07/09/2008

Pátria amada, Brasil



Por José Adelar Ferreira*

Afinal, que pátria amada e idolatrada é esta chamada Brasil?

A Semana da Pátria coloca em evidência para todos os brasileiros e estrangeiros nossos símbolos nacionais e nossos sentimentos. E através de atos cívicos, desfiles, entre outros eventos, comemora-se o dia da pátria.


O Dia da Independência, proclamada por dom Pedro I.Um brado grito de “independência ou morte” dado às margens do Riacho Ipiranga tirou o Brasil da subordinação a qual estava sujeito como colônia portuguesa desde a tão inusitada “descoberta”.Diante deste fato histórico e significativo, acendeu-se o patriotismo.


Porém, faz-se necessário observar alguns aspectos, conseqüência herdada e que merece reflexão.


A independência do Brasil é fato, pois temos o reconhecimento mundial de Estado, livre e soberano, “gigante pela própria natureza”, livre e democrático, regido por uma Carta Magna, que dá a seus filhos direitos e deveres neste “berço esplêndido”.


Mas como entender e aceitar uma pátria independente com tantos filhos e riquezas no seu solo, com uma organização social marcada pela desigualdade?


Como compreender, aceitar e comemorar o dia da independência desta “pátria amada, Brasil”, quando, sendo uma das maiores produtoras de grãos no ranking mundial, deixa padecer de fome muitos de seus filhos?


De que maneira continuar com “braços fortes”, quando o salário mínimo de seus filhos e trabalhadores não supre as necessidades básicas de muitas famílias?


Como viver numa pátria com sentimento de “amor eterno”, quando há privilégios para poucos deixando às margens da sociedade muitos (crianças, jovens e idosos – homens e mulheres), impedindo-os de viverem com dignidade em teu “solo fértil”?


Como continuar, silenciosamente, aceitando todas as situações de corrupção e falta de ética cometidas por aqueles a quem confiamos o teu destino como nação entre todas as nações?


Talvez esteja na hora de revermos a dimensão histórica de nossa independência, pois, diante das várias situações vividas e sentidas em sua organização, “verás que um filho teu não foge à luta”.


Esta é a nossa pátria, “terra adorada”. Brasil! Um país de todos, porém, infelizmente, um paraíso de poucos privilegiados.


Mesmo havendo tanta disparidade e adversidades, continuemos inebriados pelo afeto e respeito por esta terra, pois não há brasileiro ou brasileira que, estando em outro país, não sinta saudade deste chão.


Brasil! Ame-o e nunca o deixe. Mesmo diante de tantas situações e problemas, somos nós, hoje, neste dia da pátria, que devemos mostrar o quanto amamos nossa pátria e juntos buscarmos alternativas de solução.



*Professor da Rede Marista de Educação


Fonte Jornal Zero Hora
http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2165166.xml&template=3898.dwt&edition=10635&section=1012

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