28/10/2008

SOBRE LEVITAS...

SOBRE LEVITAS, APÓSTOLOS E OUTROS MODISMOS: DESABAFO DE UM PROFESSOR DE TEOLOGIA

Carlos Eduardo Calvani*




Sou um professor de Teologia em crise. Não com minha fé ou com minhas convicções, mas com a dificuldade que eu e outros colegas enfrentamos nos últimos anos diante dos novos seminaristas enviados para as faculdades de teologia evangélica.

Tenho trabalhado como Professor em Seminários Evangélicos presbiterianos, batistas, da Assembléia de Deus e interdenominacionais desde 1991 e, tristemente, observo que nunca houve safras tão fracas de vocacionados como nos últimos três anos. No início de meu ministério docente, recordo-me que os alunos chegavam aos seminários bastante preparados biblicamente, com uma visão teológica razoavelmente ampla, com conhecimentos mínimos de história do cristianismo e com uma sede intelectual muito grande por penetrar no fascinante mundo da teologia cristã.

Ultimamente, porém, aqueles que se matriculam em Seminários refletem a pobreza e mediocridade teológica que tomaram conta de nossas igrejas evangélicas. Sempre pergunto aos calouros a respeito de suas convicções em relação ao chamado e à vocação. Pois outro dia, um calouro saiu-se com a brilhante resposta: "não passei em nenhum vestibular e comecei a sentir que Deus impedira meu acesso à universidade a fim de que eu me dedicasse ao ministério". Trata-se do mais típico caso de "certeza da vocação" adquirida na ignorância. E, invariavelmente, esses são os alunos que mais transpiram preguiça intelectual.

A grande maioria dos novos vocacionados chega aos Seminários influenciada pelos modismos que grassam no mundo evangélico.


Alguns se autodenominam "levitas".

Outros, dizem que estão ali porque são vocacionados a serem "apóstolos".

Ultimamente qualquer pessoa que canta ou toca algum instrumento na igreja, se auto-denomina "levita". Tento fazê-los compreender que os levitas, na antiga aliança, não apenas cantavam e tocavam instrumentos no Templo, como também cuidavam da higiene e limpeza do altar dos sacrifícios (afinal, muito sangue era derramado várias vezes por dia), além de constituírem até mesmo uma espécie de "força policial" para manter a ordem nas celebrações.

Porém, hoje em dia, para os "novos levitas" basta saber tocar três acordes e fazer algumas coreografias aeróbicas durante o louvor para se sentirem com autoridade até mesmo para mudar a ordem dos cultos. Outros há, que se auto-intitulam "apóstolos". Dentro de alguns dias teremos também "anjos", "arcanjos", "querubins" e "serafins".

No dia em que inventarem o ministério de "semi-deus" já não precisaremos mais sequer da Bíblia.

Nunca pensei que fosse escrever isso, pois as pessoas que me conhecem geralmente me chamam de "progressista". Entretanto, ultimamente, ando é muito conservador. Na verdade, "saudosista" ou "nostálgico" seriam expressões melhores.

Tenho saudades de um tempo em que havia um encadeamento lógico nos cultos evangélicos, em que os cânticos e hinos estavam distribuídos equilibradamente na ordem do culto. Atualmente os chamados "momentos de louvor" mais se assemelham a show ensurdecedores ou de um sentimentalismo meloso. Pior: sobrepujam em tempo e importância a centralidade da Palavra e da Ceia nas Igrejas Protestantes.

Muitas pessoas vão à Igreja muito mais por causa do "louvor" do que para ouvir a Palavra que regenera, orienta e exige de nós obediência.

Dias atrás, na semana da Páscoa comentei com um grupo de alunos a respeito da liturgia das "sete palavras da cruz" que seria celebrada em minha Igreja na 6a feira da paixão. Alguns manifestaram desejo de participar. Eu os avisei então que se tratava de uma liturgia que dura, em média, uma hora e meia, durante a qual não é cantado nenhum hino (pelo menos na tradição de minha Igreja - Anglicana), mas onde lemos as Escrituras, oramos e meditamos nas sete palavras pronunciadas por Cristo durante a crucificação. Ao saberem disso, um deles disse: "se não houver música, não há culto".

Creio que, em parte, isso é reflexo da cultura pop, da influência da "Geração MTV", incapaz de perceber que Deus pode ser encontrado também na contemplação, meditação e no silêncio. Percebo também que alguns colegas pastores de outras igrejas freqüentemente manifestam a sensação de sentirem-se tolhidos e pressionados pelos diversos grupos de louvor.

O mercado gospel cresceu muito em nosso país e, além de enriquecer os "artistas" e insuflar seus egos, passou a determinar até mesmo a "identidade" das igrejas evangélicas. Houve tempo em que um presbiteriano ou um batista sabiam dar razão de suas crenças. Atualmente, tudo parece estar se diluindo numa massa disforme. Trata-se da "xuxização" ("todo mundo batendo palma agora... todo mundo tá feliz ? tá feliz!") do mundo evangélico, liderada pelos "levitas" que aprisionam ideologicamente os ministros da Palavra.

O apóstolo Paulo dizia que a Palavra não está aprisionada. Mas, em nossos dias, os ministros da Palavra, estão - cativos da cultura gospel. Tenho a impressão de que isso tudo é, em parte, reflexo de um antigo problema: o relacionamento do mundo evangélico com a cultura chamada "secular". Amedrontados com as muitas opções que o "mundo" oferece, os pais preferem ter os filhos constantemente sob a mira dos olhos aos domingos, ainda que isso implique em modificar a identidade das Igrejas. E os pastores, reféns que são dos dízimos de onde retiram seus salários, rendem-se às conveniências, no estilo dos sacerdotes do Antigo Testamento.

Um aluno disse-me que, no dia em que os evangélicos tomarem o poder no Brasil acabarão com o carnaval, as "folias de rei", os cinemas, bares, danceterias etc. Assusta-me o fato de que o desenvolvimento dessa sub-cultura "gospel" torne o mundo evangélico tão guetizado que, se um dia, realmente os evangélicos tomarem o poder na sociedade, venham a desenvolver uma espécie de "Talibã evangélico". Tal como as estátuas do Buda no Afeganistão, o "Cristo Redentor" estará com os dias contados. Esses jovens que passam o dia ouvindo rádios gospel e lendo textos de duvidosa qualidade teológica, de repente vêm nos Seminários uma grande oportunidade de ascensão profissional e buscam em massa os seminários.

Nunca houve tanta afluência de jovens nos seminários como nos últimos anos. Em um seminário em que trabalhei (de outra denominação), os colegas diziam que a Igreja, em breve teria problemas, pois o crescimento da Igreja não era proporcional ao número de jovens que todos os anos saíam dos Seminários como bacharéis em teologia, aptos para o exercício do ministério. A preocupação dos colegas era: onde colocar todos esses novos pastores? Na minha ingenuidade, sugeri que seria uma grande oportunidade missionária: enviá-los para iniciarem novas comunidades em zonas rurais e na periferia das cidades. Foi então que um colega, bastante sábio, retrucou: "Eles não querem. Recusam-se! Querem as Igrejas grandes, já formadas e estabelecidas, sem problemas financeiros".

De fato, percebi que alguns realmente se mostravam decepcionados ao saberem que teriam que começar seu ministério em um lugar pequeno, numa comunidade pobre, fazendo cultos nos lares, cantando às vezes "à capella" e sem o apoio dos amplificadores e mesas-de-som.

Na maioria dos Seminários hoje, os alunos sabem o nome de todas as bandas gospel, mas não sabem quem foi Wesley, Lutero ou Calvino. Talvez até já tenham ouvido falar desses nomes, mas são para eles, como que personagens de um passado sem-importância e sobre o qual não vale a pena ler ou estudar. Talvez por isso eu e outros colegas professores nos sintamos hoje em dia como que "falando para as paredes". Nem dá gosto mais preparar uma aula decente, pois na maioria das vezes temos sempre que "voltar aos rudimentos da fé" e dar aos vocacionados o leite que não recebem nas Igrejas. Várias vezes me vi tendo que mudar o rumo das aulas preparadas para falar de assuntos que antes discutíamos nas Escolas Dominicais. Não sei se isso acontece em todos os Seminários, mas em muitos lugares, o conteúdo e a profundidade dos temas discutidos pouco difere das aulas que ministrávamos na Escola Dominical para neófitos.

