplo não sentimos amor pela foto, mas pela pessoa que nela está representada.




De fato, para o catolicismo "a honra prestada a uma imagem se dirige ao modelo original", e quem venera uma imagem venera a pessoa que nela está esculpida ou pintada. A honra prestada às santas imagens, dizem, é uma "veneração respeitosa", e não uma “adoração”, que só compete a Deus. Como dizia John Wycliff e Savanarola, este último cuja voz de protesto foi sufocada pelas “fogueiras inquisitoriais”: “Eles adoram, com efeito, no sentido próprio da palavra, as imagens, pelas quais sentem uma afeição especial” - A Imagem Proibida pág. 280




Frei Basílio Rower, em seu “Dicionário Litúrgico” na pág. 15 sobre o verbete: “Adoração da Cruz”, comenta: “A ADORAÇÃO DOS SANTOS E DE SUAS RELÍQUIAS E IMAGENS CHAMA-SE GERALMENTE VENERAÇÃO.” (ênfase do autor)




Bastaria uma consulta a de nossos dicionários para desmascararmos esta suposta diferença, esta distorção dos fatos, pois venerar e adorar são “sinônimos” sendo que venerar é palavra “latina” e adorar é palavra “grega” tendo o mesmo significado. Sendo assim, o dicionário coloca acertadamente “adorar” no mesmo patamar de “venerar”. Mas os católicos insistem em fazer vistas grossas a este fato e saem pela tangente com o argumento de que adorar e venerar pelo dicionário da língua portuguesa, nos dias atuais, não têm qualquer diferença. Mas, não se esqueça de que a nossa fé tem mais tempo do que a história de Portugal e Brasil. Na literatura católica, por “conveniência” e apenas por ela, há distinção entre adorar - latria - e venerar - dulia - mas, como eles mesmos admitem e qualquer católico poderá conferir, “adorar” é o mesmo que “venerar” e isto é uma pedra de tropeço para a teologia católica.




O problema fundamental é que ninguém em pleno século XXI vai “admitir” que adora uma imagem. É algo repugnante à moderna mente tecnológica de nosso século. Acontece que entre a teoria e a prática, há, no entanto, um grande abismo. E é este abismo que tem levado muitas pessoas ao engano e a se posicionarem numa estratégia de defesa argumentando que no culto que prestam a “idolatria” está excluída e que vivem em função de adorarem somente a Deus.




O que seria “idolatria”? Apenas o fato de alguém adorar a imagens? Obviamente que não! Ela não se resume a tão pouca coisa, IDOLATRIA é tudo aquilo que “substitui” a Pessoa de Jesus Cristo na vida de uma pessoa. A referência Bíblica apresentada por Paulo nos ensina que ninguém pode lançar outro fundamento além do que já foi posto, que é Cristo. Quando passamos a lançar outros fundamentos que não seja Jesus, logo estamos tentando substituí-lo e por isso nos tornamos IDÓLATRAS.




As igrejas evangélicas não possuem imagens de “santos” nem de outros deuses o que é natural, mas praticam a idolatria devido a tantos outros “fundamentos” que se têm lançado. Por esta razão Paulo faz um alerta: “Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo” - II Coríntios 11:3. E como nós evangélicos temos nos afastado da simplicidade que há em Cristo! Como temos idolatrado tanta coisa com a maior naturalidade. Via de regra ouve-se um irmão de fé afirmando categoricamente: ”Eu adoro isto”! Viva o chocolate!




Como se tem lançado neste tempo tantos outros fundamentos fora de Cristo e por isso, muitos de nós tem se tornado “idólatra” na concepção da palavra. É fácil constatar isso mediante os “falsos ensinos” e “heresias” que estão se alastrando como praga no meu evangélico. Prega-se por ai tantas “abobrinhas”, valendo-se de passagens Bíblicas fora de contexto e interpretações equivocadas. Até parece que o sacrifício de Jesus Cristo na cruz não tem mais valor, pois damos mais espaço para outras formas de “redenção” e “justificação”. São muito hereges induzido o povo a confessar os seus pecados cometidos desde a infância, mas aonde entra a nossa total redenção conquistada lá na Cruz? E o que dizer do perdão e da vida nova em Cristo? Deixaram de existir ou perderam o seu valor? Segura o “shofar”, lembra-te do sábado, olha o jejum de quarenta dias, não quebre a corrente e vai por ai! Heresias, tudo heresias...




