31/01/2009

Porque eu odeio Religião

Por Mark Driscoll

Diferença entre Religião e Redenção - Exelente vídeo dublado em português.

Como não orar



Mark Driscoll é pastor da Mars Hill Church em Seatle


Fonte Blog Visão Integral http://visaointegral.blogspot.com/2009/01/como-no-orar.html

29/01/2009

A Mentira

A mentira é sempre reveladora em demasia; uma vez desmascarada podemos enxergar muito claramente as intenções do mentiroso. É muito mais eficaz esconder-se atrás da verdade, que ocultará para sempre a verdadeira natureza das nossas intenções. Paulo Brabo em "A bacia das almas" (www.baciadasalmas.com/2009/a-obra-da-serpente/)

Fonte www.ricardogondim.com.br

27/01/2009

Shu Profético

Fonte Pavablog ( http://pavablog.blogspot.com/2009/01/orkutosco-44.html )

Os homens que mais pedem dinheiro são os mais miseráveis


Não sou dizimista.

Já fui.

Não sou mais.

Nenhum devorador atacou a minha casa.

Nenhum demônio ou gafanhoto saqueou a minha despensa.

Não sou nenhum ladrão, sou apenas alguém que entendeu que o dízimo era para os judeus e não para os cristãos.

Os pregadores me chamam de ladrão, eu os chamo de mentirosos.

Eu não sou judeu e eles não são levitas.

Se o dízimo está sendo um peso para sua vida, alivie-se desta carga.

Não dizime com cheque pré-datado, dinheiro emprestado,cartão de crédito nem depósito bancário.

Não dizime sobre aquilo que você não tem.

Não suje seu nome, muito menos o nome de Deus.

Não se renda a chantagens emocionais ou espirituais.

Não tenha receio de recusar envelopes com pedidos de oferta.

Se o envelope já estiver no seu banco, rasgue-o ou coloquea quantia que você quiser, e não ponha o seu nome.

Não creia em promessas espirituais, físicas ou financeiras precedidas de pedidos de ofertas em dinheiro.

Jesus nunca fez isso, nem os apóstolos.

Os homens que mais pedem dinheiro são os mais miseráveise também os mais avarentos.

Os apóstolos Paulo e Pedro também não eram dizimistas.

Biil Gattes , o homem mais rico do mundo não é dizimista, no entanto, tem distribuído em vida parte de sua fortuna.

A verdadeira obra de Deus não vai acabar pela falta do dízimo, mas pode ter certeza que os pilantras e picaretas da fé vão desaparecer.

É o que eu espero.


Texto de A.Porto que está circulando pelo mundão digital dica do José Freire Silva Filho


O Desastre da Música Evangélica

Para quem leu rádios evangélicas eu juro que tentei de José Barbosa Junior vão poder agora acompanhar a experiência de Renato Fontes. Ele enviou um comentário com o link de sua experiência que agora passo a compartilhar com os leitores deste blog.
Valeu Renato, uma grande alegria ter você por aqui, volte sempre e traga novidades.


Big abraço.

O Desastre da Música Evangélica
Por Renato Fontes


Resolvi encarar pra valer o desafio de passar uma semana escutando só rádio evangélica, pra ver os efeitos. Tipo o "Super size me", do Morgan Spurlock, que ficou um mês comendo só no McDonalds e quase morreu de pressão alta...

Segue meu primeiro relatório!


======> Primeiro dia.


Para não ficar numa rádio da Univer$al ou do R R Soares, preferi a 107.5, que é da Quadrangular (na falta de outra rádio que não pertença a nenhuma denominação maluca ou gravadora, além de ser a mais ouvida).

Fiquei ouvindo boa parte da manhã. Algumas observações interessantes:

* Notei a predominância do estilo conhecido como "brega". Tanto sertanejão tipo João Paulo e Daniel como os berros do estilo pentecostal de Cassiane e seus clones.

* Não foi tão ruim quanto o esperado, no que se refere às letras. Não foi nada maravilhoso, é verdade, mas poderia ter sido pior. Tocaram algumas músicas com referências à cruz de Jesus, a Ele ser o único caminho e tudo mais, e isso foi legal.

* Notei que não tocaram nem Diante do Trono, nem Cirillo, nem Nívea e nem "Dêivi Dikila". Interessante, já que é isso que o povo mais escuta.

* Infelizmente, na rádio eles não falam os nomes dos cantores, então não tem como saber...

* Tem muito mais cantoras do que cantores, na proporção aproximada de 3 para 1. Isso não é nem bom nem ruim, é só uma constatação. O ruim é que a maioria delas é aquele estereótipo de cantora da Emeká publicitêition, que aparece nos clipes levantando as mãos pra cima e cantando no estilo berro pentecostal. Haja ouvido!

* Como tem chovido! As poucas canções do estilo "louvor e adoração" que tocaram são daquelas comunidades que aparentemente nunca lançaram CD e seguiram a moda de gravar alguma coisa. Detalhe, só se fala na bendita da chuva. É um tal de "Deus faz chover, chove pra lá e pra cá" que não dá pra entender. A única coisa que se aproveita nessas músicas, na minha opinião, é o baixo. Os baixistas dessas comunidades geralmente são fera. O resto é aquela mesma lenga-lenga que se canta nas igrejas.

* A grande maioria das letras foram centradas no indivíduo, e falam de sofrimento: "se você está sofrendo, olhe para Jesus, clame e ele te dará a vitória..."

* Por incrível que pareça, alguns dos breganejos que tocaram dão de mil a zero nos "viniardes" da vida no que se refere à letra (como se viniarde fosse um bom parâmetro!) Teve um que eu peguei no final que terminava algo como "Ele era Jesus, eu era Barrabás". Parece que era Barrabás cantando na primeira pessoa. Um breganejo horrível musicalmente, mas com uma letra que pareceu que era interessante.

* Quando eu estava no trânsito, por volta de meio-dia, entrou o programa de notícias, e fiquei ouvindo as notícias por cerca de meia hora. Depois tocaram uma canção da Amy Grant ("it's too late for walking in the middle, please make up your mind etc") do início dos anos 80, a única canção internacional do dia, e foi quando tive que estacionar o carro e parar de ouvir.

Amanhã dou mais notícias...


======> Segundo dia.

Aqui vai o relatório de mais um dia da saga. Tá começando a ficar difícil.

Hoje variei um pouco e ouvi também a rádio do R R Soares. Lá pelo menos eles falam quem tá cantando.

* Continua chovendo muito. Mais uma música (pela voz deve ser a Ludmila Ferber, mas não tenho certeza) que só fica falando "derrama tua chuva, abre as comportas dos céus, faz chover etc etc". Ela começa com "nos últimos dias farei derramar....." ou alguma coisa assim. Se alguém conhecer e puder falar pra nós de quem é isso... Ela é bem rápida, com a bateria tocando uma batida militar na caixa.

* Hoje tocaram uma que deve ser do Judson Oliveira, já que só falava de perfume, jardim, noiva, noivo, etc. O que me tirou do sério é um homem cantando "eu vou abrir o meu coração, eu vou deixar o meu noivo entrar". Tocar isso no rádio??!?!?! Fora de um contexto muito específico, isso vira apologia ao homossexualismo, bolas! Rádio é escutado por todo mundo, inclusive novos convertidos que não conhecem esse palavreado codificado que a gente usa.

* Os breganejos continuam com força total, na rádio da Quadrangular. Desta vez as letras foram piorzinhas. Repetiu-se aqueles chavões como "quebrar as cadeias/correntes/grilhões", "ele vai te dar a vitória", e até um que não sei de qual Bíblia eles tiraram (deve ser do livro dos mórmons) - "ele queima toda enfermidade e tira todo mal". Queimar enfermidade? Bolas, eu já vi curar, agora queimar é o máximo...

* Notei um ponto positivo nos breganejos, eles costumam ter solo de violão legal. Sério. Hoje teve um que começa com alguma coisa na escala de lá menor harmônico. Eu até peguei o violão na hora para copiar um "lick" do solo, mas quando consegui pegar o instrumento já tinha esquecido... Aí já era, entrou a voz na música e estragou tudo.

* Que experiência singular ouvir o R R Soares cantando, em ritmo de country, "eu quero estar com Cristo quando a luta se travar"... Isso é da Harpa Cristã, não é? Pra quem já ouviu o Sílvio Santos cantar aquelas musiquinhas de carnaval, é a mesma coisa só que em outro ritmo.

* Não agüento mais ouvir "Draw me close to You" do Michael Smith e suas 23 versões em português. A música até que não é feia, mas já saturou.

* Mais uma vez o tema "se você está sofrendo clame a Jesus e Ele te dará a vitória" foi a tônica. Podemos dividir as letras basicamente em 3 grupos, (1) o clame-e-ele-te-dará-a-vitória-e-quebrará-as- cadeias, (2) o jardim-do-perfume-do-noivo-quero-o-colinho-do-papai- quero-cheirar-os-teus-cabelos (esse até que não toca muito no rádio não, graças a Deus) e (3) o da chuva-de-bênçãos-e-bandejas-de-unção-e- derrama-o-poder. O grupo (1) ganha disparado em tempo no rádio.

* O "bandejas de unção derramada pelos anjos" não fui eu que inventei não, ouvi isso num breganejo hoje.

* A pérola do dia, ""quero ver a mão do Senhor tocar em seu viver iê iê..." em ritmo de rodeio, da dupla "Os gauchinhos", gravadora do R R Soares. Pelo menos teve um solo de guitarra country interessante.

* Outra pérola que escutei numa música não me lembro qual estilo, "Deus não ouve música, mas ouve a voz do coração". É verdade. Só que ele esqueceu que, embora Deus realmente não ouça música (será?), as pessoas ouvem. E são as pessoas e não Deus que cantam na igreja, que compram CD, que ouvem rádio... Quer cantar só pra Deus? Entre no seu quarto, feche a porta e cante sozinho. Se quer gravar CD, cante direito, com arte e competência técnica, porque não é só Deus que vai ouvir. É a cultura do medíocre que entrou de vez nas igrejas.

* Quase não acreditei quando ouvi isso: "quem quer alcançar o favor do rei, toque na ponta do altar". Do "ministério a pá sentar". Oloko, que língua esse cara tá falando? A letra é sem pé nem cabeça, tipo "quem quiser fogo que traga a arca, quem quiser vida que suba na cruz (???), quem quiser o favor do rei que toque na ponta do altar..." Onde nós vamos parar? Ao contrário do que falei anteontem, nessa o baixo passou em branco, o que se destacou foi o solo de guitarra maneiro.

* O Carlinhos Félix mergulhou na onda louvor/adoração e tá gravando música da Darlene Zchech agora. "Junto a Ti, teu amor me envolve etc".

* Ah, já ia me esquecendo, dia 30 é o dia da reparação das perdas na Igreja Internacional da Graça de Deus (do R R Soares), com óleo da multiplicação e tudo. Se você perdeu uma semana ouvindo rádio evangélica e se privando de boa música, compareça lá que você será restituído 7 vezes mais!

Se eu resistir mais um dia, mando outro relatório amanhã!


======> Terceiro dia.


Hoje foi o dia das "pregações", que até então não tinha tido a chance de ouvir. De manhã, por volta das 7 horas, na rádio da Quadrangular, um pastor cujo nome já me esqueci pregava, sem citar a referência bíblica, sobre um texto escondidinho lá em II Samuel 23:11-12, sobre um dos valentes de Davi que venceu os filisteus que roubavam as lentilhas dos israelitas (ele nem mencionou que era um dos valentes da Davi, só citou a passagem assim, sem referência e sem contexto).
Daí fez a aplicação imediata do texto: "e você, vai deixar o diabo roubar suas bênçãos (lentilhas)? Venha para a campanha contra os sete espíritos mais perigosos do inferno." E continuou, explicando que os espíritos mais perigosos são o de miséria, o de enfermidade, o de confusão.... Ou seja, se o cara é miserável não é porque é preguiçoso, é por culpa do espírito de miséria (não estou dizendo que todo mundo que é miserável é por preguiça, não me entendam mal!!!). Só fico imaginando o que teria acontecido com o "espírito de porco"...