Sei que muitos que lerem esse desabafo, não concordarão em nada com o que eu disse. Mas não é a esses que me dirijo, e sim aos saudosistas como eu, nostálgicos de um tempo em que o cristianismo evangélico no Brasil era realmente referencial de uma religiosidade saudável, equilibrada e madura e em que a Palavra lida e proclamada valia muito mais que o último CD da moda.

· Coordenador do Centro de Estudos Anglicanos (CEA).
· Fonte site Caio Fábio

27/10/2008

O que é unção?

E vós possuís unção que vem do Santo e todos tendes conhecimento. 1 João 2:20

Tenho pensado muito sobre os clichês que ouço da boca de irmãos, seja em palavras ou canções e quero me deter na palavra unção que está na moda. Noto que dificilmente alguém profere uma oração ou canção sem mencioná-la. Há também os que pedem uma “Nova unção”, mas afinal o que é unção? Sem querer encerrar o assunto com este pequeno texto, mas tão somente compartilhar minha compreensão sobre o tema e se possível contribuir com o crescimento do Corpo Vivo de Cristo faço essa reflexão.

A unção no Antigo Testamento tinha o objetivo de separar ou consagrar algo ou alguém para a santificação e o serviço exclusivo de Deus, geralmente no templo.
No Novo Testamento todo aquele que é nascido de novo é santificado por Cristo é uma nova criatura. O Emanuel “Deus Conosco” (não é Deus longe de nós ou só para alguns) passa a habitar num templo humano onde o Espírito Santo faz a morada neste templo. Sendo assim a unção é o próprio Espírito que habita e santifica a pessoa regenerada em Cristo.

Esta unção (o Espírito Santo) capacita o salvo em Cristo para servi-lo “mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas”...At 1.8, ou seja, não é algo para classificar as pessoas entre ungidos e não ungidos os que têm “mais poder ou menos poder”, ou para criar qualquer categoria no Corpo de Cristo. A função do Espírito Santo é capacitar-nos para o serviço e testemunho d’Ele entre os homens.

Não encontro nas Escrituras base para uma “nova unção”, pois um só é o Espírito que atua entre nós “Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou”. 1 João 2:27 . Se a unção permanece não é necessária que seja trocada por um nova, (ou será que alguém quer outro espírito que não seja o Consolador?) bem como é questionável as modernas denominações das unções como a unção do riso, dos seres viventes, do leão, unção em spray para sentir o aroma da unção, unção do cachorro, unção dos nobres, transferência de unção, conquista, ousadia, Elias e outras mais que demonstram para qualquer pessoa com o mínimo de inteligência (produto em falta nos “ungidos”) que é mais um modismo reforçado pela mídia gospel e pelos “profetas e levitas” de plantão, que mais parecem camelôs do Templo vendendo bênçãos piratas e baratas.




Se fosse possível mensurar quantas “declarações e profetadas” são distribuídas nos templos evangélicos e encontros de louvor, dizendo que em “Porto Alegre” (ou qualquer cidade que seja) se levantaria uma nova geração, ou que uma unção está sendo derramada sobre este povo ou cidade ou que esta ou aquela cidade pertence ao Senhor Jesus – Declare isso povo de Deus... ditas por pseudos ungidos, estaríamos de fato morando em um país sem injustiça social, sem corrupção, com índices mínimos de violência urbana e doméstica, as crianças estariam todas na escola, vestidas, alimentadas e felizes. E você que lê este texto pode acrescentar tudo que melhoraria em sua cidade se as declarações dos “ungidos” se concretizassem. Falta discernimento espiritual entre o místico “Espírito Santo” e o misticismo que são as tentativas pagãs de manipular o sobrenatural. E sabe o porquê disto? Porque é muito mais fácil declarar algo do que viver, declarar uma benção do que ser uma benção e para conferir basta olhar a parábola do bom samaritano, onde os titulados na Lei e nos afazeres de Deus ficaram de fora da lista dos que Jesus considerou como próximo da vítima da violência, mas, aquele que agiu com amor e misericórdia foi elogiado.

Por isso, a importância dos frutos, sobretudo o amor e a unidade que serve como ponte para que o mundo creia em Jesus, e não declarações ungidas triunfalistas de quem já perdeu o tino da história e a consciência de ser exemplo para uma geração que clama por palavras e atos de vida.

O fato é que nunca medimos o que fica, avaliamos pela emoção do momento, pela euforia e o que fica depois que o roldão da unção passa? Normalmente ao invés de frutos, é uma busca por outra unção ou outra moda disfarçada de espiritualidade e assim, os crentões vão indo se enganando e sendo enganados e a vida vai passando e vão perdendo o melhor que ela pode oferecer que é uma vida de amor e serviço ao próximo, salgando e iluminando não somente com palavras, mas com gestos como o estender a mão a quem precisa com o olhar de amor, fruto de um compromisso com a palavra e com o Senhor que deixou seu Espírito “unção” para que tivéssemos intrepidez e capacidade para o trabalho que Ele nos comissionou.

Pense nisto, comente e vivamos conforme a consciência que o Espírito Santo nos tem ensinado e não conforme os ensinamentos do mundo que podem estar presentes até mesmo no púlpito de sua congregação. Mas sobre este assunto falarei em outra oportunidade.

Graça e Paz!!


Claudinho

25/10/2008

A Lei da Graça aos Homens






1º - Ama a Deus com a plenitude de teu ser.


2º - Ama o teu próximo como a ti mesmo.


3º - Ama teu próximo fazendo a ele tudo aquilo que tu mesmo queres que os outros façam a ti.


4º - Jamais faças ao teu próximo aquilo que tu mesmo não queres que seja feito a ti.


5º - Sê justo com a Justiça que faz o bem e que é capaz de perdoar o erro.


6º - Sê misericordioso conforme a misericórdia que tu queres receber de Deus e dos homens.


7º - Sê grato em todas as coisas de acordo com a consciência que tens de que nada te é devido, posto que tudo que és e tens te foi dado.


8º - Sê cheio da fé que opera pelo amor e que realiza o fruto da justiça, que é paz e alegria no Espírito Santo.


9º - Perdoa sempre, e sempre serás perdoado, posto que assim confirmas com atos a fé que tens de fato acerca de que tudo Está Consumado, pois quem perdoa, também está confessando que crê na Cruz.


10º - Siga o verdadeiro amor e não te preocupes com o pecado.


Esta é a Lei da Graça conforme o ensino do Evangelho.


Fonte Blog Caminho Mesquita

22/10/2008

Uma Bula de Deus para o homem





Parece que a coisa mais difícil que existe para alguns cristãos em relação a Deus, tem a ver com o tal encontro paradoxal, e, mesmo, completamente irreconciliável, entre a Soberania de Deus e a Liberdade do Homem.


Se o homem é livre, Deus não sabe tudo. Se Deus sabe tudo, então, o homem não é livre — diz-se com a crença de que se conhece ambas as dimensões, a do finito e temporal, em contraposição ao que seja Eterno e atemporal.


Fico sempre perplexo com a disposição humana de buscar entender Deus em relação ao homem, sempre fugindo do fato que somente importa entender o homem na sua relação com Deus; e isso se tivermos Revelação, do contrário, nem isso entenderemos.


A mera existência da chamada ciência teológica é em si uma falácia, sendo que o termo “teológico” deveria ser considerado algo vinculado ao charlatanismo.


Por quê?


Porque se é de Deus que falamos, então, pela lógica, de Deus deveríamos parar de falar, sem falar que pela própria lógica se chega a tal constatação ante a natureza da revelação de Deus nas Escrituras e na Natureza criada.