Enquanto a Palavra de Deus nos revela as suas maravilhas através de Jesus, muitos, mal orientados ou por interesses duvidosos, preferem os rituais e as técnicas e tantos outros fundamentos fora do Salvador. Como se fosse pouco, a barbaridade religiosa transvestida de cristianismo, tenta anular a graça lançando outro fundamento, muitos corrompem o Evangelho e acentuam a ganância do homem institucionalizando a “cobiça” como uma prática comum. A teologia da prosperidade tem colocado dentro das igrejas um altar para o “deus da riqueza”, Mamom. Toda sorte de “barganhas” e “negociações” têm sido ensinadas aos cristãos, inclusive atribuindo o tamanho da “bênção de Deus” aos bens materiais que se possui, como se nossa herança não fosse eterna.



Dessa forma, como podemos chamar de “idólatras” aqueles que se curvam diante de esculturas, se nós temos as nossas próprias “idolatrias” personalizadas ao melhor estilo gospel?



Carlos Roberto Martins de Souza


crms2casa@otmail.com

Fonte Texto Enviado por e-mail



09/06/2009

Contingência e o vôo 447


Por Ricardo Gondim



O mundo está em choque. De novo a contingência mostra sua cara na tragédia do vôo da Air France. Vale lembrar: contingência significa que os acontecimentos não são sempre necessários. Quando ocorre alguma coisa sem uma razão que a explique ou justifique. Contingência gera imprevisto; fatos que escapam à engrenagem da causa e do efeito. Um avião cai porque o mundo é contingente, não porque tenha sido vítima do destino ou de um plano de Deus.


Diz-se no senso comum que as pessoas só morrem quando chega a hora. Caso isso fosse verdadeiro, o destino reuniu em uma aeronave as pessoas que deveriam morrer naquele dia. Isso daria à fatalidade um poder apavorante. Impossível pensar que gente de mais de trinta países entrou no vôo 447 sem saber que obedecia a uma força cega, que determinava aquele como o último dia de suas vidas.


Igualmente, acreditar que Deus permite a queda do avião porque tem algum propósito, soa esquisito. Cada pessoa, com histórias, projetos, sonhos, foi arrancada da existência para que se cumprisse qual objetivo? Um objetivo macro? Isto é, para que a humanidade aprendesse ou se arrependesse? Isso faria com que as biografias fossem descartáveis, desprezíveis. O Divino Oleiro, sem precisar se explicar, afogaria tanta gente para conduzir a macro história para o fim glorioso? Sim? Mesmo que exista esse deus, eu não o quero.


Também, algumas pessoas aceitam que Deus tem um plano para cada morte individual. Verdade, ele é Deus, tem todo o poder e é capaz de reunir, em um só lugar, quem deveria morrer. Mas também é bom. Então todos os passageiros foram eleitos para cumprir qual bem? Satisfaz pensar que o bem de ceifar tantas vidas, mesmo sem nenhum sentido do lado de cá, está garantido na eternidade? (Deus sabe o que faz?!?!) Como explicar tal conceito para pais, filhos e parentes desolados? Todos acorrentados à trágica realidade que lhes roubou de seus queridos.


A idéia de que Deus tem um plano para cada morte se esvazia diante dos números. Um avião caiu, mas o que dizer dos incontáveis acidentes de todos os dias? O que dizer das balas perdidas que aleijam transeuntes? E dos erros médicos ou dos acidentes de trânsito? Recentemente uma senhora de nossa comunidade caiu da laje da casa em construção. Ela fotografava a obra para que a filha ajudasse com as despesas do acabamento. Quebrou a coluna e ficou paraplégica. A última explicação que se poderia dar é que Deus tinha um plano em deixá-la paralítica.