Por volta das nove da manhã, veio o testemunho de uma ouvinte que era estéril mas conseguiu engravidar por que "determinou para Deus" que o neném estaria na sua barriga, conforme lhe havia instruído o locutor um ano atrás.

Mas como Deus é misericordioso, atendeu o desejo dela mesmo ela dando ordem pra Ele! Seguiu-se a canção "A cura", cantada pela Cassiane. "A cura vai chegar, não há como impedir", ou coisa parecida. O mais legal é que essa música fala sobre uma suposta "nuvem de unção", o que quer que isso signifique.

Ah, esqueci de dizer, hoje ouvi pela primeira vez uma canção genuinamente brasileira, aliás duas, cedinho antes da tal pregação. Era um forró nordestino com triângulo e tudo, seguido de um breganejo acompanhado por sanfona (desta vez bem diferente do country de corno americano). Os dois tinham a letra caracteristicamente pentecostal, dizendo algo como "o seu fogo é tremendo, nem um bombeiro querendo consegue apagar" (perdoem minha memória, as palavras podem não ser exatamente iguais). Tá feia a coisa.

Pentecostal só fala de fogo e neopentecostal só fala de chuva. Deve ser por isso que o tal avivamento não vem, a chuva apaga o fogo...

Já na rádio do R R Soares, veio o ponto alto do dia, a "oração do meio-dia com o consagrado homem de Deus ministro Camilo". Ele começou, com aquela voz estereotipada de pastor de TV, "coloque um copo d'água sobre seu rádio para receber a energia positiva...". Foi difícil de acreditar, mas ele disse isso mesmo.

Até suspeitei que fosse delírio meu, depois de quatro dias ouvindo rádio evangélica, mas não, eu tenho uma testemunha. Ele falou isso mesmo. E foi mais longe, "nesta sexta eu estarei realizando [sic] a maior campanha espiritual do Brasil e do mundo, a campanha da defesa espiritual, na qual você receberá o bracelete da defesa espiritual com um versículo bíblico"... Fico imaginando o que o pessoal da "campanha contra os sete espíritos mais perigosos do inferno" pensaria disso! Ah, eles fecharam a "oração do meio-dia" dizendo "venha para a campanha da defesa espiritual com o *mestre* Camilo". Uai, além de pastor ele ensina capoeira?

Quanto à parte musical, foram uns 3 breganejos, um rock estilo Resgate/Oficina/Fruto (antes de um breganejo), uma da Cassiane e três no estilo congregacional. Aí é que vem a parte legal. A primeira congregacional tem aquela letra no estilo triunfalista, tipo "agora com Jesus eu sou um super-homem, nada pode me impedir/derrotar/deter, nem a criptonita do inimigo, sou imbatível, bla bla bla". Já a segunda foi, pela primeira vez, uma música legal nesses quatro dias. Sério, o locutor falou no fim o nome do grupo, chamava-se banda "Nefet" (Nephet? Será que ele não quis dizer "nephesh", que é "alma" em hebraico?) Bom, a música me deu aquela sensação de "nem tudo está perdido". A letra era meio nada-de-mais, tipo "Cristo sou seu amigo, estou contigo nos lugares celestiais", alguém aí conhece?? A música tinha uma progressão de acordes bacana, cheia de sétimas maiores (quem me conhece sabe que eu adoro sétimas maiores!), com um acompanhamento maneiro de guitarra e metais, e um solo de percussão no meio super bacana. Deu vontade de comprar o CD deles, se alguém puder me indicar se é bom o resto ou se foi só essa... A terceira congregacional foi a prosaica "Rompendo em fé", e aí tive que estacionar e parar de ouvir.

Só uma observação, notei nestes dias como o equilíbrio é importante. Essas canções pentecostais do tipo "está sofrendo não desanime clame a Deus e Ele te dará a vitória e quebrará os grilhões" não são heresia, são verdade, mas quem ouve deve achar que crente só sabe sofrer. Por outro lado, as que dizem "em Jesus estou nos lugares celestiais e nada pode me derrotar" também não são heresia, mas o problema é que isso leva para o triunfalismo muito facilmente.

Uma coisa tem que ser equilibrada com a outra. E não é isso que tenho percebido, sinceramente. O mesmo artista geralmente só escolhe um estilo ou o outro...

Lutando para manter a sanidade e sofrendo com a crise de abstinência de música...


======> Quarto dia.

Para a decepção dos fãs, hoje não deu tempo de escutar quase nada. Vou ver se tiro o atraso de noite e dou um relatório maior amanhã...

* Descobri que o Conrado se converteu, e pelo visto a Sorvetão também. Ele continua cantando brega do mesmo jeito.

* Hoje tocaram uma música no estilo Cirillo/Deividikila, mas não sei se é deles. Um roquinho estilo britânico com batida 2/4, metrônomo a 120 (meu metrônomo mede isso). Uma letra bem clichê, tipo "quando estou em tua presença me dá vontade de cantar, me dá vontade de pular, me dá vontade de dançar......" Nos EUA hoje em dia só se canta isso em boa parte das igrejas, acho que foi a moda do Delirious e do Viniarde que ficou mais popular que o Hosanna e o Maranatha. Semelhante ao que aconteceu no tempo dos Beatles, a música britânica passou a influenciar os americanos demais, e conseqüentemente nós aqui também.

* Mais uma vez, dá-lhe estilo cantora pentecostal, desta vez menos berrada do que o estilo Cassiane, agora mais para Alda Célia (não sei se tocou alguma coisa dela, a rádio não diz quem está cantando!)

* Na hora das notícias, acabei mudando de estação e colocando na rádio do R R Soares. Só deu tempo de ouvir duas canções, uma meio "dance" (o famoso "putz-putz", só que mais pra anos 70) falando qualquer coisa do tipo "glórias ao Espírito de Deus". A voz do cara fez doer meus ouvidos. A outra era um rock tipo Resgate, falando sobre 5 pães e 2 peixinhos. A letra era até interessante, mas esse estilo definitivamente não me apetece.

* Apesar de realmente as rádios evangélicas privilegiarem o que é produzido no Brasil e não tocarem quase nada de gringo (no passado elas já tocaram com mais freqüência Sandy Patti, Amy Grant e Petra), percebe-se nitidamente que nada é em estilo genuinamente brasileiro. Até os breganejos são parecidos com os countries de corno dos americanos (Willie Nelson etc). Os berros estilo Cassiane tentam (eu disse tentam!) imitar as cantoras negras de igrejas americanas, só que não passam nem perto. Os de louvor/adoração hoje em dia é tudo pop-rock, mais especificamente a vertente britânica, geralmente em tons mais fáceis para tocar em violão, a saber, mi e sol (notei que o Deividikila só toca em sol). Ainda existe o tabu de que tudo que tem percussão que não seja bateria (instrumento americano) é do diabo. Se bem que tá melhorando, uns anos atrás até bateria não era bem vista.

* Mais um dia e não tocaram Diante do Trono. Interessante, aqui em BH tem uns 30 mil membros da Lagoinha, fora as "franquias" (na verdade, clones mesmo). Será que é porque eles não pagam jabá? é a pergunta que não quer calar. Bom, talvez eu tenha que ouvir por mais tempo pra saber se não tocam mesmo ou se foi coincidência. Ou às vezes é porque a rádio é da Quadrangular, e eles não devem gostar de concorrência. Vai saber...

* VPC, João Alexandre, Logos? Eles não devem nem saber o que é isso.

* Os primeiros sintomas da síndrome de abstinência de boa música já começaram a se manifestar. Até quando pego o violão eu me propus a fazer apenas exercícios técnicos (tocar escalas e cromatismos para exercitar os dedos) ou improvisar em cima das músicas do rádio.

Se eu resistir, amanhã mando mais um relatório.


======> Quinto dia.


Os sinais de insanidade já começam a se manifestar. Já estou falando o idioma fluentemente (ou quase): "há uma unção neste lugar... quero mergulhar nessas águas, nadar no rio de unção, que traz restauração para todo o meu interior...." Pegue essas palavras, troque a ordem, repita algumas vezes, coloque uma cantora com voz bem forte cantando, e você já fez um quarto da programação de uma rádio evangélica. Eu sei que isso não é heresia, que Jesus falou mesmo que rios de água viva fluiriam do nosso interior, a Bíblia fala o tempo todo de cura, libertação, restauração, etc, inclusive usando a metáfora do óleo que sara feridas, mas o problema é que a falta de criatividade tá cada vez pior. Quando um termo cai na moda, já era.

A coisa tá ficando pior ainda, já que depois de alguns dias estou ouvindo mais de uma vez a mesma música, e a conseqüência inevitável é que a gente fica com a canção na cabeça o resto do dia. É de doer...

Outras observações:

* Vamos começar pelo lado bom. Depois do besteirol que escutei ontem de manhã, ontem de noite já vi que nem tudo está perdido. Liguei o rádio depois de 10 da noite na estação da Quadrangular e o locutor contou aquele história supostamente real da mulher racista no vôo da British Airways (essa história já circula faz anos na internet. Se alguém quiser ler, veja em www.quatrocantos.com/lendas/141_preconceito.htm). Seguiu-se uma longa mensagem sobre preconceito, acepção de pessoas, racismo, desprezo aos pobres, etc etc etc, coisa que não se prega nas igrejas hoje em dia. Depois, no horário do comercial, estragaram tudo com uma propaganda da "campanha contra os sete espíritos mais poderosos (e não perigosos, como eu disse ontem) do inferno", segundo eles "a maior campanha de libertação de Minas Gerais". Só não deixe aquele cara da outra campanha que falei ontem (o tal do "Mestre Camilo" saber disso...).

Lá pelas 11 da noite, veio mais um alívio, um pastor de uma outra denominação (algo como "Comunidade Cristã Pão da Vida", não lembro direito) fez uma longa exposição do Evangelho, citando Moisés e os Salmos e finalmente o Novo Testamento. Uma pregação de uns 40 minutos que expôs o Evangelho sem rodeios e penduricalhos, que deixou ao mesmo tempo alegre pelo teor da pregação e triste porque ninguém passa isso nos horários de maior audiência... Mas a mensagem foi tão boa (sério, sem ironia!) que, no fim, eu já estava quase levantando minha mão e falando "eu aceito!" hehehe

* Ontem ouvi a "parada de sucessos" da rádio do R R Soares. Tocaram, não necessariamente nesta ordem, um clone do Marcos Witt (Marcos González), "Agnus Dei" do Michael Smith, uma cantora estilo Ludmila Ferber (se não for a própria) cantando sobre "mergulhar-nas-águas-de- restauração-bla-bla-bla" e o Carlinhos Félix mais uma vez cantando "Senhor eis-me aqui" (pelo menos o arranjo dele foi melhor que o da Darlene Zchech).

* Hoje fui ouvir mais um pouco de manhã, mas liguei o rádio e foram uns 10 minutos de propaganda (sem exagero, se bobear foi mais tempo ainda!), até que desisti e fui fazer outra coisa.

* Por falar em propaganda, deu vontade de comer um mês só no McDonalds, pra ficar bem gordinho e poder assim experimentar o "Dieta Fácil", que eles dizem ser a oitava maravilha do mundo e que ocupa boa parte do horário publicitário na rádio da Quadrangular. Mas aí eu fiquei na dúvida, porque depois eles fizeram propaganda do "Magrins". Já que o "Dieta fácil" é tão bom, por que eu precisaria usar outro produto? Acho que estão querendo me engalobar...