Pela Escritura se chega à conclusão simples que não se pode esquadrinhar o entendimento de Deus, o que acaba com a idéia pagã da teologia que se diz o estudo de Deus.


Jesus simplesmente disse que tudo está nas mãos do Pai, ao mesmo tempo em que mandou que os homens cuidassem de tudo como se tudo dependesse de cada pessoa na Terra.


Entretanto, o COMO da Soberania de Deus ou ainda o COMO de Deus ser livre [modo, mecânica], não compete ao homem elaborar, sendo seu exercício apenas divagações tolas e insensatas pela sua própria natureza.


Ora, eu mesmo não compreendo meu próprio modo de agir, como então me arrogarei a entender o Modo de Deus ser?


Proponho aos teólogos que quando todos estiverem curados e resolvidos em tudo, que, então, dêem-se ao luxo de gastar tempo discutindo COMO Deus é.


Antes disso é bizarro!


Depois disso, todavia, não se discutiria tal assunto, pois, uma parte da cura do homem está em resolver sua síndrome de onipotência, mediante a qual se arroga a entender Deus, ou, em outras palavras, arroga-se a criar uma lógica acerca de Deus, uma teologia. Porém, uma vez que ele se enxergue, verá o suficiente para ver que nada vê.


Fico vendo aquela pulguinha dizendo grandes coisas acerca de COMO Deus é. Lá está o homem, vomitando ignorâncias e pensando que são pensamentos de Deus. Não! São pensamentos acerca de um Deus que cabe no pensar, sendo, por isto, apenas obra de artesanato de rasas idéias como matéria prima para a fabricação fictícia e pobre.


A Natureza, no entanto, nos obriga a viver com o que não se entende. Todavia, aparentemente, tais teólogos não ousam falar do Universo, da criação, embora creiam que seja mais fácil dizer COMO Deus é.


Ora, ouvi-los-ei bem melhor quando falarem tão bem quanto seja possível em profundidade falar com entendimento sobre a natureza humana, a partir de si mesmos, e, além disso, quando manifestarem compreensão acerca do que na própria criação manifesta paradoxos irreconciliáveis para a mente do próprio homem.


Sim. Somente depois de lidar com o Paradoxo Irreconciliável na Natureza é que o teólogo pode, gentilmente, falar de sua ignorância acerca de COMO Deus seja.


Mas a criatura é para o teólogo maior do que o Criador. Por isto, ele, o teólogo, arroga-se a falar de Deus, e diz que não fala do Universo e de suas entranhas já conhecidas, pois, nada entende de física ou de Astronomia, ou de genética, ou de biologia, ou de qualquer outro campo do saber. Porém, de Deus ele diz saber tudo, pois, já está dogmatizado ou sistematizado; ou, quem sabe, está em processo de desnudamento pelo saber do próprio homem que diz saber de Deus, apesar de nada saber acerca do que lhe seria mais próprio: conhecer a si mesmo e a criação.


Entretanto, assim mesmo, ele, o homem, fala de Deus, pois, supostamente, crê que Deus seja mais fácil de ser falado do que a Natureza [a criação]; sem perceber que ou ele, o homem, aprende a falar em Deus apenas porque crê Nele, ou que então deve ficar calado até que possa falar compreendendo de si mesmo e a criação, sob pena de se tornar idolatra no pensar, visto que cultua a Natureza com mais reverencia no altar do pensamento do que cultua a Deus em fé, posto que ante a natureza ele se cale, mas perante Deus ele ouse dizer COMO Deus é.


“Eu cri, por isto é que falei”, é como se pode falar que nada se sabe sobre Deus, exceto acerca do que Ele diz de Si mesmo.


A Teologia não se interessa de fato em Quem Deus diz ser, mas sim em COMO o homem precisa que Deus seja a fim de que lhe faça sentido.

Ora, primeiro o teólogo tem que saber lidar com todos os Paradoxos do Universo criado e visível. Se ele puder explicar alguns desses irreconciliáveis paradoxos visíveis e mensuráveis [ainda que com medidas quase infinitas no Macro e no Micro], então, ele, o teólogo, poderá começar a falar nos Paradoxos de Deus, mas apenas para dizer:


Se não compreendo todos os irreconciliáveis paradoxos universais, e que são criações de Deus, como poderei eu entender Deus, se, também, até hoje, não entendo a mim mesmo?


Na Natureza existo sob o signo do Absurdo para mim mesmo, pois, não consigo entender nem mesmo os paradoxos do Cosmo.


Não consigo entender as dimensões do Universo, seu AMBIENTE, seu lugar. Nada sei de seus buracos negros, buracos brancos, novas e super-novas, de suas múltiplas formas de energia, de sua energia branca, de suas fusões galácticas, de sua massa negra em expansão descontrolada... Mas, assim mesmo, aceito viver em tal total ignorância, pois, mesmo não entendendo o Universo, sei que existo. Assim, declaro que o sentido das coisas vai no máximo de mim a mim; e nada além disso.


Ora, é possível que existam também universos paralelos, pois, se de um lado o Macro-Cosmo é impensável em seus tamanhos e em sua natureza estudável e visualmente fixa de ser, de outro lado, no Micro-Cosmo, no nosso até agora conhecido ambiente da matéria, no mundo sub-atômico, encontra-se o paradoxo até agora irreconciliável entre os dois mundos, Macro e Micro, posto que se o primeiro é fixo, o segundo é completamente imprevisível, sendo feito de algo que pressupõe a possibilidade de mudanças totais em razão da natureza não-fixável das partículas quânticas, e, por tal razão, também aberto a existência de universos paralelos.


Eis o Paradoxo.


Sim! Como o que existe e que não posso negar, existe sob as bases de algo não fixo e não fixável, aberto a todas as possibilidades, e, além disso, operando aparentemente sob um principio oposto ao que rege o Macro?


Macro e Micro existem em um paradoxo irreconciliável!


Einstein fugiu do paradoxo. Não podia aceitar o fato que ele mesmo ajudara a entender, apenas porque não compreendia a síntese de tal paradoxo entre o Macro e o Micro, e acabou angustiado ante suas próprias descobertas, em razão de não ter se rendido ao fato que o próprio Universo é feito de elementos que transcendem o homem.


E o que mais não sei além de tudo?


Assim, paremos a converseira acerca de COMO Deus é, e, desse modo, cuidemos de a Ele conhecermos pela fé na Revelação Dele em Jesus, e isso sem pretensões teológicas, mas apenas relacionais.


Do contrario, se alguém falar de Deus sob os auspícios da bandeira Teo-lógica, então, que desse tal se peça que antes fale e explique a natureza paradoxal do Universo, a fim de então, humildemente, apenas dizer que nada sabe acerca da liberdade do homem e da Soberania de Deus, visto que ele, o homem, sabe que em si mesmo ainda é escravo de muita coisa [por isso nada sabendo de liberdade], e que, em relação a Deus, pela própria Revelação, sabe que Dele nada se sabe pela via do saber humano, posto que Deus tenha determinado que pela sua própria sabedoria o homem não conhecerá o Criador.


O que passa disso é charlatanismo intelectual!



Caio


1 de outubro
Brasília
DF

Fonte site Caio Fábio
http://www.caiofabio.com/

21/10/2008

A PEREGRINAÇÀO DOS CRISTÃOS PÓS-MODERNOS:.


Não vou tentar definir o que é pós-modernidade.

Há tantas definições que, certamente, cada um de nós, já ganhou a idéia do que isto significa.

Alguns itens se destacam, pois, permeiam toda sociedade em seus mais variados segmentos.

O pluralismo.

A ausência de absolutos.

As relações superficiais, liquidas, vaporosas, conquanto, ao mesmo tempo, intensas e sem limites.

Sobretudo, a complexidade para se dar significado a qualquer coisa que seja.

Não vou me ater às peregrinações dos primeiros cristãos, verdadeiros hebreus, nômades, por todos os motivos que a maioria de nós cristãos já estudamos.