Jesus nunca cogitou o mundo sem contingência. Pelo contrário, não atrelou a queda de uma torre aos desígnios divinos; não disse que a cegueira do homem era consequência causal das ações interiores, dele ou de seus pais; advertiu que os seus discípulos enfrentariam tempestade, aflição e morte.


Contingência é o espaço da liberdade, portanto, da condição humana. Sem contingência nos desumanizaríamos. A consciência do risco de adoecer e da imprevisibilidade da morte súbita é o preço que pagamos por nossa humanidade.


O desastre do avião mostra a inutilidade de pensar que o exercício correto da religião e a capacidade tecnológica mais excelente sejam suficientes para anular a contingência. Nossa vida é imprecisa e efêmera. Portanto, vivamos intensamente. Cada instante pode ser o último – Carpe Diem!


Soli Deo Gloria

Ricardo Gondim


Texto original em seu site [via Pavablog]

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Para pensar!!


06/06/2009

A QUEDA DO AVIÃO E O "TESTEMUNHO" DO PASTOR


A voz de Deus salvou do voo 447 da Air France o pastor missionário da Assembleia de Deus em Paris, Gláucio Oliveira, 29 anos.


O religioso já tinha reservado um lugar no avião que caiu no Oceano Atlântico, quando recebeu, na última quinta-feira, uma ‘ordem’ para não prosseguir com a viagem. O recado foi dado por uma amiga. Jussara Gonçalvez, 37 anos, participava de um grupo de orações e foi chamada pela colega Renata Carnevale, 30, que dizia ter recebido uma mensagem do Senhor. “Não deixe o varão viajar, a cova dele está aberta. Ele vai morrer”, afirmou Renata.



Chorando muito, Jussara ligou na mesma hora para o pastor. Assustado, Gláucio não confirmou a reserva: “Eu ia de TAM no sábado, mas, desde que um amigo, também pastor, morreu num acidente da empresa, eu só voo de Air France, que considerava o melhor avião do mundo. Mas Deus me enviou a Renata, que recebeu a revelação de que, se eu entrasse naquele avião, minha cova estava aberta. Nós só nos vimos uma vez, ela nem sabia que eu ia viajar. Por isso, quando a Jussara me transmitiu a mensagem, fiquei apavorado. Orei a Deus e senti no coração que não devia ir. Ele foi fiel a mim, porque sempre lhe obedeci”. Renata, a mulher que salvou a vida do pastor, está de cama desde a manhã de segunda-feira, quando soube da queda do avião. Por telefone, ela confirmou ter recebido uma mensagem de Deus: “Não foi visão, eu apenas entreguei um recado do Senhor”


Fonte: Jornal Meio-Dia Edição de 3/06/2009
Via: Bereianos, Pavablog, Genzinah e Cristiano Santana.


É uma pena perceber que nós, cristãos, perdemos a dimensão da eternidade em nós. Nós estamos tão massacrados pelo tempo e pelo espaço, e a religião se transformou num megafone que faz propostas e promessas de suposto cumprimento imediato, e que roubou do coração das pessoas toda fé na eternidade. O que temos é corredor de sal grosso para você passar 30 vezes, e se passar bem passado, e freqüentar a reunião da corrente dos empresários, ou se entrar em qualquer outro sistema, em qualquer outra mecânica espiritual, no fim, diz-se que você pode ter um carro novo, um apartamento ou qualquer outra coisa. Não tem mais Cruz, não tem mais sangue, não tem eternidade, não tem pacificação com Deus. O que se tem agora é simplesmente consumo. E essa fézinha que está aí...na hora em que o tranco da existência bate firme, bate forte e bate fundo na gente, ela não sobrevive, porque ela existe apenas por fazer a promessa de que se você cumprir determinadas coisas, alguns benefícios imediatos lhes serão garantidos; nada mais do que isso... Agora, paz com Deus, tem que produzir em mim uma expectativa que transcenda o tempo, o espaço, o imediato, a violência, o estado de emergência, a crise familiar, as perdas imediatas, os lutos, as aflições.