* A rádio, em parceria com uma livraria evangélica bem conhecida em BH, sorteou para um ouvinte um Microsystem e mais dez CDs: Diante do Trono, André Valadão, Alda Célia, Cassiane, Soraya Moraes, Aline Barros e mais uns outros que não me lembro. Engraçado, a igreja brasileira cuspiu mesmo no prato em que comeu. Todo mundo se esqueceu do VPC, do Bomilcar, do Carlos Sider, do Aristeu, do Jorge (Camargo e o Rehder), do Guilherme Kerr e até do João Alexandre. Olha que estou falando dos pioneiros, aqueles que graças a eles a gente pode ter uma bateria na igreja hoje. Se eu fosse falar dos independentes e outros que estão começando agora... Já ouviram falar no Márcio Cardoso, na Gláucia Carvalho, no Josimar Bianchi, no Silvestre Kuhlman, no Carlinhos Veiga? Pois é...

* Não tocaram Diante do Trono até hoje, mas hoje tocaram André Valadão na rádio do R R Soares (a propósito, a rádio se chama "Nossa Rádio").

* Talvez ainda dê tempo de participar da promoção da Nossa Rádio - o prêmio sensacional é um livro do Kenneth Hagin!! (pra quem não conhece, o papa da teologia da confissão positiva)

* Ontem ouvi dois forrós na Nossa Rádio. Um era genuinamente nordestino: "se Deus détérminou, está détérminado etc", falando que se Deus decretou, se Deus disse, se Ele falou que você tá curado, que você tá abençoado, etc, ninguém revoga. O outro forró já era o que chamam de "forró universitário", ou seja, coisa de gente do Sudeste que faz música imitação de forró pra tocar em baile de estudante e em boates. Esse outro falava "se o inimigo fechou a porta, o anjo tem a chave e vai abrir a porta" (isso mesmo, rimou "porta" com "porta". Genial!)

* Hoje tive que ouvir de novo a pérola "eu vou abrir o meu coração/eu vou deixar o meu noivo entrar"... Pelo menos ela tem um solo de guitarra bem legal.

* Acabei escutando mais uma pérola do tal do "A pá sentar de Nova Iguaçu". Desta vez a aberração foi "restitui, eu quero de volta o que é meu". Bolas, imagine Jó recebendo a notícia de que perdera tudo, e dizendo uma frase dessas pra Deus... A única coisa que é genuinamente seu, cara pálida, é o fogo do inferno. Essa é a única coisa que você e eu realmente merecemos. O que vier é lucro. Deus só não me manda pra lá por misericórdia, porque é isso que meu pecado me fez merecer. Parece que os cariocas estão querendo se superar. Primeiro é a turma de Nilópolis, agora é Nova Iguaçu... Quem será o próximo?

* Mais uma da dupla sertaneja "Os gauchinhos" da "Graça Music" (gravadora do R R Soares): "Com Deus na sua vida é vencer ou vencer". Notei também que em boa parte das canções a palavra "vitória" e seus derivados aparece o tempo todo. Deviam tocar a musiquinha do Ayrton Senna (Tema da Vitória) em rádio evangélica também, acho que ia dar audiência...

* Ontem, depois que acabou aquela mensagem maravilhosa que falei acima, começaram a tocar a vigésima quinta versão em português do "Draw me close to You" do Michael Smith. Não agüentei e fui dormir.
Tá difícil. São só mais dois dias, mas já está muito difícil de agüentar. Não sei se rio, se choro, se pulo do meio-fio, se mergulho nas águas de restauração, se compro o "Dieta fácil" mesmo sem precisar......


======> Sexto dia.


O que me anima é que já está quase acabando.

· Ontem ouvi mais uma vez a sensacional "Parada de Sucessos" da "Nossa Rádio" (do RR Soares). Imaginem o que é enfrentar o estressante trânsito de uma grande cidade ouvindo isso... Pelo visto a gravadora dele, a Graça Music, vai muito bem, já que os três primeiros colocados eram daquela gravadora!! Destaque para a Sandrinha, com "Rios de unção" – "eu vou mergulhar em suas águas etc" e para a versão rodeio do "eu quero ver a mão do Senhor tocar em seu viver", da dupla sertaneja "Os gauchinhos".

Bom, eu não posso ouvir outra coisa que não rádio evangélica, mas posso mudar para outra estação evangélica, e foi o que fiz, colocando na rádio da Quadrangular. Adivinhem o que estava tocando? Diante do Trono! Pelo visto minha teoria de que eles não tocam no rádio porque não pagam jabá "caiu por terra" (viram, já estou fluente no evangeliquês!!) Depois disso, fui salvo pela "Voz do Brasil" e desliguei o rádio. ·

Descobri também que no meu relatório de dois dias atrás a música que falava de "Chuva" era a "Chuva de avivamento", da Alda Célia. "Abundante chuva! chuva! Derrama sobre nós esta chuva Abre as comportas dos céus, Senhor Faz chover..." Puxa, quanta criatividade de quem compôs isso! ·

Aliás, continua chovendo... Olhem só a que tocou ontem com o PG cantando: "Chuva, quero chuva/Tua chuva sobre mim/Chuva, quero chuva/Tua chuva de unção sobre mim/Faz chover, faz chover/Abre as comportas do céu" – detalhe, essa é a letra completa da música. Quem copiou de quem?? · Minha constatação no primeiro dia de que não se tocava tanto louvor e adoração pelo visto não foi correta. Foi só escutar no horário de 9 da noite, que na rádio da Quadrangular era só esse estilo, bem como hoje cedo (entre 7:30 e 8 da manhã). Destaque para "Ele vem e ele vem saltando pelos montes", "Jardim secreto da adoração" (Alda Célia) – "Eu já me perfumei com o óleo da unção/Já me adornei com as vestes reais do louvor/Por ti desfaleço de amor" (essa letra devia ser proibida para menores de 18 anos!), "Senhor te quero", do Viniarde míusique BraZil (argghhhhhh!!! Eu achava que pelo menos dessa eu tava livre, ai ai ai!). · E é um tal de "move as águas" e "toca nas águas" que eu não entendo. Deve ser a água da chuva que tem sido abundante!

Desse jeito, o fogo dos pentecostais não vem!! Tem uma assim "move as águas senhor,move as água/vou mergulhar,vou restaurar a minha vida", da Comunidade Cristã de Goiânia, naquele estilo em que o "líder/dirigente de louvor" fica berrando no meio da música e mais falando do que cantando, e também uma da Lauriete que é assim: "Toca nas águas meu irmão, toca nas águas (...)E pela fé tua vitória hoje vai chegar, em nome de Jesus." Engraçado, antigamente se dizia "se Deus quiser", mas hoje os crentes já decretam "vai acontecer em nome de Jesus" (tá implícito aí um "queira Deus ou não, não faz diferença..." ·

Ontem à noite tocaram uma que deve ser do Marcos Witt, em ritmo caribenho, em espanhol, que gostei muito. Pelo menos uma... · Pela primeira vez tocaram o Voices... · Mais cantoras no estereótipo Emeká (nem todas são dessa gravadora, mas o estereótipo é o mesmo): Lydia Moisés ("Sou protegida..."), Eyshila, Jossana Glessa, fora outras. Aliás, tenho uma teoria que divide essas cantoras em dois grupos, o pentecostal e o neopentecostal. Infelizmente existe aquele estigma que pentecostal tem que ser pobre, então quem é pobre metido a rico não aceita o rótulo de pentecostal e se intitula "neopentecostal". Pobre que não se importa de assumir que é pobre é pentecostal mesmo. Quem é rico mesmo não tá nem aí pra isso. Pois bem, tem as cantoras pentecostais, que berram e falam de poder, de fogo etc.

O ícone delas é a Cassiane. Já as neopentecostais falam de água, chuva, unção e restauração. O ícone delas é a Alda Célia. Geralmente berram menos. Mas ambas fazem clipes em que aparecem levantando as mãos. Aliás de pobre a Cassiane não deve ter nada, já vendeu milhões de cópias! · Mais breganejo... Mas já estou até acostumado. ·

Confesso que hoje não consegui ouvir pela centésima segunda vez mais uma versão do "Draw me close to You" e desliguei o rádio... Não deu, fraquejei, perdoem-me! ·

Mais uma pregação vazia seguida da campanha contra os sete piores espíritos do inferno, com o pastor Jerônimo Onofre da Silveira, na rádio da Quadrangular. Ele pregou sobre a viúva ajudada por Eliseu, que segundo ele estava endividada de manhã e de tarde já era a maior empresária do ramo de azeite da sua cidade. Ele assegurou que o ouvinte em situação parecida iria melhorar sua condição até o fim do dia. Fico pensando se um ouvinte mais simples, am aperto financeiro, escuta isso, chega no fim do dia, ele tá pobre do mesmo jeito, se ele não vai querer culpar a Deus pela baboseira de um pastor... Segundo eles, os sete piores espíritos do inferno são o de confusão, o de perturbação, o de miséria, o de enfermidade, o de injustiça e mais duas legiões, uma que traz a presença do capeta e outra que causa derrota... ·

As músicas de louvor/adoração estão cada vez mais sem criatividade. É um tal de "Meu prazer é estar prostrado diante de Ti na tua presença etc". É só juntar meia dúzia de palavras assim, mudar a ordem, tocar em dois ou três acordes maiores que qualquer um lança um CD de adoração. Aliás, esse negócio de "meu prazer é isso" me soa meio hedonista...

Tá complicado. Será que eu resisto até amanhã??



======> Sétimo dia.

Nem acredito, consegui resistir bravamente. Resta-me agora um longo período de recuperação pela frente...

Obrigado a todos que me prestigiaram com sua audiência virtual. Com alguém disse, o Super Size Cóspeu alcançou a marca história de 45 pontos no Ibope!!

Vamos lá. Ultimo dia da saga. Como eu comecei segunda dia 27 de manhã, fui até o domingo dia 3 de noite, daí minha demora em dar o sétimo e último relatório.

Vamos então às observações:

* Ouvi uma pregação de uns 20 minutos falando sobre o espiritismo, que não acrescentou nada.

* Desta vez foi só a rádio da Quadrangular. A rádio do R R Soares ficou de lado desta vez.

* Tive que ouvir mais duas vezes a tal da "chuva de avivamento". Agora essa porcaria não me sai mais da cabeça nem com cirurgia no cérebro...

* Fizeram a propaganda mas não tocaram inteira (ainda bem) mais uma canção falando de chuva, de uma tal de Pâmela, da Emeká.

* Tocaram uma do Kleber Lucas pela primeira vez (o ritmo dela, meio quebrado, é até legal). O locutor anunciou, "antes você ouviu Voices, 'Pisa no inimigo'". Puxa, nem acredito que eu perdi essa pérola...

* Tocaram de novo uma do Diante do Trono, das mais recentes, mas que eu não consigo lembrar o nome. Ela tem um solo de percussão bacana no final. É um restinho de esperança que eles fiquem um pouco mais com a cara do Brasil...

* Tocaram uma canção de letra clichê (levante suas mãos e exalte ao Senhor), que não falaram quem canta, que tem os acordes flamencos, solo de violão flamenco, mas uma batida de techno que destruiu a música. Por falar em mistura exótica...

* Tive que aturar mais uma vez "Senhor te quero", do viniarde, mas desta vez cantada em inglês ("In the secret") pelo Sonic Flood. Para quem já não gostava dela no arranjo "normal", foi um tratamento de canal.

* Eu já estava aliviado, pensando que pelo menos "Eu quero é Deus" eu não tinha sido obrigado a ouvir. Pois eis que senão quando, adivinhem o que eles tocam domingo de noite?? Ninguém merece!! Vou poupar vocês de ouvir meus comentários sobre essa "música" e sobre essa "letra". Vou comentar pelo menos um lado bom, a exemplo do que falei no primeiro dia, o baixista mandou ver.

Pelo menos isso se aproveita.