Quero me deter no que vejo acontecendo à minha volta.

Com gente que conheço. Com pessoas boas. Com cristãos tidos como sérios. Com homens e mulheres que não podem ser considerados neófitos, ingênuos, simplórios ou ignorantes.

Os cristãos, hoje, se empenham numa peregrinação estranha, pois, não havendo perseguição, nem lugares onde o evangelho não tenha chegado de um modo ou outro, o que até justificaria uma peregrinação, o que vemos?

Vemos os cristãos peregrinando de uma comunidade local para outra.

De um programa de TV para outro.

De uma livraria evangélica para outra.

De uma doutrina para outra.

De um mover para outro.

De uma unção para outra.

De um jeito de ser para outro.

De um ministério para outro.

De um livro para outro.

De um testemunho para outro.

De um líder carismático para outro.

De um monte para outro.

Os cristãos estão num frenesi tido como espiritual.

Os cristãos destes chamados “dias trabalhosos” perdem-se em descaminhos, crendo que encontrarão o “melhor de Deus”.

Para os cristãos pós-modernos o que vale são as sensações, os sentimentos, as percepções, as emoções, os arrepios e arrebatamentos, custe o que custar.

Os cristãos pós-modernos se tornaram desassossegados, inquietos, insatisfeitos, isto é, nada os completa.

A idéia do sucesso a qualquer custo.

A corrida para prosperar não leva em conta nenhum valor absoluto.

Por conta disto, o ativismo religioso chegou às ultimas conseqüências e é claro, tendo como resultado o esgotamento físico, emocional e espiritual.

Gerando gente desconfiada, assustada, duvidosa, angustiada, ansiosa e tantos outros males da alma, ou melhor, de uma alma sedenta, faminta, que como diz o salmista, só se farta em Deus.

Confesso, não creio que deva ser assim.

Não creio que seja este tipo de espiritualidade que o Evangelho de Jesus propõe.

Não creio que este frenesi responderá às ansiedades da alma.

Creio, no entanto, ‘que há uma outra peregrinação que poderia resultar em benefícios concretos, tanto aos que peregrinarem, quanto aos que seriam tocados pelos peregrinadores.

Me refiro a peregrinações que deveriam ser feitas entre homens e mulheres. Entre pessoas. Entre seres humanos.

Há maridos que deveriam peregrinar em direção às suas esposas.

Pais que se peregrinassem em direção aos filhos os teriam de volta.

Filhos que se lançassem a uma peregrinação em direção a seus pais, experimentariam uma alegria ainda não experimentada em família.

Irmãos que poderiam se encontrar mais e estreitarem a amizade, peregrinando um em direção ao outro, encurtando a distancia.

Prefiro ver cristãos peregrinando rumo aos velhos abandonados em asilos e casas de repouso. Quantos benéficos, curas, libertações, salvação aconteceriam se os cristãos pós-modernos peregrinassem ao encontro das crianças marginalizadas, adolescentes sem rumo, jovens tragados pelas drogas, homens e mulheres consumidos em seus medos.

Quase não ouvimos de cristãos peregrinando entre os presos nas cadeias, penitenciarias, presídios.

Quanto bem fariam os cristãos peregrinando pelos hospitais, consolando, fazendo companhia, auxiliando as famílias, virando noites como verdadeiros anjos confortadores.

Quantas mudanças aconteceriam se os cristãos pós-modernos peregrinassem junto com aqueles que lutam pela justiça social.

Confesso, cada dia fico mais indignado com as peregrinações feitas por cristãos aventurando-se am debates inócuos, defendendo teses vazias, envolvidos em discussões levianas, medíocres, pequenas.

Penso que isto reduz o Evangelho e nos distancia da essência da fé cristã que propõe nada mais, nada menos que reconciliar o homem com Deus, já que Este esta reconciliado com os homens.

Reconciliar os homens entre si.

Prefiro hoje, todos os movimentos que põe gente com gente e a partir daí, aconteçam peregrinações simples, silenciosas, profundas. Mesmo que sejam, dois a dois, sem nenhuma preocupação com quantidade e visibilidade.

Mas, quem esta disposto a este tipo de peregrinação?

No anonimato.

Incógnito.

Escondido.

Nos porões.

Quem esta disposto a desaparecer?

Bem, fica aqui a reflexão e um desabafo.

Mais um.

Carlos Bregatim

Inverno/2007

Fonte: Blog Graça e Cia
http://www.gracaecia.blogspot.com/

18/10/2008








Médicos peritos, historiadores e arqueólogos têm examinado, em detalhes, a execução que Jesus Cristo voluntariamente suportou. TODOS concordam que Ele sofreu uma das formas mais cruéis e dolorosas de pena de morte jamais imaginadas pelo homem.Pra alguns apenas um episódio histórico, pra outros isso nem existiu, mas pra aqueles que denominam-se cristãos é o sacrifício que traz a Paz.



Jesus, sacrifício vivo, se fez maldito por nós, morreu a nossa morte para que pudéssemos viver.



Em tempos de tanta palhaçada no meio dito cristão, me faltaram palavras pra escrever no Blog, são tantas “loucuras” feitas em “nome de Deus”, são tantos atos patéticos feitos com a desculpa de que as coisas de Deus “são loucura”, mas a Bíblia nos ensina que:



Porque a "mensagem da CRUZ" é deveras loucura para os que perecem; mas para nós, que somos SALVOS, é o PODER de Deus.1ºCor.1:18


Essa é a loucura que o mundo não entende. É o sacrifício de um Deus em forma humana que se entregou a morte por amor a nós, essa é a loucura que devemos pregar.Essa mensagem infelizmente tem perdido o lugar central pra diversas lorotas gospel que surgem como “meio” pra salvação, que servem como "muletas" e, de certa forma, dizem que o sacrifício de Jesus não foi suficiente.


Confesso que estou cansada, extremamente cansada de seitas que se dizem igrejas e comercializam uma fé biodegradável e uma salvação diluída em partes, cansada de ver esse evangelho barato que vem sendo pregado, ganhar mais espaço nos púlpitos, nas rádios, nos programas de TV, enfim...nos diferentes meios de comunicação.Pouquíssimos são os que seguem os verdadeiros valores cristãos, e a multidão cada vez mais iludida com fábulas, vibrante com as heresias, contentes com as mentiras.



*Suspiros*


Pra mim o sacrifício de Cristo ainda é suficiente.

Em meio a tudo isso eu não consigo parar de pensar em Jesus naqueles momentos de dor, com o peso do mundo sobre seus ombros. Mesmo antes da crucificação começar, Ele mostrava claramente sintomas físicos de um intenso sofrimento. Na noite anterior à execução, seus discípulos dizem tê-lo visto em " agonia ". Não só ficou sem dormir toda aquela noite, mas parecia também ter suado abundantemente...Tanto era o estado de tensão, que pequenos vasos sangüíneos em suas glândulas sudoríparas se rompiam, derramando gotas vermelhas tão grandes que caíam ao solo(Lc. 22:44). Ele estava fisicamente exausto e em risco de sofrer um colapso caso não recebesse líquidos (o que aparentemente não aconteceu). Este é o homem a quem os soldados Romanos torturaram, e que muitos de nós tem feito comércio com Seu Nome.


Sabe-se que os castigos corporais dos soldados romanos eram muito sangrentos, deixando ferimentos por todo o corpo.Além disso, uma coroa de espinhos foi rudemente posta em sua cabeça, a qual era capaz de irritar gravemente os nervos mais importantes da sua cabeça, causando uma dor cada vez mais intensa e bastante aguda com o passar das horas.E Cristo suportou tudo sem reclamar...até ser pendurado completamente nu diante da multidão.