Paulo diz em Romanos 5:1-8: "que Cristo morreu por nós, quando nós ainda éramos pecadores”, estranhos, inimigos, alienados, sem saber de coisa alguma, Ele se reconciliou conosco, esperando apenas que a gente se reconciliasse com Ele para que nós usufruíssemos do bem que já nos está garantido. De tal modo que a minha reconciliação pela fé, não é o que faz Deus mudar de idéia a meu respeito. A reconciliação da parte de Deus já está feita, eu é que não sabia. Nem você. E, enquanto isso..., vivíamos no padecimento da neurose, da angústia, da fobia, da culpa, das trocas, das barganhas, do altar da religião, do despacho, e de todas as aflições... Aquela agonia! Sem falar que sem paz com Deus a vida passa a acontecer um permanente estado de suspeição contra o céus. “Será que alguma coisa aconteceu comigo? Ih, meu Deus! Eu perdi o Táxi. Será que é por que tem alguma coisa? Será que Deus está me preparando alguma?” É um sentimento de suspeição o tempo todo! O cara chega no aeroporto, na hora de pegar o avião, ele tem medo de que se aquele avião vá cair; ou se ele está ali e ele perde o avião, ele já interpreta aquilo: “Ai, graças a Deus, vai ver que é porque esse vai cair.” Não está nem preocupado com os 199 que estão lá dentro!



Sim, a maioria vive vida muito miserável. A gente vive, e a gente não se dá conta de como se vive uma vida de medo, medo, medo... o dia inteiro medo... medo de tudo. Mas quando a paz com Deus se estabeleceu dentro de mim, o benefício é todo meu. Já está feito, eu é que não sabia. Mas quando eu creio, o benefício vem para mim como paz. E ai, surge dentro de mim, uma dimensão completamente nova, que transcende o imediato. Eu continuo vivendo na terra, mas já me glorio na esperança da glória de Deus. Já não existem mais fatalidades. Já não existe mais absurdo. Já não existe mais interrupção da vida. Quem crer na minha palavra já passou da morte para a vida. Já há uma âncora firme e forte jogada para além de todos os véus, plantada em Deus, e que me garante que eu, conquanto esteja aqui, já estou lá, assentado nas regiões celestiais em Cristo Jesus. Morri com Ele, ressuscitei com Ele, estou sentado nos lugares celestiais com Ele, apesar de estar suando aqui na frente de vocês... Tá feito! E eu me glorio nessa esperança.


Louvo a Deus pela intervenção feita na vida do irmão, mas acho que ele não precisava sair com esta cara de babaca na foto, principalmente em função das famílias enlutadas que certamente se perguntarão "Que Deus é este que salva um e deixa mais de duzentos morrerem?".
A vida é assim, todos os dias uns morrem e outros nascem é um ciclo basta ler Eclesiastes, e isto quer dizer que a cova do irmão continua aberta, bem como a minha e de todo o ser humano, apenas não sabemos o dia, a hora e nem o modo como acontecerá.
Pior que morrer é viver com o cinismo e com uma santa arrogância de ser um queridinho de Deus .

Culpa ecológica




Por CLÁUDIA LAITANO


Aldous Huxley e George Orwell bem que tentaram, mas não chegaram nem perto de imaginar o nível de interferência nos hábitos da vida privada a que as campanhas de conscientização ecológica chegariam neste começo do século 21. Molhar as plantas, enxaguar a calçada, escovar os dentes, nada disso pode ser feito de forma inconsequente em 2009. Todas aquelas rotinas banais que antes podiam ser cumpridas com a cabeça lá longe, sonhando com o bem-amado ou montando mentalmente a lista do supermercado, hoje ganharam o peso de gestos políticos. Uma distração, a torneira ligada por dois minutos e 50 litros de água a mais do que o recomendado pelo Greenpeace, e você se sente não apenas culpado, mas burro e incivilizado – uma criatura tão alienada da realidade global a ponto de ser incapaz de incorporar ao dia a dia os cuidados mínimos para que seus netos não sejam obrigados a extrair água de pedra daqui a 50 anos.