* Pontos positivos (acreditem, houve!): Tocaram o clássico "Oh happy day" (mas não disseram quem cantava), num arranjo bem maneiro. Tocaram uma música inspirada no filho pródigo, que o locutor disse que a cantora era "Aline Santana", se não me engano. A letra começa assim: "Eu tão longe andei meu caminho escuro se tornou/Perdido e sem forças me senti/Eu não pude ver que ao meu lado sempre estava alguém/Tentando meu ajudar a prosseguir". Uma letra bem legal, que hoje infelizmente é mais exceção do que regra.

Tocaram também duas músicas legais, uma da Jeane Mascarenhas (não conheço a cantora) e outra da Jamile (essa última no estilo "disco" anos 70). Aliás, uma vez vi a Jamile na TV imitando a Whitney Houston, igualzinha... Essa que tocaram dela é menos "comercial" que as outras que ela canta.

* Pela primeira vez tocaram o Legião Urbana. Quer dizer, o Catedral. Se não fosse rádio evangélica, eu pensaria que era o Legião.

* Foi o dia que mais tocaram músicas estrangeiras. Lembrei-me também da "You're my God", da Jaci Velasquez.

* Para fechar com chave de ouro, mais duas versões da "Draw me close to You". Desta vez consegui resistir até o fim e escutar tudo. Outra que não sai mais da cabeça. Tá revezando com a chuva do avivamento...

Observações gerais agora, sobre os sete dias:

* Realmente a proporção de cantoras é maior que a de cantores, mas não tão alta quanto constatei no primeiro dia.

* Chuva, chuva, chuva...

* Só se faz rádio evangélica para pentecostal e neopentecostal. Nada pessoal contra esses irmãos, mas acaba existindo uma discriminação contra quem não se encaixa nesses rótulos, que tem que se virar e comprar CD mesmo, ou então que ouça as notícias da CBN ou outra rádio.

* O estilo "brega" é campeão disparado. Falta um pouco de noção de quem faz a programação. Tocam um rock e um breganejo colados um no outro. Constatei isso várias vezes.

* Chuva, tem chovido, manda mais chuva...

* O Diante do Trono tem muito menos representatividade no rádio do que seria de se imaginar, a julgar pela quantidade de discos que eles vendem. Quem não gosta deles, fique sabendo que existe coisa muuuuuuuuito pior.

* Não ouvi nenhuma do Cirillo e só uma que talvez seja do Deividikila, mas não tenho certeza. São outros que, pela quantidade de discos que vendem, seria de se esperar que tivessem mais representatividade no rádio.

* As gravadoras que têm ca$calho, cujos nomes não vou citar (Emecá, Graça Míusique, Line Records, etc) tocam o tempo todo, inclusive com propagandas de seus artistas.

* Chove chuva, chove sem parar...

* O uso excessivo de metáforas como águas, quebrar os grilhões, jardim do noivo e outras coisas pra lá de etéreas.

* Doutrinas centrais do Cristianismo, como a cruz e a salvação tiveram muito menos representatividade do que coisas acessórias como poder, unção, avivamento, etc.

* Tirando a canção que lembra remotamente o filho pródigo, não se canta mais nada sobre as parábolas de Jesus.

* As pregações são muito mais voltadas para o bem-estar material do que espiritual do indivíduo, com poucas exceções. As tais "campanhas" e "correntes" das igrejas neopentecostais e pentecostais continuam fazendo o maior sucesso.

* E como tem chovido...

* Várias vezes tentei salientar o lado positivo das músicas, notadamente os instrumentistas. E realmente foram muitas levadas de baixo, muitos solos de violão ou guitarra, solos de percussão e vozes bonitas que apareceram. Pena que isso não se traduz em melodias belas e, quando isso acontece, as letras são muito superficiais, quando não são baboseiras mesmo. Os bons músicos (que são muitos!) estão subaproveitados. Não sei se, por eu ser músico e conseqüentemente ter uma percepção musical mais aguçada que o cidadão comum, isso influencia tanto...

* Mais chuva...

* Repito que a música evangélica brasileira cuspiu, aliás, vomitou no prato em que comeu. Deu uma banana para seus pioneiros.

* As rádios não tocam produções independentes. Sem chance.

* Não cheguei a ouvir a terceira rádio evangélica de BH, que é da Univer$al, talvez porque distorcesse muito o universo amostral do estudo, principalmente no teor das pregações.

* Meu período de recuperação começou escutando o "Eram Doze", do quarteto Guilherme Kerr, João Alexandre, Jorge Rehder e Jorge Camargo, com participações de outros músicos talentosos nos arranjos. Pretendo ouvir outras coisas do mesmo nível, e voltar a tocar meu repertório, já que estava só exercitando improviso e técnica.

* Eu sobrevivi. Nem acredito. Ao que tudo indica, minha sanidade também sobreviveu. Existe vida após uma experiência como essa.

* Meus agradecimentos à minha querida esposa Miriam, que agüentou essa barra junto comigo!

* E tem chovido!!!

Fonte http://www.scribd.com/doc/44447/Super-Size-Cospeu?autodown=doc

E como tem chovido, aqui no Sul chove nos templos, nas casas dos cristãos e principalmente nas rádios, principalmente na Sara Brasil, a rádio que é "pura un$ão" você foi muito corajoso Renato.

26/01/2009

O Urim / Tumim




I ching e Urim e tumim



Paz, reverendo Caio!


Sei que o assunto não é nem de longe mais importante que os inúmeros casos que o senhor tem que atender. Mas... acontece que tenho uma dúvida e essa me parece insolúvel, e se puder ajudar ficarei agradecido.

Estudando o I Ching e lecionando psicologia junguiana. Durante uma aula foi levantada a questão dos oráculos. E não demorou muito para que o I Ching fosse colocado no centro da conversa.

Acontece que o mais interessante foi que me lembrei que o Velho Testamento relata também o uso de uma espécie de oráculo dos judeus: o chamado Urim e Tumim!

Eles seriam uma versão ocidental do velho I Ching?

Sei, no entanto, que o Antigo Testamento é sombra e o que é já veio. Mas, o uso que os sacerdotes faziam deste sistema binário não se parecia com o uso do I ching?

O sistema utilizado pelo I ching é binário (Yin e Yang = Fêmea/Macho, Não/Sim, ou qualquer dualidade, luz/treva, Sol/Lua). Com combinações em dois trigramas se desenrola o enredo significativo.

Mas a Cultura Judaica trazia em um par de pedras (uma negra e outra branca) também um sistema binário para obtenção de Oráculos. E relata a Bíblia que Deus dirigindo-se ao rei (acho que Saul) sentenciou àquele rei: - Não darei mais o meu Urim e o meu Tumim. E foi grande a tristeza daquele homem.
Estou seguro quanto á completa obsolescência desse oráculo. Mas o que gostaria de saber é a razão do uso desse sistema binário, que se assemelha a tantos outros utilizados nas religiões pagãs. Deus se utilizou desses mecanismos pagãos para criar um via simbólica com o povo?

Reverendo, sei que essa com certeza nem é questão para o senhor, mas pra mim se tornou, e gostaria de uma orientação, uma vez que os pastores que existem por ai, possuem uma resposta padronizada e idiotizada.

Deus guarde os seus, no amor.
________________________________

Resposta:



Meu mano querido: Graça e Paz!



Para que outros — pois, colarei no site a sua carta — possam entender, eis aqui um link simples para instrução básica de quem precisar saber o que seja I Ching: http://pt.wikipedia.org/wiki/I_Ching

Faz agora oito anos que um amigo, convertido oriundo do Candomblé, e também amante do Taoísmo, deu-me umas aulas e até me escreveu uma cartilha particular para o uso do I Ching.

Meu interesse à época era todo estimulado pelo estudo que estava fazendo de arquétipos coletivos; e, meu amigo, a quem eu havia batizado, me perguntou se eu não gostaria de entender melhor o I Ching; o que aceitei com rapidez.

Porém, antes de tudo, vamos à sua questão:

Teria Deus usado mecanismos simbólicos e pagãos a fim de ter uma via de comunicação orácular com Israel?

Ora, eu creio é que tais vias são mecanismos humano/divinos de ajuda à mente em dúvida.

E mais:

Em Israel essa via foi ficando obsoleta, mesmo no Antigo Testamento, em razão de que o Verbo, a Palavra como revelação profética, foi crescendo...

Depois do rei Saul não mais se faz alusões ao uso Real do Urim e Tumim. Usava-se o mecanismo nos ritos sacerdotais, no Templo, quando havia Templo, o que nem sempre aconteceu em Israel.

O crescimento da Palavra como revelação, e as freqüentes destruições do Templo — aniquilaram gradualmente o uso sacerdotal do Urim e do Tumim no serviço do Templo.

Jesus usou o conceito de outro modo, quando disse que o nosso sim seja sim e o nosso não seja não.

Ou seja:

Jesus chamou o Urim e o Tumim para dentro da consciência do crente, fazendo dele uma decisão do entendimento e não mais um sorteio divino sobre o sim e o não.

Ainda:

O fato dos povos da Terra, muitos deles, se utilizarem de sistemas semelhantes, apenas nos mostra duas coisas:

1. A Universal Graça de Deus — a Ordem de Melquizedeque — sempre se manifestou entre todos os homens, e, além disso, nunca deixou quem O buscasse sem uma orientação para a vida; embora, como sempre, os mecanismos ou modos, acabem por se tornar elementos idolátricos e pagãos com o tempo, ou de acordo com a consciência do utilizador do oráculo.

2. Mostra a necessidade do ser humano de ter níveis superiores de decisão para a sua vida quando tudo o que existe é incerteza.


Sobre a comparação entre o Urim e Tumim e o I Ching, penso o seguinte:

O I Ching é muito mais que um Urim e Tumim. Existe o mecanismo binário de escolha de caminhos no I Ching, mas há muito mais que isto.

O sistema do I Ching é binário, mas é um binário relacional, com muitas outras combinações igualmente binárias, e que prometem muito mais definição e detalhe nas decisões do “fiel” do que no Urim e no Tumim, onde tudo era apenas sim e não.

Não havia combinações de encontros binários no Urim e no Tumim, enquanto no I Ching todas as funções binárias se conectam com outras, dependendo do tema, do dia, da semana, do mês, do ano, e das condições de vida do proponente da questão ou da consulta.

Ou seja:

No Urim e Tumim há apenas vá ou não vá, faça ou não faça... algo definido. Já no I Ching há muitos “depende”. Sim! Pois, muitas são as possibilidades de interpretação do sistema, posto que a busca no I Ching também é um tanto horóscopiana.

Assim, pode-se dizer que o I Ching era uma revelação e guia de vida para os chineses desde Confúcio, ao passo que o Urim e o Tumim eram apenas uma placa de sim e não na dúvida de um caminho ou decisão na antiguidade de Israel. No entanto, em Israel, não se propunha o Urim e o Tumim como um condutor da vida, mas, quem sabe, apenas como um facilitador de uma decisão tópica.

As combinações do I Ching, das variáveis que as tabelas do sistema nos mostram, nos breves estudos que fiz, sempre foram boas nos seus conselhos. Mas são conselhos que apenas servem para quem não tem muito mais que bons conselhos. Ou seja: para quem não tem a Palavra da Vida na consciência.

No Urim e no Tumim se vê a realidade do “respeito divino” para com as necessidades psicológicas do homem em um tempo sem Palavra!

E creio que seja assim em todos os lugares, onde quer que algo bom seja verificável.

Afinal, toda boa dádiva, todo dom perfeito, vem do alto, descendo do Pai das Luzes, em Quem não pode haver mudança ou sombra de variação!

Concluindo eu diria que o Urim e o Tumim são símbolos tópicos, enquanto o I Ching é um grande arquétipo universal.

No entanto, ante o Evangelho, ambos os sistemas são coisa do passado!

Hoje o Urim e o Tumim podem estar gravados no coração. E mais: o Evangelho não é um sistema binário como I Ching, mas sim caminho de vida em fé; por cuja realidade a pessoa se torna apta a discernir, pela Palavra de Deus, as nuances mais sutis do caminhar humano, dentro e fora do coração.