A dor e o dano causado pela crucificação foi concebido para que fosse tão cruelmente intenso que alguém anelaria constantemente a morte.Segundo o Dr. Frederick Zugibe, a perfuração do nervo médio das mãos por um cravo pode causar uma dor tão incrível que nem sequer a morfina ajudaria, uma dor intensa, ardente e horrível, como relâmpagos atravessando o braço até a medula espinhal. A ruptura do nervo plantar do pé com um cravo teria um efeito horrível e semelhante.A posição do corpo sobre uma cruz foi pensada para tornar a respiração algo extremamente difícil. Frederick Farrar descreve o efeito torturador pretendido:



"Pois de fato uma morte por crucificação parece incluir tudo aquilo que a dor e a morte podem ter de horrível e assustador.”



Vertigem, cãibras, sede, fome profunda, falta de sono, febre traumática, tétano, vergonha, zombaria diante do constrangimento da vítima, longa duração do tormento, medo do desenlace, gangrena de feridas expostas - tudo intensificado até o ponto em que pode ser suportado, mas não chegando até o ponto de dar á vítima o alívio da inconsciência. Um médico chamou de "uma sinfonia da dor" produzida por cada movimento, com cada inspiração; mesmo uma pequena brisa na sua pele poderia causar uma dor intensa nesse momento. E foi assim que Cristo se entregou a morte.







O véu do templo se rasgou, e hj 2.000 e alguns anos depois vemos uma “igreja” tentando costurar novamente esse véu. “Grifes" religiosas que preocupam-se mais em vender suas "marcas" do que apresentar o evangelho puro, líderes religiosos que parecem mais macacos saltitantes em seus grandes palcos montados para espalhar uma mensagem pessoal e não ÚNICA, dizem-se loucos por Cristo, dizem que suas loucuras são de Deus, mas se esquecem que a loucura da pregação que salva é a mensagem da cruz. Não foi em vão que Jesus permaneceu em sua agonia e vergonha, e nem porque era impotente, mas por seu incrível amor pela humanidade. Ele sofreu para providenciar o caminho necessário para a sua e a minha salvação.


Cristo foi morto e ressurgiu, venceu a morte e nos deu a oportunidade de sermos Suas testemunhas.Sua vida foi um exemplo de fé, perseverança e amor, não nos esqueçamos do sacrifício, vivamos cada dia mais de forma racional, e que nosso entendimento não seja corrompido para que sempre possamos nos manter na simplicidade que há em Cristo.



Quer ser considerado louco pelo mundo??


Que em nossa mente e coração possamos sempre lembrar que nada que eventualmente nós venhamos a fazer, pode substituir a Graça de Deus em nós pelo único e verdadeiro sacrifício, preparado antes do início dos tempos.
Foi puro amor e graça.
Tem um vídeo com uma canção que embora eu não saiba quem é o autor mostra um pouco deste amor.
Jesus Cristo como entender esse amor
Para baixar clik no link
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17/10/2008

O Sonho

Para quem não conhece ai vai a música O Sonho do Conjunto Novo Alvorecer.

http://www.4shared.com/file/67362246/7f644ea6/Novo_Alvorecer_-_O_sonho.html

O usuário é claudiocsilva@terra.com.br

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Boa audição

16/10/2008

O choro de Lulu





Ontem minha filha Luísa de seis anos chorava muito e após várias tentativas de saber o motivo de seu choro ela falou com muita dificuldade que “-...a Lia (sua irmã de 14 anos), não havia desligado a lâmpada da sala e com isso ela não estava ajudando a economizar e salvar o planeta.” Após avisar a Lia que ela desligasse o interruptor, usasse por menos tempo o chuveiro para economizar energia e assim utilizasse racionalmente a energia e água, conversei com a Lulu falando que cada um deveria fazer sua parte e que eu estava muito feliz por ela se preocupar, mas que não precisava chorar.

A Lulu já aprendeu a separar o lixo para reciclagem, não desperdiçar água, reconhecer quando tem água parada no quintal para evitar focos de dengue, não jogar lixo na rua, diz para eu utilizar o carro menos do que utilizo (confesso que não é fácil) entre outras coisas. Por isso me encho de esperança pelo dia de amanhã, pois se dependermos dos boçais que “des-governam” esse país, em breve os rios e matas serão belas imagens armazenadas em algum canto da memória dos mais antigos e nos banco de dados de computadores.

Isso tudo me deixou a pensar sobre a simplicidade das crianças e como fixam os exemplos muito mais do que os adultos, que em tese teriam a responsabilidade em fazer as mudanças necessárias para que o mundo seja de fato habitável. Talvez seja essa a razão do reino de Deus estar mais para uma criança do que para um adulto que não tem o coração e a compreensão da vida como elas.

Mas a preocupação com o meio-ambiente da Lu e de muitos é algo que passa de roldão para a maior parte da atual geração gospel, lembro-me de uma canção lá dos anos 80 do Conjunto Novo Alvorecer que se chamava O Sonho :

“De repente eu me vejo numa nova cidade
Onde não há guarda e nem há ladrão
Onde os peixes do riacho não respiram detergente
Onde não há falta d’água e também não há enchente”

Um louvor que demonstrava já na época a agonia de uma natureza caotizada e explorada, hoje águas nos cânticos é só a dos “rios de Deus”, “chuvas de Deus” ou “águas do Trono”. Claro que é necessário lembrar dos rios de água viva fluindo, mas na maior parte destas canções são subjetivas e abstratas que fazem bem a emoção mas sem nenhum compromisso, preocupação ou responsabilidade em administrar e preservar os recurso que Deus colocou a nossa disposição para usar em favor de todos e que ano após ano vão sendo degradados e escasseados.

Se em Cristo foram criadas todas as coisas em cima da terra (Col. 1:16) não seria também nossa responsabilidade como seus seguidores preservar a criação? Lembro em muito as palavras do Rev. Floyd (hoje com 91 anos e muita lucidez), em uma mensagem que trouxe na Congregação Presbiteriana de Charqueadas há uns anos atrás sobre a responsabilidade do discípulo de Cristo com a criação e, sobretudo, com preservação dos recursos naturais principalmente à água potável, que é escassa, não renovável e fundamental para a vida e que esta vida seja com qualidade.

Hoje olho ao redor e percebo os filhos de Deus reivindicando e esbanjando a herança (que é de todos) nos prazeres e deleites da vida. Pedindo ao Pai benesses (confortos pessoais) que não são para o bem comum, senão para satisfazer o ego. O Pai é paciente e misericordioso, mas não queremos que reste apenas bolotas dos porcos para saciar a fome e sede (fato este que já é realidade em muitos lugares).

Há uns dias atrás estava em uma reunião do grupo caseiro de compartilhamento da Palavra e um irmão citou que queria ser abençoado com um carro, eu respondi que esse pedido de todo não era uma benção, pois aquilo que para ele era uma benção, na verdade para o meio-ambiente não era, se todos os amados de Deus tivessem um automóvel não haveria mais ar respirável no mundo, pois cada vez que acionamos a chave de nossas “bênçãos motorizadas” antecipamos um pouco mais o apocalipse do planeta. Claro que ele não concordou comigo, mesmo eu falando que como proprietário de veículo também tinha minha parcela de culpa.

Mas os corações engessados da religião consumista e predatória não se dão conta que a simplicidade, a comunhão e o partir do pão permitem que não haja escassez, geram qualidade de vida, corações fraternos, comunhão e proporcionam o uso racional dos recursos que Deus colocou a nossa disposição e das próximas gerações.

Eu espero de todo o coração que esta nova geração tenha sempre a capacidade de chorar como a Lulu, cada vez que testemunharem o desperdício e o descaso para com nossa casa comum chamado Terra.

Teria mais a escrever, por ora é isso.

Claudinho

PS. Em breve postarei a letra e a música de O Sonho para vocês conferirem o conteúdo de um louvor com os pés no chão e o coração em Deus.

DEVO SER MUITO CHATO

Devo ser muito chato por não gostar nem de ouvir falar desse pessoal que assume títulos de "profeta" e "apóstolo".

Devo ser muito chato por não aceitar essa coisa de tomar posse, declarar, decretar, rejeitar, determinar, restituir.