Nenhuma pessoa razoavelmente bem-informada fica feliz em encarnar essa figura imprudente que desperdiça recursos naturais como se eles fossem ilimitados. Estamos, sim, dispostos a trocar nossos hábitos ecologicamente pré-históricos por práticas mais razoáveis e inteligentes. O problema é que quando você fica contente por ter automatizado rotinas simples como desligar a torneira na hora de escovar os dentes, separar direitinho o lixo ou apagar as lâmpadas desnecessárias, surge uma nova ordem do comando de caça aos ecologicamente imprudentes, levando ao limite extremo (bom, pelo menos até onde eu consigo imaginar) o patamar de intervenção na intimidade alheia: a campanha “faça xixi no banho”, lançada no mês passado pela fundação SOS Mata Atlântica, sob o argumento de que é possível economizar até 4.800 litros de água por ano simplesmente trocando o WC pelo ralo do chuveiro. (Alguns marotos acabam de lançar, só de sacanagem, a campanha “cocô no banho” – e não duvido que já existam voluntários dispostos a testar na prática essa radicalização da ideia original.)






O fato é que pouco importa onde você prefere (ou aceita) fazer xixi: a sensação é de que estamos sempre em dívida, como se tudo o que fazemos individualmente fosse insuficiente para compensar o milenar desperdício de recursos naturais. Mais do que nunca, somos levados a pensar em grupo – é preciso agir não só na nossa casa, mas na rua toda, no bairro, na cidade. Mas todo esse esforço para mudar hábitos domésticos particulares contrasta, em essência, com o individualismo dominante da nossa época. Preservar a natureza acaba se tornando, portanto, uma das poucas manifestações de ideologia coletiva, em que a ideia de um bem comum, agir além dos nossos interesses imediatos e da nossa comodidade, volta a fazer sentido.



Mas essa “revolução ecológica” – a transformação de um pensamento ligeiramente excêntrico em moeda corrente nos departamentos de marketing das maiores empresas do mundo – não aconteceu de forma uniforme. Quem assiste aos comerciais que vendem roupas, cremes de beleza e até serviços bancários com o apelo do “ecologicamente correto” pode ter a falsa impressão de que o ambientalismo triunfou sobre o consumo inconsequente e ganancioso – o que está longe de ser verdade.



Os departamentos de marketing podem ter percebido que consumidores conscientes, e muito culpados, preferem usar sabonetes que prometem preservar a Floresta Amazônica. Mas no mundo real, pelo menos nos países onde ainda não existe uma política ambiental consistente, a destruição de recursos naturais permanece tão predatória como sempre foi. E sem culpa nenhuma.




02/06/2009

Desconstrução

Não quero reformar nada! Não quero reformar ninguém! Apenas quero desconstruir minha religião e dar-me a oportunidade de começar novamente. Do zero! Quero aprender a orar porque suspeito que nunca aprendi em todos esses anos de eloquentes orações entonadas no conjunto de súplicas adornadas de lindos verbos.


Tenho a ligeira impressão de que todas as vezes em que falei em línguas na roda de oração para fazer notório o meu nível espiritual, não me valeram de edificação alguma. E que minhas devocionais carregadas de desânimo e obrigação para com a minha "consagração" no ministério de louvor não resultaram em nenhuma intimidade com Deus!


Quero desfazer de tudo que sei, ou que penso saber, e de tudo que não sei, e penso não saber, para aprender paulatinamente através de uma busca sincera, paciente, desobrigada, verdadeiramente motivada e autêntica, tudo quanto preciso, quanto quero e quanto me é essencial na jornada da fé. Quero despojar-me dos manuais religiosos, das doutrinas inquestionáveis, das tradições incoerentes e da estupidez e falácia da religião.