Receba meu abraço carinhoso!


Nele, que é o nosso Amém, não o nosso Urim ou Tumim,


Caio
25 de janeiro de 2009
Lago Norte
Brasília
DF


Fonte Site Caio Fábio

23/01/2009

"Não restará pedra sobre pedra!"



Quando o Povo, que se chama pelo Nome de Deus, reconhecer que o TEMPLO agora somos nós, os que crêem, saberão que o lugar da adoração é aqui e agora, e que CONGREGAR não significa comparecer ao "clubinho religioso", mas CONVIVER, COMPARTILHAR, RELACIONAR-SE COM O PRÓXIMO EM AMOR, E QUE ISSO PODE ROLAR EM QUALQUER SITUAÇÃO DA VIDA, VALE NUMA VIAGEM DE TREM, DE ÔNIBUS, DE AVIÃO ETC, VALE NA ESCOLA, NO TRABALHO, EM CASA, COM A VIZINHANÇA.
"EKLÉSIA significa COMUNIDADE, e aqui desejo dizer, COMUNIDADE DOS QUE FORAM CONSOLADOS PELOS EVANGELHOS, PELA BOA NOVA DO REINO, e que, quando se reúne EM NOME DE JESUS, compõe a ASSEMBLÉIA DOS JUSTOS, aonde e quando Jesus prometeu estar, como Cabeça desse CORPO.
No mais, templos de pedra, de mármore ou de qualquer substância que seja, apenas são repetições das Sinagogas, ou de uma vã tentativa de repetir o hábito judaicop de adorar a Deus na Terra Santa, conforme a descrição da história de Filipe e o EUNUCO, em Atos dos Apóstolos.
Afinal de contas, Jesus disse (à mulher Samaritana) que Deus é Espírito, e importa que seus adoradores o adorem EM ESPÍRITO E EM VERDADE, porque são esses que Deus procura, ou seja, aqueles que o adorem em Espírito (Santo, que habita em nós, os que crêem) e em Verdade (Consoante O Verbo, A Palavra, conforme João 1:1 em diante).
Igreja Institucional é apenas engodo, motivação prá arrebanhar ovelhas bobas - Deus diz que o Seu povo padece por falta de conhecimento - Então, que os Kakás da vida continuem a derramar os seus dinherinhos nos bolsos desses mercenários - ELES SE MERECEM - 2TESSALONICENSES 2: 1 em diante.
Comentário postado em um tópico do orkut sobre o desabamento do teto da Igreja Renascer e a campanha da mesma em angariar fundos para a reconstrução do templo.

22/01/2009



Por Leonardo G. Silva – Th.M...


Recentemente abandonei a leitura do livro “A maldição do Cristo Genérico”, de Eugene Peterson, por achá-lo muito prolixo. Confesso que com um título desses, eu esperava um pouco mais do autor.


Contudo, navegando pela internet, achei esse texto no blog Romanos 12, onde nos é apresentado um Jesus genérico, o senhor Gezuz. Apresento abaixo alguns princípios para que você possa identificar que tipo de “cristo” estão pregando na sua igreja:.


JESUS: Aceitava pessoas pobres e ricas, sem tratá-las de forma diferente por este quesito.
GEZUZ: Só abençoa quem deixa a contribuição financeira no seu altar..


JESUS: Ficou irritado ao ver pessoas vendendo coisas no templo e transformando a casa de oração em comércio.
GEZUZ: Adora ver a igreja ser um comércio, pois assim, com o dinheiro, ele pode ter novas filiais de suas empresas-igrejas para mais pessoas conhecerem seu lindo nome: Gezuz!.


JESUS: Não deixava os demônios falarem.
GEZUZ: Adora ver os demônios falar, dar entrevistas e fazer espetáculos para impressionar as pessoas e prendê-las na religião pelo medo..


JESUS: Para ele o amor é muito mais importante do que o dízimo.
GEZUZ: Até entende se você não amar, afinal, a carne é fraca, mas se você não der o dízimo, ele deixa o devorador comer o teu salário..


JESUS: Revelou com detalhes a vida da mulher samaritana.
GEZUZ: Não conhecendo muito bem as coisas, chega numa platéia com mil pessoas e chuta: “Tem 10 aqui com dor de cabeça, 8 com reumatismo, 3 com causa na justiça, 40 desempregados...”.


JESUS: Soprou o Espírito Santo em seus discípulos.
GEZUZ: Só dá o Espírito Santo se você falar meio enrolado e desembolsar uma graninha..



JESUS: Teve medo no jardim do Getsêmani.
GEZUZ: Diz que o medo vem do diabo..


JESUS: Chamou pessoas que usavam a religião como causa de ganho financeiro e status de hipócritas, mentirosas, raças de víboras e filhas do inferno.
GEZUZ: Chama pessoas que usam a religião como causa de ganho financeiro e status para se assentarem no púlpito da igreja e darem uma palavra..



JESUS disse: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus. (lucas 6:20).
GEZUZ disse: bem-aventurados vós que sois ricos, por que pobre ou está em pecado ou precisa de um verdadeiro encontro comigo..


Ora, não há outro salvador a não ser Jesus! (At 4.11-12). Não deixem que te empurrem esse placebo chamado Gezuz goela abaixo; foneticamente parece a mesma coisa, mas quando observamos seus ensinos vemos que ele é muito diferente do nosso Salvador, o Senhor Jesus.
Se o Jesus que estão pregando em sua igreja é o Gezuz, saia fora dela enquanto é tempo. Mas não fique por aí perdido não: procure uma igreja bíblica e cristocêntrica, que pregue a Jesus, e não Gezuz. Eu sei que essas estão escassas, mas posso te garantir que elas ainda existem!.

***Adaptado do blog Romanos 12







21/01/2009

Vulnerabilidade dos crentes

O cenário da igreja evangélica parece não ter conserto. Parece que quando penso que chegamos no fundo do poço sou surpreendido com mais alguns metros p/ descer na lama. É lamentável a tragédia ocorrida no templo da Renascer, mas, é tão triste quanto qualquer outra tragédia.

Talvez os "crentes" sintam uma estranheza ou uma sensação diversa por estarem acostumados a "livramentos" e "milagres". Muitos acostumados - ou programados - a pensar que são "cabeça" e não "cauda", são abalados com um evento como esse que testemunhamos.

Suas mentes moldadas nessa teologia da imunidade entram em "parafuso" quando são despertos para a realidade. Que realidade? Que o Sol brilha para justos e injustos e a tempestade alcança tanto estes como aqueles.

Então onde está, de fato, a diferença para nós cristãos? A diferença não está na manipulação da realidade... nem no mover do "espiritual" em nosso favor no sentido de nos tornar blindados aos infortúnios da vida. O diferencial está - ou deveria - em nossos corações, em nosso caráter como servos e discípulos de Cristo. Que como tais, podem tudo Naquele que os fortalecem. De maneira que, são capazes de suportar pela fé a pobreza, o sofrimento, a tragédia, a injustiça e a escassez... e na mesma Força são capazes de permanecer fortes e fiéis na riqueza, na alegria, no conforto, na justiça e na abundância!

Nota-se então, que o que nos diferencia dos que não são de Cristo, não é como inferimos na realidade, nos eventos aleatórios ou no mundo ao nosso redor, mas como estes nos afetam ou não ao ponto de fazer emergir a transformação que o Evangelho deve produzir em nós.

O acidente com a Renascer só nos mostra que somos tão vulneráveis quanto
todos. E que são em momentos assim que devemos florescer Cristo dentro de nós em humildade e oração.

Fonte Pavablog
http://pavablog.blogspot.com/2009/01/vulnerabilidade-dos-crentes.html

20/01/2009

Rádios evangélicas: eu juro que tentei!




Por José Barbosa Junior


Segue excelente texto de José Barbosa Junior sobre a triste situação da música evangélica aqui no Brasil:

Há cerca de um mês eu mesmo me propus um desafio. Há tempos não parava para ouvir uma rádio evangélica, não que eu não tivesse tempo, eu não tinha mesmo era paciência. Mas fui duro comigo mesmo, e tentei. O que ouvi e percebi nesse desafio é o que passo a narrar neste texto.

Aqui quero abrir parênteses. Na lista de discussão do site no yahoogrupos.com.br, o Renato Fontes escreveu o seu diário de sofrimento ao passar uma semana somente ouvindo rádios evangélicas. Confesso que ele foi mais corajoso que eu. Só agüentei poucas horas... e é sobre isso que quero falar.

Minha primeira conclusão é que estamos passando por um grande deserto. A igreja deve estar passando por um grande período de estiagem, de seca. Só isso pode explicar a quantidade de músicas pedindo chuva. Faz chover, derrama tua chuva, vem com tua nuvem, abre as comportas do céu, derrama a chuva, chuva de avivamento...

Em contrapartida, também fala-se muito de fogo. Quando não é chuva, é fogo. Realmente é fogo ouvir tanta coisa assim. Tinha até uma música (?) falando do “diabo fazendo careta, e o crente com esse fogo faz churrasco de capeta”. Acho que a mesma música ainda falava de “fogo no diabo da cabeça aos pés”. As outras falavam de fogo como algo bom. Não consigo ver isso na linguagem bíblica. Fogo sempre está relacionado a destruição, juízo, etc. Era tanto fogo que, é claro, tinha que ter alguém se derretendo. Pois é exatamente o que diz uma das músicas que ouvi, num super arranjo instrumental, muita animação, uma letra boa até o ponto que fala que “eu vou me derreter...”

Lembrei-me, e não tinha como não lembrar, dos amigos de Daniel, na fornalha... nem um fio de cabelo tostado, inteiros, intactos. Eles não derreteram. Também lembrei de Paulo escrevendo aos Coríntios dizendo que “se alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, manifesta se tornará a obra de cada um, pois o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo FOGO (...) se a obra de alguém se queimar (derreter), sofrerá ele dano.” Bem... eu continuo querendo não ser derretido.

Outra coisa. Alguém pode pedir para os “levitas” pararem de pregar entre as músicas? O pior é que o choro das milhares de “valadões” deu lugar a voz ofegante e “cansada” dos “Quinlans, Sheas e Fernandinhos”. Parece que os camaradas correram uma maratona antes de chegarem ali, então gritam com voz rouca, emocionada, sensual (também, com tanta música falando de beijo, abraço, colo, carinho, etc). E o público delira...

Previsão do tempo na música “gospel”: Se não tiver chuva, o tempo vai ficar nublado. Só isso pra explicar a quantidade de nuvens no céu da música evangélica. As nuvens de glória nem deixam o sol da justiça brilhar, esse é o problema. Aliás, nuvem de glória não, shekiná (esqueci que tudo agora tem que ser em hebraico). Shekiná prali, Shekiná pra lá, nuvem, peso de glória, nuvem carregada. Sai de baixo... vem temporal aí!

Aliás o tempo também está propício a romances. Como tem músicas românticas no nosso meio. Engraçado é que pra não dizerem que fizeram uma música SOMENTE romântica, todas elas têm algo do tipo “Deus quem me deu você”, só pra não admitirem que o que queriam mesmo, no fundo no fundo, era fazer sucesso no meio secular, como cantores românticos. Mas como a qualidade não é lá essas coisas, permanecem no meio “gospel”, pois aqui qualquer porcaria vende (lá também, mas o jabá é mais alto).

Outro lado dessa moeda, e esse eu acho pior, são as músicas românticas-sensuais-eróticas que são dedicadas a “Jesus”. Também, não era de se esperar menos, afinal de contas, com uma NOIVA tão desesperada...