Devo ser muito chato por não admitir o G-12 nem pintado de célula ou coisa que o valha.

Devo ser muito chato por ser contra a Teologia da Prosperidade e o Triunfalismo.

Devo ser muito chato por abominar a lei da semeadura financeira.

Devo ser muito chato por ofertar na igreja sem esperar dinheiro em troca.

Devo ser muito chato por detestar o movimento judaizante de São Cristóvão.

Devo ser muito chato por não me importar que me chamem de "frio".

Devo ser muito chato por ficar com cara feia quando escuto heresias.

Devo ser muito chato por não ficar emocionado com mais pregações sobre vitória, vitória e vitória "nesta noite".

Devo ser muito chato por me sentir desmotivado de vez em quando.

Devo ser muito chato por não apreciar esse negócio de Igreja com Propósitos.

Devo ser muito chato por não ser fã de pregadores nem cantores.

Devo ser muito chato por entender que certo "missionário" prega um anti-evangelho com sua Confissão Positiva.

Devo ser muito chato por entender que certo "bispo" não é nem cristão.

Devo ser muito chato por acreditar que a igreja não deve lançar políticos com interesse no favorecimento próprio.

Devo ser muito chato por considerar que pastor é dom, e não título de carreira.

Devo ser muito chato por não engolir aquelas "profetadas" genéricas do tipo "Deus tem uma grande obra em sua vida" ou "tem gente aqui com dor na coluna".

Devo ser muito chato por ficar entediado com aqueles cultos enormes que servem para que todo mundo tenha a oportunidade de cantar na frente.

Devo ser muito chato por gostar de interpretar a Bíblia com fé e racionalidade ao mesmo tempo, tudo junto.

Devo ser muito chato por não aceitar que me façam de burro ou de palhaço.

Devo ser muito chato por ficar com a Bíblia, e não com os homens.

Devo ser muito chato por compreender aqueles irmãos que estão sem igreja.

Devo ser muito chato por escrever essas coisas para que todo mundo veja.

Devo ser muito chato por anunciar o Evangelho e denunciar o pecado.

Devo ser muito chato por desprezar livros de auto-ajuda disfarçados de
evangélicos.

Devo ser muito chato por valorizar o estudo e a leitura, ainda que isso seja cansativo também para mim.

Devo ser muito chato por saber que sou chato e continuar chateado.

Devo ser muito chato por ter convicção de que esse texto chato edificará alguém.


Fonte: http://www.alexesteves.blogspot.com/
Postado por Alex Esteves da Rocha Sousa

Faço da chatice do Alex a minha chatice e convido aos leitores a se tornarem uns chatos também.

14/10/2008

José Barbosa Júnior - Entrevista




Olá amigos e irmãos de caminhada em Cristo.

Nas minhas andanças pela rede encontrei uma ótima entrevista com o seminarista e jornalista José Barbosa Junior que ele concedeu em uma rádio cristã em julho de 2008.

É em áudio e dura aprox. uma hora onde vários temas são tratados na sua ótica e compreensão do evangelho, entre eles – Evangelho na mídia, idolatria, conjuntura da igreja evangélica no Brasil, apropriação de elementos judaizantes no culto evangélico, louvor, graça e lei, modelos de crescimento da igreja, conteúdo das letras dos hinos evangélicos de hoje, o projeto de lei 122 (sobre homosexualismo ou homofobia) e política e religião entre outros.

Seria legal se colocasse a opinião de vcs, comentassem e até ampliassem o assunto.

Abraços a todos.

Graça e Paz!

Quando clicarem no link abaixo o programa pedirá um usuário e senha.
Digite no usuário claudiocsilva@terra.com.br
A senha digite sobrefe

Este é o usuário e senha para baixar as mensagens e livros que disponibilizo no Blog.

http://www.4shared.com/file/66965758/1d378060/Jose_Barbosa_Junior_entrevista_10jul08.html
Comunidades de José Barbosa Júnior que menciona na entrevista
Link para a comunidade no orkut Crer é também pensar:
Link para a comunidade no orkut Não aguento mais mantra gospel
Link para o site Crer é pensar mencionado na entrevista:

13/10/2008

Ou verdade ou revelação

Elienai Jr.

Nossa idéia de verdade é a da repetição. Tomamos por verdadeiro o que nossa experiência repetidas vezes verifica. Se o fenômeno se repete sabemos o que ele é. Descrevemos, classificamos e relacionamos a ele outros prováveis fenômenos. Como o sol que nasce e se põe diariamente. É a verdade científica em sua forma mais rude. Verdade é repetição.

Não por acaso o discurso cristão sobre a Bíblia reproduz a mesma lógica. Primeiro, olhamos o texto bíblico como uma descrição exaustiva das verdades da nossa fé e conduta. Depois, a necessidade de apresentar nossas certezas sobre o que cremos obriga-nos a transformar toda e qualquer leitura da Bíblia em uma repetição. Até porque se, ao voltar ao texto, algo surpreendente se mostrar, vão-se pelo ralo da incerteza nossas presunções. E aqui já descobrimos que nossa leitura da Bíblia começa bem antes de ter o texto diante dos olhos.


Funciona assim.

A princípio, tomamos a Bíblia como uma fonte inesgotável de verdades. A utopia da revelação. E a idéia torna-se ainda mais romântica, pois cada pessoa deve ler o texto bíblico sem a mediação de qualquer instituição, é o “livre exame” das Escrituras.
Mas a bibliologia protestante termina por se mostrar contraditória em seus demais critérios. Afirma-se que a mensagem bíblica é inconfundível, tendo em vista sua “infalibilidade”. Suas verdades são inegáveis, sua “inerrância” o pressupõe.
É um guia primaz para a vida, este afinal é o seu papel como “único padrão de conduta e fé”. Nossa confiança nela deve ser absoluta, pois Deus nada tem a dizer menos nem mais do que nela está dito.
Na altura do campeonato já ficou evidente que “a fonte inesgotável” secou. Tanta certeza. Tanta confiança. Tanto padrão não pode dar espaço para o imprevisível, o novo, o surpreendente, o misterioso.
A Bíblia, ou é revelação ou é padrão.
Ou revela, ou certifica.

Acredito que a Bíblia deixou de ser revelação ante a exigência de certeza. Nosso esforço de apresentar o texto bíblico como fundamento para a crença obrigou-nos a incorporar à leitura a repetição. Da mesma forma que sobre os fenômenos naturais podem-se afirmar coisas com base na sua repetição controlada, sistematizamos nosso pensamento sobre Deus, harmonizamos o texto para confirmar dogmas e impomos à Bíblia uma monofonia, uma teologia unívoca. E aquele que fugir à repetição comete erro, perde-se da verdade trilhada pelos fiéis, torna-se um herege.

Entre o leitor e a Bíblia instala-se uma lente escrupulosa de dogmas. Sendo assim, nem quem lê exerce o “livre exame” e nem a Bíblia pode ser experimentada como revelação. A leitura é repetitiva pela superposição do dogma à experiência com o texto, ao fazê-la já se sabe o que deve dizer. A leitura é antecipada pelo que dela já se sabe. O que termina sendo uma leitura cega. Não se vê nada além do que a dogmática já viu.

A repetição da leitura por dogmas lança-nos ao tédio insuperável. Talvez por isso a leitura da Bíblia tenha se transformado em um exercício ascético na espiritualidade protestante. Ler a Bíblia é um dever do fiel que busca santificar-se. Porque ler a Bíblia pela repetição é o mesmo que resistir às tentações dos prazeres. Devem-se juntar à disciplina da leitura bíblica, horas de oração de joelhos e um longo tempo de jejum, exercícios sofridos que prometem depurar a alma de seus apetites desordenados! Nem de longe isso se parece com a experiência de prazer sugerida por um poeta na Bíblia. Ele a compara à doçura do mel. “Como são doces para o meu paladar as tuas palavras! Mais que o mel para a minha boca!” (Sl 119.103) A Bíblia do beato é repetição enfadonha. A Bíblia do poeta é revelação apetitosa.