Quero duvidar de tudo e de todos, porque minha alma contorce pela verdade e tem sede de justiça. Quero abrir os meus olhos e enfrentar o ardor da luz cortante da revelação. Quero ficar cego por um tempo em virtude do impacto que a luz da verdade traz. Ficar cego para o enlatado evangélico, cego para o cauterizado cristianismo institucional. Quero ficar cego para as fórmulas instantâneas da fé, da sua comercialização e do abuso espiritual. Quero recobrar a visão aos poucos. Enxergar com sanidade a vida, as pessoas, a família, os amigos, o futuro, o presente e o passado. Quero aprender a enxergar tudo que enxergava errado. Usar minha visão pela primeira vez!


Quero me desviar dos caminhos da "i"greja que não segue o Caminho de Cristo. E andar na contra-mão desse sistema religioso elaborado sobre outro fundamento que não Jesus, a Rocha Viva. Quero tirar a capa que me identifica como "cristão" com o emblema da cruz para vestir-me de amor pelo próximo e por esse amor ser conhecido como discípulo de Cristo. E carregar não o emblema da cruz, antes, tomá-la dia após dia em meus ombros e renunciar à volúpia e morrer para o pecado.


Quero fugir dos grandes eventos de milagres e shows da fé, patrocinados por sórdida ganância e puro estrelismo. E me juntar aos homens de Deus presenteados com o dom da cura que trocam o palco pelo corredor dos hospitais. Que ao invés de pedirem que vão a eles, se disponhem a IR aos que necessitam.


Cansei de viver sob maldição financeira! E, agora, não gasto meu dinheiro patrocinando esse sistema putréfulo de escravizar a fé dos pequeninos. Não quero participar de tal infâmia! Que o pouco que tenho sirva não ao luxo dos templos e de seus donos, mas, aos que realmente necessitam da minha fidelidade financeira resultante da confiança no Jeová Jiré. E não da ameaça pastoral de maldição da pobreza versus prosperidade.


Quero ser livre para pecar! E da mesma maneira não pecar por entender que não me convém. Mas, se o desejo do pecado ronda a minha mente e não peco por causa da pressão de ter que me consagrar no ministério da "i"greja, que pobre que sou. Porque ainda não seria livre do pecado, mesmo não o praticando... Quero aprender a conduzir meu estilo de vida como resposta de gratidão à aceitação e perdão de Cristo, não como regras e proibições eclesiásticas que não tem efeito nenhum contra o pecado.


Estou desconstruindo a minha fé míope e doente para cultivá-la de forma autêntica, sincera, humana e verdadeira. Estou disposto a arriscar minhas crenças pelo conhecimento da verdade eterna, de modo, que mesmo vendo-a como em espelho, possa um dia conhecê-la completa assim como sou conhecido. Se para encontrar o Deus que está estampado no caráter de Cristo, me tornar necessário descrer do Deus pregado, e tornar-me ateu, que assim seja. E que possa, conhecê-Lo de forma pura, única, pessoal e intransferível.


Quero derrubar meus pilares espirituais porque não sei de onde vieram. Estavam lá no discurso e na retórica que pseudonimamente aceitei como sendo Jesus Cristo. Agora, nego a cartilha que reza, nego a teologia pronta que engoli e dou-me a oportunidade de aceitar, de fato, Cristo meu Senhor e Salvador, pura e simplesmente.


Se fosse possível voltar ao ventre de minha mãe e carregar em meus genes a luz que agora vejo, para que ao nascer, soubesse desviar dos caminhos que para o homem parecem bons, poderia começar de novo sem incongruências e inverdades ludibriosas.


Talvez, só agora tenha entendido o que significa "nascer de novo"...


Autor: Thiago Mendanha

http://thiagomendanha.blogspot.com/2008/05/desconstruo.html via e-mail por ">Djair

Assino em baixo o texto do Thiago se ele me permite.

Tenho me desconstruído dia-após-dia e principalmente tenho achado pessoas que estão fartas do "sistema e da sistemática da fé dos manuais e da religiosidade" e que estão aprendendo a rever e a interpretar a vida pela práxis do Evangelho de Jesus.

Ando pela Graça de Deus que age pelo amor, e com isso vou reconstruindo em Jesus minha vida, certo que a única coisa que permanece da Lei é o amar a Deus amando o próximo.

"Deus seja gracioso para conosco e nos abençoe"