É um tal de “quero teu colo”, “teu carinho”, “quero te beijar, te abraçar”... Mais legal ainda são algumas capas de CD´s com um Jesus “saradão” vindo resgatar a noiva. Aliás, eu gostaria de perguntar uma coisa: Quem seqüestrou a noiva??? A noiva está sendo preparada ou está em cativeiro??? Sim, porque é tanto clamor pro noivo vir resgatar a noiva que eu já nem sei mais o que pensar. E eu pensando que a noiva estava sendo adornada, purificada, preparada para as Bodas do Cordeiro. Que nada! Ela está sob domínio do inimigo, necessitando ser resgatada pela SWAT angelical ao comando do noivo “saradão”.

Aliás, realmente eles pensam que é assim. Só isso pode explicar tantos cânticos pedindo “libertação” e “cura” para os que já foram salvos. E mais uma vez eu aqui, com cara de trouxa, acreditando que a liberdade conquistada na cruz era suficiente, que o sacrifício ÚNICO de Jesus bastou para me libertar. Nada disso! Todo culto eu tenho que clamar: “Vem me libertar”, “Quebra minhas cadeias”, “Enche meu coração vazio”, “Liberta-me Senhor”. E eu pensando que “se, pois, o FILHO vos libertar, VERDADEIRAMENTE SEREIS LIVRES”. Que bobagem a minha...

Bem... na verdade foram poucas horas que consegui essa façanha de ficar ouvindo uma rádio evangélica. Não agüentei nem 6 horas... mais um pouco e eu surtava... e eu não podia surtar, estava trabalhando... sintonizei na MPB FM... e dei graças a Deus pela boa música popular brasileira...

Fonte Sola Gratia http://gracasomente.blogspot.com/2008_09_01_archive.html

REVERENCIA, SILENCIO, ORAÇÕES E SOLIDARIEDADE

Por Carlos Bregantim


De tudo, o que de fato precisa ser reverenciado, lembrado, ja mais esuqecido, são estes nomes relacionados abaixo. Seres humanos que morreram e se feriram neste episódio profundamente lamentavel.

Estes todos e outros tantos estavam debaixo do teto de um prédio utilizado para encontros religiosos. Nove deles tiveram suas historias interrompidas. Seus familiares e amigos terão que conviver com suas ausencias. Os outros terão que equacionar este episodio em suas existencias. Lembrando que ninguem é o mesmo depois de uma tragédia.

Antes de qualquer outra palavra, penso, estes e suas familias e amigos, merecem nossa mais absoluta solidariedade e orações sinceras.

Acima de qualquer outro pensamento ou palavras, registre-se, SERES HUMANOS VALEM MAIS QUE COISAS, SISTEMAS RELIGIOSOS, ESTRUTURAS, ALVARAS, ATIVIDADES, PROJETOS, PROGRAMAS, ETC...

Oremos pra que não sejamos vitimas de nós mesmos e façamos mais vitimas, não levando em conta o cuidado que UMA PESSOA deve merecer a medida que deseje participar de um encontro religioso, um show, um jogo, uma passeata, um comicio, e qualquer atividaade em que haja uma aglomeração de pessoas.

Autoridades, empresarios, lideranças em geral, religiosos ou não, devem ser cada vez mais responsaveis para que episódios comos estes não se repitam.

Contamos sempre com os cuidados divinos que é misericordioso para com todos sem acepção de pessoas, mas, a que sermos tambem cuidadosos sobre o que fazemos ou intencionamos fazer, de modo que ninguem corra riscos de morte.

Orar é preciso. Prudencia e responsabilidade tambem é preciso.

Segue abaixo a relação dos nomes dos que perderam a vida, cujas familias e amigos carecem de nossas orações e compaixãoo. Tambem a relação dos nomes dos que se feriram e de alguns que ainda estão nos hospitais. Oremos por estes e seus familiares.

Oremos tambem por todos os lideres religiosos pra que sejam iluminados e busquem sempre o bem daqueles que os ouvem e se reunem em torno de suas propostas e projetos de fé.

Que o Deus Eterno nos guarde a todos, de modo que, o ser humano que é a alegria do Senhor, seja nossa prioridade, e sendo assim, ninguem se machuque ou morra no corpo, na alma e no espirito.

Graça, paz, consolo, esperança & todo bem a todos, sempre.

Bjs.

Carlos Bregantim

Mortos
• Luiza da Silva, 62 anos
• Ana Lúcia de Souza Menezes, 39 anos.
• Maria Amelia de Almeida, 62 anos
• Acir Alves da Silva, 80 anos
• Maria Elisie dos Santos Nicolau, 52 anos
• Gabriela Lacerda, 15 anos
• Dalva Ferreira de Oliveira, 71 anos
• Silvia Gomes Moreira, 51 anos
• Maria de Lourdes da Silva, 78 anos
Feridos

Hospital das Clínicas
• Cilene Aparecida - transferida para o Instituto de Ortopedia do HC
• Cristina Rodrigues dos Santos - teve ALTA
• Evani Delamares Lima - teve ALTA
• Jade Milene de Queroz Ferreira - teve ALTA
• Maria de Lourdes da Silva - vítima fatal
• Olga Doloso Silva - teve ALTA
• Fábio Jonas de Oliveira - em estado grave

Hospital Ipiranga
• Alex Issa Junior - teve ALTA
• Cilene Galvão dos Santos - teve ALTA
• Daniele Carvalho - teve ALTA
• Elaine Cristina Dias Gomes - teve ALTA
• Ludmila Betta Rocha - teve ALTA
• Nadia Lucia de Souza - teve ALTA
• Nelise (Nilce) Aprima - teve ALTA
• Osmar Inocencia da Silva - teve ALTA
• Sirlene Galvão dos Santos - teve ALTA
• Solange Ap Costa - teve ALTA
• Vivian Maria dos Santos - teve ALTA
• Viviane Meire dos Santos - teve ALTA

Hospital Vergueiro
• Angelina de O. Silva - teve ALTA
• Carmelito Leonardo - teve ALTA
• Evelise Del Corso - Será transferida de hospital - em estado grave
• Gilmar P. da Silva - em estado grave
• Giselma Maria Nascimento - teve ALTA
• Hermínia B. dos Santos - teve ALTA
• Indayane O. de Freitas
• Joselma Maria Nascimento - teve ALTA
• Maria Aparecida Costa - teve ALTA
• Marta Gomes - teve ALTA
• Otilia Batista
• Olga Bernardes - teve ALTA
• Ruth F. da Silva - teve ALTA
• Geneire Ferreira - em estado grave
• Priscila Paiva - teve ALTA
• Divania Souza - teve ALTA

Hospital Cruz Azul
• Adriana Cristina de Oliveira dos Santos - teve ALTA
• Aguinaldo do Espírito Santo Diniz - teve ALTA
• Alcyr Fernando Gomes de Azevedo - teve ALTA
• Ana Paula de Oliveira - teve ALTA
• Antonio Carlos Costa de Oliveira Junior - teve ALTA
• Caique Eleotério - teve ALTA
• Cássia Dias Novakoski - teve ALTA
• Cécia da Hora Alexandrino da Silva - teve ALTA
• Cláudia Mara Oshiro - teve ALTA
• Dalva Haremi Fukusig - teve ALTA
• Débora Lúcia Pereira - teve ALTA
• Felipe Mituyama - teve ALTA
• Francisco Cipriano - teve ALTA
• Heitor Oliveira Santos
• Jemina Rodrigues Custodio - teve ALTA
• Luciana Cristina Prudente de Lima - teve ALTA
• Maria Josefa da Anunciação - teve ALTA
• Mary Selma Valdambrini dos Santos - teve ALTA
• Melquior Custódio Júnior - em estado grave
• Michelle George Barrak - teve ALTA
• Regina Barbosa de Melo Gutierrez - teve ALTA
• Renata Ferreira Merussi - teve ALTA
• Robert Juliano Rodrigues Custódio - teve ALTA
• Rosimeire Maria da Anunciação
• Sara - teve ALTA
• Solange Cristina Eleutério Cipriano - teve ALTA
• Tatiana Cipriano da Silva - teve ALTA
• Thais Alberta Lorena Santana - teve ALTA
• Valter Candido Silva - teve ALTA
• Vanda Divina - teve ALTA
• Josefa Maria da Anunciação
• Debora Lucia Pereira
• Noemi de Melo Alexandre

Hospital São Paulo
• Adriana Eleuterio - 32 anos - passou por cirurgia na perna e passa bem
• Gustavo Gugla Santana - teve ALTA
• Bruna Aparecida Prestes - teve ALTA
• Maria Sonia Nunes - 50 anos - saiu da UTI e está estável
• Douglas Luis da Mata
• Gilvânio Guedes Santos - 50 anos - saiu da UTI e está estável
• Jose de Cavalcante Souza Neto
• Marta Bispo Santos Vilela - em estado grave
• Oscar Akira Tado - ALTA
• Rebeca Martins da Silva - 55 anos - em estado grave
• Roberta Martins da Silva
• Sidneia Mendes Da Silva
• Estefanie Banove de Sá - 9 anos - é o caso mais grave com traumatismo craniano
• Gustavo Cuble (chegou esta manhã)
• Bruno (chegou esta manhã)
• Bruna (chegou esta manhã)
• José Carlos (chegou esta manhã)
• Roberta (chegou esta manhã)
• Sidney (chegou esta manhã)

Hospital Dom Antonio Alvarenga
• Raimunda Sampaio Carvalho - teve alta
• Francisca Cavalcante

Hospital Saboia
• Elisete Guedes Papalargo - recebeu ALTA
• Roseli Aparecida do Prado - recebeu ALTA

Hospital São Camilo
• Elizete Melo Mendonca - teve ALTA
• Kaiky Goncalves da Silva - teve ALTA
• Kauanny Brilhante Mendes Porto - teve ALTA
• Kaue Goncalves da Silva - teve ALTA
• Lucimar Rosana Paparrazo - teve ALTA
• Marines Beijar Veneroso Russo
• Monica Damasceno Bezerra - teve ALTA
• Pryscila Lindseyk Goncalves - teve ALTA
• Rodrigo Aguiar - teve ALTA
• Sheila Rosana de Lima - teve ALTA
• Tauany Julia Ferreira Silva - teve ALTA

Hospital Bandeirantes
• Erica Mello - recebeu ALTA

Hospital Santa Helena
• Guilherme Scheidt - recebeu ALTA

Hospital da Glória
• Gabriel Monteiro da Silva Neto

Santa Casa
• Benezinha Paula Santos - teve ALTA
• Eduardo Alonso Gutierrez - teve ALTA
• Regina Barbosa Melo Gutemberg
• Renize Nil - teve ALTA

Hospital São Luís
• Andrea de Arruda Beltrão - recebeu ALTA
• Etiene Barraqui - recebeu ALTA

Hospital Vila Alpina
• Adenilson Borges de Barros

Hospital Alvorada
• Gabriel Romao da Silva - transferido do Hospital São Paulo, passou por uma cirurgia no braço

Igreja usa mídia própria para falar em 'milagre'

Foto Portal Terra

Agencia Estado - 20/1/2009 8:05


A Igreja Renascer utilizou ontem toda a sua estrutura de comunicação - rádio, TV e portal - para se defender das acusações de negligência no desabamento de anteontem e atribuir a um "milagre" não terem ocorrido mais mortes do que as nove registradas. Uma mensagem do comando dizia que a Renascer estava "estarrecida e chocada" com o ocorrido.


Na maior parte do tempo, porém, a tragédia foi ignorada nas emissoras da entidade. "Venha estar conosco nas Igrejas Renascer em Cristo, que continuam com suas atividades normais." Na internet, pastores e seguidores da Renascer afirmaram que o acidente ocorreu porque "Deus sabe o que faz" e que "tudo estava sob controle absoluto de Deus".


"Vamos agradecer a Ele esse grande livramento: se o teto tivesse caído na hora do culto, agora poderíamos contar mais de 500 mortos. Louvemos a Deus", dizia uma mensagem no site da Igreja.


Contrastando com o clima de consternação geral, um pastor disse no início da tarde de ontem, na Rádio Gospel FM (emissora da Renascer), que a segunda-feira era um dia de "muitas vitórias e milagres", apesar do ocorrido.