Ler a Bíblia pelas lentes do dogmatismo impõe a repetição como método de apreensão da verdade e fecha os olhos para a experiência da revelação. A revelação se opõe à repetição dogmática assim como o novo se opõe à mesmice, o inesperado ao previsível, o mistério ao banal.

Mas a revelação não pode ser vista como uma categoria bíblica. Uma marca de exclusividade. O que se constitui em uma contradição. Ao tratá-la como categoria apenas afirmamos artificialmente sua legitimidade, ou seja, ela se torna digna porque dela dizemos que é a revelação completa de Deus. No entanto, se for revelação como um ponto final para a possibilidade do novo, deixa de ser. E a Bíblia deveria passar a ser tratada como o fim da revelação de Deus. Deus e as suas palavras acabariam nas páginas da Bíblia. Ela seria o silêncio de Deus. Cabendo aos leitores recuperar o que já foi dito.
A revelação precisa ser encarada como a infinita possibilidade oferecida pelo texto. A revelação não é um pressuposto, mas uma experiência com a Bíblia. Uma experiência inusitada com o que da verdade se mostra. Com um sentido da verdade. A revelação não é o que aconteceu e por isso a Bíblia se tornou confiável. A revelação é o que pode acontecer infinitamente e por isso a Bíblia é inesgotável.

A descoberta de quem experimenta a revelação na Bíblia não pode ser de uma verdade totalizadora, mas da finitude de si mesmo, de sua atordoante relatividade. Diante do Deus que nela posso ver e das possibilidades de viver que dela se desprendem me descubro como um bebê recém parido. Muita luz, muito mundo, muita vida para tão frágil criatura. Pequeno e confuso olhar para um mundo de luzes a ser explorado. Quanto mais me percebo finito, mas o infinito se revela. Quanto mais profunda minha descoberta de finitude, mais livre me percebo diante de tudo. Tanto Deus. Tanta vida. Tanto mundo. Tanto a experimentar.

A experiência com a revelação precisa ser como um breve, surpreendente e libertador descortinar da verdade. Não é ela toda. Seria o fim, seria uma prisão. Mas apenas um insight dela. Não uma repetição enfadonha do que sempre foi, mas um alumbramento de uma parte de tudo o que pode ser. Um texto e infinitas possibilidades.

Fonte blog Um lugar para quem acredita que acredita

http://elienaijr.wordpress.com/

11/10/2008

Vivam em comunhão, ovelhinhas!


Essa semana acabei de reler 1984, de George Orwell. A primeira vez que o li foi em julho de 2004. Era casada e evangélica, mas minha fé já estava em crise, assim como meu casamento. Em maio daquele mesmo ano eu havia abdicado de ser uma das 12 apóstolas especiais da pastora. É um cargo que dá status dentro da igreja, mas também gera muito trabalho. Foi uma decisão difícil abrir mão do tal cargo porque ele é visto como uma espécie de chamado especial de Deus. Mas as responsabilidades eram muitas e eu as levava muito a sério: reuniões com minha célula (espécie de estudo bíblico), grupo de jovens sábado à noite (eu era líder), cultos de domingo à noite, cultos de domingo pela manhã uma vez por mês, reuniões semanais com a pastora e suas outras "apóstolas"... Reuniões essas em que rolava mais fofoca do que qualquer outra coisa. Você não é capaz de imaginar o quanto um bando de crentes reunidos pode ser fofoqueiro. Eu ainda tentava dissuadir as irmãs de ficar fofocando e partirmos para o lado espiritual. Eu era uma crente bem caxias mesmo.


Havia também os Encontros e retiros, que exigiam não só que perdessemos o final de semana do próprio evento, mas também que nos reuníssemos diariamente para orações e súplicas a Deus em prol dos tais retiros. Além disso, havia ainda os aniversários de membros da igreja, as conversas pessoalmente ou por telefone para aconselhar discípulos, as células do meu marido (um bando de rapazes ignorantes e incultos enchendo a minha sala), os aconselhamentos a jovens casais de namorados, as apresentações musicais da banda gospel do marido, os congressos, as viagens para congressos, as vigílias, os jejuns e uma infinidade de outras coisas que pudessem ser inventadas para manter as ovelhas marchando em perfeita harmonia e comunhão.


"Como é bom que os irmãos vivam em comunhão", diz a Bíblia. E se a Bíblia diz, é isso que vamos fazer: estar sempre juntos, unidos, amarrados uns aos outros por compromissos sem fim. Não era obrigatório participar de tudo, mas quem passa um bom tempo na igreja sem participar de nada, indo apenas aos cultos, logo se torna apenas um peão, um membro sem importância. Livre de muitas responsabilidades, mas também sem poder. Claro que ninguém admite que este é o motivo de estar presente em todas as ocasiões. Claro que é por amor a obra de Deus, por um chamado especial do Senhor Jesus, etc, etc, etc. Mentira. O amor ao poder move as rodas da igreja. É assim com a Católica Apostólica Romana e é assim com os protestantes, sejam pentecostais ou tradicionais. Eles estão sempre presentes às convocações porque quem está sempre presente sabe de tudo, vê tudo, ouve tudo, conhece mais e por conseqüência, pode mais.


Conhecimento é poder e isso é uma verdade entre os evangélicos também. Ora, por que gastar dinheiro e tempo em congressos do outro lado do Brasil e, quiçá, até do mundo? (A grande onda agora é ir a Jerusalém - é o sonho de consumo de qualquer cristão-pentecostal, sobretudo aqueles que seguem a Igreja em Células no Modelo dos 12.) Porque assim se está por dentro de todas as novidades, conhece-se as "estrelas" do mundo evangélico, ouve-se as pregações mais porretas (aquelas em que o pastor tem um domínio de público tão grande que promove catarses coletivas em que as pessoas choram, deliram, rolam no chão, pulam, gargalham e dançam freneticamente). Um Woodstock de Deus em que, ao invés de engolir LSD, engolem-se palavras dos pregadores e ao invés de se escutar boa música, escutam-se letras repetitivas dos cantores cristãos: Deus eu quero te ver; quero mais de ti; vem me tocar; me molha com tua chuva e por aí vai... (Mas isso é assunto para um próximo post.)

Por tudo isso e mais um pouco que naquele julho de 2004, George Orwell me conquistou. Eu sorria e abria a boca espantada lendo 1984. O livro é uma metáfora política sobre um mundo sutilmente escravizado por um partido político, que se apresenta na figura do Grande Irmão. George Orwell escreveu-o com o objetivo de ser um alerta sobre como os sistemas de governo podem controlar o cidadão. Mas eu via mais do que política naquele livro. Eu via, ali descrito, muitos dos métodos que a igreja usava para manter-nos pacíficos, fiéis aos seus princípios e incapazes de questionar os dogmas que seguíamos.


Hoje é muito estranho quando vejo algumas pessoas entregando grande parte de seu tempo, dinheiro e pensamentos para a religião. Não cogitam a possibilidade de faltar um culto de domingo, passam finais de semana acampados em lugares feios e úmidos, gastam seu dinheiro em dízimos, congressos e ofertas e convivem com pessoas que nada lhes acrescenta em termos culturais. E eu era exatamente desse jeito. Fervorosamente, desse jeito.

Qualquer semelhança não é mera coincidência...