As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Fonte Notícias MSN


Bah! Agora a culpa é de Deus - É muita cara de pau.


Desabamento na Renascer (2)

Maria Manso, da Rede Globo; Heloísa Gomide, da Globonews; Sílvia Damasceno, da Record; Daniel Lian e Francisco Palitos, da Jovem Pan. Estes foram alguns dos profissionais agredidos por grupo de fiéis da Igreja Renascer em Cristo que, descontrolados pelo desabamento da sua sede mundial, na Avenida Lins de Vasconcelos, no Cambuci, tentavam impedir a cobertura da mídia.

“Fomos um dos primeiros a chegar (equipe da Rede Globo). Maria (Manso) estava relatando o incidente quando nós (repórter César Menezes e equipe) estávamos buscando uma casa para narrar, de cima, o desabamento. Fiquei sabendo que estavam batendo, dando soco na Maria e vim correndo. Quatro homens fizeram uma roda e deram socos nela. Gritavam que não queriam a mídia lá”, relata o jornalista da TV Globo.

Maria Manso ficou “chocada”, conta César Menezes. A equipe da Globo ficou tão receosa que começou a fazer as entradas, para o Fantástico, a quatro quarteirões do incidente. Heloísa e Sílvia contam que também foram empurradas.

A população se estendia a sete quarteirões ao redor da Igreja Renascer por volta das 19h, quando a equipe de resgate tentava realizar seu trabalho. Havia muitos populares; os quarteirões estavam lotados; as lojas fechadas. Fiéis da Igreja se dividiam em modos de ação. Alguns clamavam a Jesus para que os "maus-elementos", que não estavam lá na hora do resgate de boa-fé, fossem embora e deixassem a equipe dos Bombeiros e enfermeiros trabalharem.

Muitos foram convocados para ajudar, levando água para quem estava trabalhando e consolando fiéis que tinham vítimas no local. Outros, com medo de que a imprensa fizesse um trabalho "contra" a Igreja Renascer, agrediram os jornalistas como método de prevenção. Vira-e-mexe, um grupo de cerca de dez pessoas ultrapassava o cordão de isolamento da Polícia Militar e tentava fazer um cordão humano na frente da igreja como forma de manifestação da fé e, também, numa clara oposição aos jornalistas.

Marcelo Moreira, da TV Bandeirantes, apesar de não ser agredido, bateu boca com os fiéis, buscando defender o seu trabalho. Pedia, insistentemente, para que a polícia retirasse aqueles fiéis e era prontamente atendido. Conta à reportagem que o jornalista free-lancer Paulo Teixeira também foi agredido e teve sua câmera roubada.

Daniel Lian, repórter da Jovem Pan, passou o pão que o diabo amassou. Foi um dos primeiros do veículo rádio a chegar. “Eu tomei tapa. Um fiel desligou meu telefone”, conta Lian. O técnico de áudio e externas Francisco Palitos, ao tentar ultrapassar o cordão de isolamento com os equipamentos de áudio, também levou. “Levei soco, cotovelada, empurrão”.

O que pensa a população sobre a mídia?

O fato é que, no meio de tanta gente, para um seleto grupo de fiéis da Igreja Renascer a imprensa não era bem-vista, era odiada. A repórter do Comunique-se tenta falar com um grupo de fiéis. Uma delas atende prontamente. Um casal, contudo, responde agressivamente. “Por favor, nos deixe em paz”. Ao fundo, ouve-se uma voz: “A mídia só noticia; não ajuda nada”. Os fiéis estavam perplexos com o que aconteceu e não sabiam como agir. Muitos lamentavam, outros oravam, outros agrediam.

Desabamento deixa dez mortos

O desabamento do teto da sede mundial da Igreja Renascer deixou dez mortos e 93 feridos. Na hora do incidente, às 18h50, cerca de 400 fiéis estavam na Renascer. Era intervalo de culto. Em 99, segundo o Estadão, o Contru, órgão que regula o uso de imóveis em São Paulo, havia lacrado a sede da Igreja Renascer por problema no teto, que estava corrompido por cupim. Na época, o fundador da Igreja, Estevam Hernandes, disse que o problema havia sido resolvido. Hernandes está nos Estados Unidos, onde cumpre pena por entrar irregularmente US$ 56 mil naquele país.

fonte: Comunique-se (via Pavablog)

19/01/2009

Desabamento na Renascer

Foto Portal Terra






Por Flávio Siqueira


Minha primeira rádio era da Renascer.


Em 1991 não existia “carnê Gideão”, “apóstolo” ou “bispa”.


Não tinha “ano apostólico”, nem “espada” por nada.


Naquela época, eram alguns jovens cabeludos e tatuados que, com suas guitarras e baterias, faziam um som diferente e contestador : “Ser humano, deixa de ser sepulcro caiado” , “Ninguém pode comer vinte pratos por dia, ninguém pode dormir em vinte camas numa noite, tanta gente passando fome e a justiça pede sua cabeça”, “Aonde está a honra dos orgulhosos ? A sabedoria mora com gente humilde, liberdade…”

A Imprensa Gospel veio com esse espírito. Foi uma revolução.


Apesar de sua programação não preencher toda a grade da rádio Imprensa em São Paulo, aquelas doze ou dezesseis horas iniciais eram suficientes para arregimentar um enorme contingente de ouvintes e voluntários.

Aos dezesseis anos eu era um deles.


Procurei o Estevam e a Sonia com a expectativa de um adolescente que sonha em mudar o mundo.


Não tinha experiência, nunca tinha trabalhado, de modo que só me restava o voluntariado.


Durante três anos, convivi com muita gente, e aprendi muito.


Gostava de transmitir as “reuniões de segunda feira” onde a Renascer da Lins de Vasconcelos virava literalmente uma casa de shows.


Era engraçado ver jovens metaleiros dividindo espaço com punks e “bleianas” de “saião e cabelão”.


Todos se sentavam no chão, as luzes eram apagadas e as bandas tocavam debaixo de refletores coloridos. No fim, um sujeito barrigudo, de tênis e camiseta subia ao palco e falava coisas do tipo ” você acha que uma picada te faz viajar ? experimente ficar sóbrio e começar a se cuidar. Existem viagens muito melhores”


Todos aplaudiam e muitos se sensibilizavam.


Mas com o tempo o sujeito barrigudo trocou o tênis pelo sapato caro, as camisetas por ternos bem cortados, os jovens que o acompanhavam por seguranças armados, sua santana quantum velha por uma BMW ganha de modo esquisito, seu velho sobrado no Cambuci por uma casa bem melhor.
Seu discurso foi mudando, suas preocupações pareciam diferentes, as “reuniões de segunda feira”, viraram “reunião de empresários”.


A atmosfera de alegria e libedade cedeu lugar a tensão.


Entre os jovens, uns resolveram ir embora, outros viraram “bispos”, deputados…



Em 1993, entre os dezoito e dezenove anos, achei melhor seguir em outra direção.


Minha saída foi dificil, recebi muitas críticas, mas sempre estive certo que aquele caminho não era o meu.


De longe acompanhei com tristeza todas as mundanças.


Vi o jovem que falava sobre as “picadas” sendo preso com diheiro ilegal, sua esposa cabeludona e sorridente virando socialite e depois indo para cadeia, ouvi histórias tristes, soube de muita coisa.


Ontem, ao ligar a TV, vi aquilo tudo desabar.



A sede das reuniões dos jovens cabeludos virou “sede mundial” e a sede mundial desabou, matando oito pessoas e ferindo outras tanto.


Muito triste ver famílias debaixo de escombros e o desespero de familiares e amigos do lado de fora sem saber onde estavam os seus.


O que era para ser bom, virou tragédia.


Fico pensando nos que estavam lá e viram o teto cair sobre suas cabeças sem saber o que estava acontecendo.


Ninguém sabe o que houve e as responsabilidades serão apuradas.


Ainda que por meio segundo, cogitei se esse desastre poderia desimpedir os olhos.


Que a tragédia encontrasse significado em um repensar de caminhos e fizesse com que as coisas fossem diferentes.


Mas durou pouco.


Lembrei que alí já houve outras tragédias - menores, reconheço- mas que só fizeram com que os seguidores falassem em espada e os lideres virassem martires.


Como tudo, tenho medo que a dor e o luto vire moeda e sejam capitalizados.


“Carnê da reconstrução”, depois de mais uma “perseguição” do “inimigo”.


Multidões de mãos dadas, não para prestarem solidariedade as famílias enlutadas e partidas ao meio, mas para “contribuirem” cada vez mais.


Costumo dizer que podemos dar significado as tragédias e, por mais doloridas que sejam, delas tirar lições.


Tenho minhas duvidas se será o caso.


Resta aqui meu profundo lamento, esperando que as famílias sejam amparadas e que os internados fiquem bem.


Daqui a pouco tudo passará, as pessoas esquecerão os que se foram e o discurso triunfalista dominará.


Que a gente possa olhar para essa história com o sentimento de que não temos o controle sobre nada e , ainda que possamos nos esconder atrás de impérios, em uma hora eles podem desabar.


Hoje estamos aqui, amanhã quem saberá ?


Enquanto isso, que possamos andar com a paz de quem faz seu caminho consciente, sabendo que, mais do que tudo, vale aquilo que somos.


Nunca mais tive contato com o jovem barrigudo e sua esposa cabeluda.


Ainda que as vezes os veja em páginas de jornais, não são mais os mesmos.


Sinto pena do que viraram e torço para que se reencontrem.


Tragédia é sempre dificil e inexplicável. Que as familias possam se refazer e os feridos se curarem.


Era uma vez um lugar onde jovens se reuniam para contestar, e ouvir boas palavras, onde os metaleiros e as meninas de saião e cabelão se igualavam e a atmosfera era de alegria.


Ontem tudo desabou…na verdade, desabou há muito tempo.



Fonte Blog do Flavio Siqueira


http://flaviosiqueira.wordpress.com/

TRAGÉDIA e ACIDENTE: gente ficou ferida e outros morreram!




Por Caio Fábio


Uma tragédia acontecera. Pilatos misturara o sangue de alguns Galileus com o sangue dos sacrifícios que eles ofereciam em seu culto fora de lugar, fora do Templo de Jerusalém.

Outra tragédia aconteceu logo depois. A torre do Tanque de Siloé desabou e matou as 18 pessoas que lá estavam.

Jesus estava andando pelo país...

Então, chegaram as notícias.

“O Senhor soube? Soube o que Pilatos fez? Soube o que houve com os crentes na torre que caiu?”

Eles queriam um juízo, uma explicação, uma condenação, uma lógica moral. Afinal, esse negócio de tragédia — pensam os crentes —, é coisa para descrente e para crente em pecado; pois, a teologia dos crentes sempre foi a dos “amigos de Jó”: tragédia é o fruto do pecado; e é sempre juízo de Deus contra o pecador.

Sim! Desse modo pensam sempre os crentes, exceto quando a casa que cai é a deles!

Mas quando a casa cai e a residência é a do descrente ou a do crente “desviado ou em pecado”, então, está tudo explicado!

Jesus, porém, ouviu as insinuações que as “questões” induziam ao pensar, e, sem falar delas, apenas disse:

“Vocês pensam que os Galileus da tragédia eram mais pecadores do que os demais Galileus que não morreram? Ou que aqueles 18 sobre os quais a torre caiu eram mais pecadores do que os demais habitantes de Jerusalém? Em verdade eu digo a vocês não eram. Mas se vocês não se arrependerem, todos igualmente perecerão”.

Para Jesus telhados que caem são apenas telhados que caem; e podem cair sobre a cabeça de qualquer um. Para cair, basta estar no alto, e, para matar, basta que haja gente em baixo.