"Era a segunda vez em três semanas que faltava a um sarau no Centro Comunal: gesto audacioso, pois podia ter a certeza de que era cuidadosamente verificado o número de presenças no Centro. Em princípio, um membro do Partido não tinha horas vagas, e não ficava nunca só, exceto na cama. Supunha-se que quando não estivesse trabalhando, comendo ou dormindo, devia participar de alguma recreação comunal; era sempre ligeiramente perigoso fazer qualquer coisa que sugerisse o gosto pela solidão(...)"(George Orwell - 1984)


Fonte Blog Heresia Loira


Particularmente acho que este é o retrato da vida de muitos que sinceramente querem agradar e servir a Deus, mas se encontram amarrados a uma teia de compromissos e ativismo que dão a falsa segurança de dever cumprido para com a espiritualidade. Não passa de uma barganha, de uma falsa segurança. Servir a Deus conforme a consciência do Evangelho é muito mais que ativismo é a forma de viver no amor para Deus e o próximo e isso pode se expressas até mesmo dentro de uma comunidade de fé, embora não seja o vislumbro. Por isso prefiro a outra via, da fé que caminha como Jesus caminhava, em direção das pessoas, sem agir somente na "casa de Deus" mas nas casas, ruas, bares onde a vida acontece de verdade e não na teatralidade da fé morta.
Talvez o poder citado pela loira herege seja bem mais que a manipulação ele é o poder de controlar pessoas no que fazem e consomem. A Igreja é hoje controle, quem leu A Revolução dos bichos de George Orwell támbém pode substiruir o poder político expresso na fábula pelo poder religioso ou seja a Religião de controle.
Claudinho.

02/10/2008

Dietrich Bonhoeffer






Na manhã do dia 6 de abril de 1945, entre as 5 e as 6 horas, os prisioneiros [...] foram retirados de suas células e o julgamento do tribunal de guerra lhes foi comunicado.
Pela porta entreaberta de um quarto, no acampamento, eu vi, antes que os condenados fossem despidos, o pastor Bonhoeffer de joelhos diante de seu Deus em uma intensa oração.
A maneira perfeitamente submissa e certa de ser atendida com que esse homem extraordinariamente simpático orava me emocionou profundamente.
No local da execução, ele orou novamente e depois subiu corajosamente os degraus do patíbulo. A sua morte ocorreu em alguns segundos. Em cinqüenta anos de prática, jamais vi um homem morrer tão completamente nas mãos de Deus.

[Testemunho do médico do campo de concentração nazista Flossenburg, citado em D. Rance. Un siècle de temóins. Paris: Fayard-Le Sarment, 2000]

01/10/2008

Igreja Universal dá a dizimista diploma assinado por Jesus




No caso da condenação da Igreja Universal do Reino de Deus pelo Tribunal de Justiça de Minas por explorar um portador de déficit mental, passou despercebido um detalhe revelador do quanto são enganadores os pastores dessa seita.

Do zelador Edson Luiz de Melo, os pastores tiraram tudo que puderam. Além de entregar todo o seu salário à seita, ao longo de anos, Melo emitiu cheques pré-datados e deu o dinheiro da venda de um terreno.

Em troca, o zelador recebeu um diploma de dizimista assinado, veja só, pelo próprio Jesus Cristo, o "abençoador", que, aliás, observe na reprodução acima, caprichou na caligrafia. A informação é do portal mineiro Uai. (http://www.uai.com.br/ )

O diploma transcreve Malaquias 3.10-12, que, entre outras coisas, diz “Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimentos na minha casa”.

Se isso não for charlatanismo então alguém me diga o que é.

O que houve com Melo, que acabou sendo afastado do serviço por causa do agravamento de sua doença, foi ao contrário do que promete o diploma de dizimista. Como dava tudo que tinha à Igreja Universal, faltou-lhe dinheiro inclusive para compra de remédios.

O Ministério Público deveria enfrentar a Igreja Universal, porque não se trata apenas de um caso, do zelador Mello. Existem outros. É só apurar um pouco, que eles aparecerão aos montes.

Fonte – Paulopes Weblog


http://e-paulopes.blogspot.com/2008/08/igreja-universal-d-dizimista-diploma.html

Acho que para um bom entendedor poucas palavras bastam. Como diz o chato do Boris “É uma vergonha” além de ser um estelionato, pois usarem o nome de Jesus a toa infelizmente até é comum, mas com assinatura em caligrafia é muita vigarice, o pior que é uma assinatura já traduzida pro português (risos).
Não é a toa que essa turma construiu um império com emissoras de rádio, tv e elege inúmeros parlamentares.
Ta na hora da PF derrubar a casa.

A morte do dolar



O presente colapso do sistema financeiro Americano é a resposta da história à ilusão do dólar.

Resposta tardia, mas ainda resposta. Afinal, não seria possível não haver tal resposta, sendo apenas uma questão de tempo sua materialização.

Entretanto, desde "A Morte do Dólar" e de "Os Juros Subversivos" — ambos os livros da década de 80, inicio dos anos noventa — que popularmente já se sabia que o futuro seria assim como está começando a ser agora: um mundo no qual a América experimentaria as conseqüências de seu modelo estilo New Babilônia.

O crescimento avassalador dos Estados Unidos antes, porém, muito mais depois da 2ª Grande Guerra, deu-se de modo não apenas meteórico, mas, também, despreparado e sem lastro capaz de bancar o dólar como esperanto econômico-financeiro do Planeta.

Nesse sentido, ainda equivocado em quase tudo o mais, Fidel Castro estava certo quando denunciava a arbitrariedade da existência mundial do dólar como moeda da Civilização Humana.

E Fidel não dizia isto apenas por estar inimizado com os Estados Unidos, mas, sobretudo, fundado em argumentação lógica, a qual não era ouvida pelas mesmas razões pelas quais não se dá ouvidos ao que seja verdade se a tal verdade não estiver em favor de nossos lucros nesta vida.

Os Estados Unidos, no entanto, não deverão perder a liderança mundial assim..., da noite para o dia.

Provavelmente a América ainda caminhe na energia inercial por vários anos, a menos que uma reviravolta de mentalidade aconteça para o bem.

Todo império, no entanto, existe em conluio com o mal. Nunca vi ou soube algo relativo a um Bom Império.

Na Bíblia os Impérios são sempre perversos.

Por isto a Revelação nunca deu autorização para a expansão de quem quer que fosse para além de suas fronteiras, menos ainda para Israel deu tal consentimento.

Deus não é descrito como Imperador do Universo, mas como Rei.

O império é sempre ilegítimo e expansionista. O Reino, todavia, recolhe-se ao ambiente de sua legitimidade natural.

No caso de Deus [rsrsrs, como se pudesse assim falar], Ele é Rei sobre tudo, pois, tudo foi criado por Ele e para Ele.

Assim, Deus somente seria Imperador se Ele não fosse o único Deus.

Mas ainda assim um dos Deuses teria de desejar o que fosse do outro Deus.

Então, desse modo, não teríamos Deus, mas Deuses. E, além disso, não teríamos nem mesmo a noção de Rei ou reino, pois, só existiria a guerra pelo Império.

Imperador é o diabo. E todo império tem a inspiração dele.

O Rei reina. O Imperador impera, se impõe.

O Rei é. O Imperador se torna pela sua conquista.

Voltando à América...

Os Estados Unidos se tornaram um Império. Aliás, dos Impérios, talvez o menos ruim até hoje.

Entretanto, ainda assim tornou-se um império, com atitude e arrogância de Império. Para sua tristeza fechou tal ciclo imperial com um mico como Presidente.

O Império Americano foi o império da ordem democrática como bandeira a ser defendida e imposta ao mundo.

Era a tirania da liberdade democrática a oferecer tapume para que por seu intermédio todas as ditaduras da Terra fossem saqueadas e possuídas pela liberdade.

A tirania americana foi e é ainda a tirania da democracia!

Tal ambigüidade no exercício do Poder Mundial somente poderia vir de um Império Cristão.

O que a América não supunha jamais é que um homem solitário viesse a se tornar o símbolo de sua queda.

Quando Bin Laden destruiu as torres gêmeas uma era findou...

O que se vê hoje em Wal Street é apenas o resultado da queda das torres acontecendo agora como fato econômico.

Agora teremos um tempo caótico adiante de nós todos, em toda a Terra. Afinal, um gigante não cai sem que um maremoto deixe de sacudir todas as praias da terra.

Faz parte. E nós estamos vivos para ver e testemunhar.



Caio

01 de outubro


Fonte www.caiofabio.com.br