No entanto, sabendo como os “crentes das noticias de tragédias” são como pessoas, Jesus apenas disse:

Não é o modo da morte que conta. É o modo da vida que conta. Se vocês continuarem a viver assim, morrendo, sem Deus, porém cheios de religião, ainda que vocês morram de velhos, todos, todavia, independentemente do modo da morte, perecereis para a eternidade; posto que cuidaram apenas de julgarem os mortos, e não aprenderam a viver a vida dos vivos!

Não importa o modo da morte. Importa sim o modo da vida; pois, se não mudarmos de mente, todos, igualmente, veremos não um céu de gesso, como o da Renascer, cair na nossa cabeça, mas veremos os céus mesmo, desabando sobre nós e sobre nossas incuráveis arrogâncias.

Oro por todos. Por todos mesmo: os acidentados, os feridos, os enlutados, os aflitos...

Oro também para que, não pelo telhado ou pelas mortes, mas pela vida, que os responsáveis espirituais por este povo agora ainda mais perdido e confuso convertam-se à vida que é; e que não é como eles ensinam ao povo que seja; e a prova disso é que os telhados caem e não há ninguém que possa decretar ao contrário.

O convite de Jesus não é para que se pondere sobre as tragédias, mas sim sobre a vida que nunca é trágica, mesmo quando as tragédias se abatem sobre ela.

Sim! Tal vida não julga a Graça de Deus por dinheiro, prosperidade ou sucesso humano; mas, exclusivamente, pelo testemunho de coerência com o Evangelho, ainda que se esteja morrendo a morte mais louca e insana, como a de João Batista, cuja cabeça foi servida em um prato a fim de que Herodes fizesse a corte de uma jovem que ele desejava ‘comer’ como quem come um pedaço de picanha.

Silêncio! O Senhor está no Seu Santo Templo! Cale-se diante Dele toda a Terra!


Nele,


Caio
19 de janeiro de 2009
Lago Norte
Brasília
DF

18/01/2009

Rebanho de tolos - Alysson Amorim

Alysson Amorim

A obediência que liberta finca suas raízes no interior do homem, é tecida com a voz pura do obediente; pura pois não deve haver nessa voz, para que o ato de obediência seja efetivamente libertador, nenhum fonema que não seja de estrita autoria daquele que obedece.

A resposta mecânica a estímulos exteriores não é obediência e sim tolice, pois tem sua raiz não no sujeito que responde – que é nesse caso nada mais que um espelho a refletir cenas exteriores – mas geralmente em estruturas de poder, que dependem invariavelmente desses espelhos indolentes para manter no palco o seu teatro surreal.

Suprimir a autonomia do maior número possível de homens é não apenas a forma mais eficaz para estender e manter um poder como também uma maneira de obstar a salvação, originada de uma resposta autêntica e livre do homem à proposta de Deus.

O problema com a Igreja é que ela tornou-se uma estrutura de poder e com isso fez-se não uma semeadora da mensagem salvífica, mas precisamente o contrário, um sério obstáculo à divulgação dessa boa nova, uma estrutura que reclama espelhos que reflitam seus caprichos.

A tolice, me ensina Bonhoeffer, “não é um defeito de nascença [...] as pessoas são feitas tolas, isto é, deixam-se tornar tolas [...] Talvez seja mais um problema sociológico que psicológico. Ela é uma forma particular de influência das circunstâncias históricas sobre a pessoa.” Mais adiante o teólogo alemão, que sofreu barbaramente com a tolice nacional-socialista, afirma: “Qualquer demonstração exterior mais forte de poder, seja ele político ou religioso, castiga boa parte das pessoas, tornando-as tolas.”

O rebanho está inundado de ovelhas tolas que são reproduzidas em toda sorte de divisão celular, em meioses e mitoses. Na conversa com um tolo, lamenta Bonhoeffer – descrevendo com felicidade ímpar a impressão que se tem ao tentar conversar com um crente convicto – “chega-se a se sentir que não é com ele mesmo que se está tratando, mas com chavões e com palavras de ordem que tomaram conta dele. Ele está fascinado, obcecado, foi maltratado e abusado em seu próprio ser.”

Por viver no tempo e espaço em que viveu, Bonhoeffer sabia que “somente um ato de libertação poderia vencer a tolice” e que “uma libertação interior autêntica, na maioria dos casos, somente será possível depois que tiver ocorrido a libertação exterior. Até que esta aconteça, temos de desistir de todas as tentativas de persuadir o tolo.”

O desconcertante é que se queremos espalhar a boa nova o primeiro passo é tirar de cena a Igreja.

Fonte Blog Alysson Amorin http://amarelofosco.wordpress.com/

"E conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará..." Não a "verdade" filtrada pelos donos da religião, mas a Verdade absoluta do Cristo meu salvador e redentor de toda a criação, revelado e encarnado nos evangelhos.
A questão é - você vê Jesus através dos óculos da religiosidade ou dos evangelhos? A sua resposta fará uma enorme diferença pricipalmente no quesito classificatório "tolice".

Boa semana - Claudinho (de volta de umas férias curtas).

11/01/2009

DEUS NÃO VIVE ONDE TRABALHO: NO IML!



Dúvidas e medo sobre a fé

Olá Pastor Caio Fábio!Eu sou professor e leciono em vários colégios. Fiquei sabendo a respeito do senhor por intermédio de uma colega de profissão em uma das escolas onde leciono. Foi então que li algumas cartas respondidas no seu portal, fiz um cadastro e resolvi escrever para o senhor. Bem, eu sou uma pessoa muitíssimo complicada. Eu fui policial de necropsia da polícia civil por aproximadamente um ano, e nesse período pude ver todo o resultado da violência humana nas salas e nos corredores do IML (Instituto Médico Legal).

Os colegas mais antigos de profissão costumavam dizer: "... se há um lugar onde Deus definitivamente não está são nos corredores do IML...".

Em um dia de trabalho me deparei com uma criança de uns três anos de idade, sexo masculino, que fora vítima, de acordo com o laudo cadavérico após exame necroscópico, de espancamento seguido de morte por hemorragias internas múltiplas.

Embora fôssemos instruídos para que nunca entrássemos na história de sofrimento da vítima, não podia deixar de passar pela minha cabeça o seguinte questionamento:

"Onde estava Deus nessa hora em que a criança estava sendo agredida e espancada até à morte?"

Devido a esse fato e muitos e muitos outros... Inclusive coisas da minha própria vida que eu vivenciei e experimentei a respeito das pessoas, fui gradativamente perdendo a minha fé. E hoje parece que não me resta mais nada a não ser a minha razão. Será que o senhor poderia me ajudar ?Muitas Felicidades a todos!______________________________________
Resposta:


Meu mano amado: Graça e Paz!


O que dizer então de Deus, que deixou crianças inocentes morrerem enquanto Jesus, Seu Filho, era levado em fuga para o Egito?

Nessas horas todos viram “Deus”! Sim! Todos têm idéia a dar a Deus. É a Síndrome de Jimmy Carrey!

Ora, se é assim, pergunto:

Como “Todo-Poderoso” o que você faria?

Que “soluções” traria ao mundo?

Faria o quê? Violaria as leias da Física sempre que alguém fosse fazer mal a alguém?

Sim! A faca entortaria sempre que fosse ser enfiada em alguém. Ou quem sabe o braço do espancador caísse morto quando ele fosse atacar um inocente. Ou, quem sabe, o pênis do estuprador pudesse ter um ataque de candiru e se auto-enfiar no anus do próprio agressor.

O fato, meu irmão, é que ninguém numa hora assim pensa na criança espancada!

Sim! Pois, caso a mesma criança estivesse na esquina, quem de vocês no IML, a levaria para casa para criar?

É tão fácil dar idéias para Deus acerca das coisas que nós, mesmo podendo, não fazemos nada para resolver em vida!

Em horas como essa o nosso egoísmo é tão grande que a gente só pensa em nós mesmos, que vemos a tragédia e ficamos sem esperança, ou nos que ficam sem esperança e injustiçados diante do ocorrido perverso. Entretanto, no fundo, o que fica não é a dor pela criança, mas o choque da brutalidade, a qual, de modo inconsciente, lembra que aquele corpo poderia ser o nosso ou de gente que nós amamos.

Mas e a criança? Foi mal para ela encontrar com o Pai de amor? Foi mal para ela ter sido tirada do inferno para o Paraíso do amor? Foi mal para ela nem ter sabido que teve um corpo mutilado ante ao fato de que ganhou um corpo eterno? Foi mal para ela não mais ter que sofrer os abusos dos homens de modo indefeso?

Foi mal o amor de Deus por ela, que a tirou do poder das maldades dos homens? Foi má a alegria de Deus ao acolher mais um de Seus santinhos?

Sua reação é como a de um habitante do inferno que fica muito triste com Deus por Ele tirar de lá tanta gente boa!

“Preciosa é aos olhos do Senhor a morte de Seus santos!”

Sabe o que falta a você?

Consciência e alegria na vida que é!

Meu irmão, se meu corpo chegar a algum IML todo lacerado e arrebentando, não sinta nada, pois, de fato, aquele corpo é de morte, e se não morre hoje, morrerá amanhã, mas certamente morrerá.

Sim! Poderá não ser lacerado por homens, mas, sem duvidas, será banquete de vermes!

Mas e daí?

Meu irmão, você escreveu para um homem que já perdeu muito, segundo os homens, que já sofreu muitas dores, segundo os homens, e que já sentiu quase todos os sentimentos desta vida, segundo os homens — e que, apesar disso, não tem perguntas filosóficas a fazer a Deus.

Há quase cinco anos meus filhos e minha mulher não quiseram que eu visse o corpo atropelado de meu filho Lukas, pois, não queriam que eu visse o estado de deformidade inicial no qual o atropelamento deixou o seu corpo de 22 anos.

Eu, no entanto, nunca gastei cinco minutos para pensar no que o atropelamento fez a ele, embora, todos os dias, eu imagine, ainda que de modo pobre [pelas minhas limitações], a Glória que hoje o veste em eternidade!

O que falta a você é uma fé que seja fé, segundo o Evangelho; pois, a fé que você tem é segundo a “igreja triunfalista e mentirosa”, a qual vive de sua propaganda enganosa, vendendo Seguro de Vida e contra Acidentes aos crentes incautos.

Alguém lembra de Jesus dizendo:

“Meu Pai! Puxa Vida! Por que Pilatos tinha que misturar o sangue dos Galileus com os sacrifícios que eles ofereciam?”

Ou ainda:

“Pô, Pai! Por que aqueles dezoito homens que visitavam a Torre de Siloé tiveram que estar lá justamente na hora em que a Torre caiu?”

Sim! Você escreveu para um homem não ter perguntas e, por isto, não tem respostas humanas, visto que, para mim, a resposta não é a longevidade na Terra, mas a segurança na eternidade.

Sou um alienado? Não! Apenas sou coerente com o que Jesus ensinou e com o modo silencioso com o qual Ele tratou de todas essas coisas.

Sim! Ele nada disse, embora, muitas vezes, tenha salvado a muitos, enquanto andava entre nós.

Entretanto, quando Ele quis ilustrar o amor, a imagem escolhida foi a do absurdo e a do casuísmo de um assalto na baixada para Jericó. E mais: na “história” Ele não impediu o assalto. Sim! Não enviou anjos e nem exércitos. E qual foi a “solução” de Jesus? Ora, foi fazer um homem de amor passar, ver e agir.

A resposta de Jesus às calamidades deste mundo é o amor de todos os Samaritanos Gente Boa de Deus!

Em horas como essa não se deve fazer perguntas a Deus, mas apenas a nós mesmos; tipo: O que eu posso fazer para ajudar quem está vivo?

Sua fé, aparentemente, era o produto evangélico de crença mágica, e que, aparentemente, se tornou “cristã” sem levar em consideração que somos discípulos de uma fé que não liga para a morte [que já foi vencida e que não mata mais], não se espanta com catástrofes e não demanda de Deus que no mundo não haja aflições.

E mais: esquecemos tudo o que Jesus disse que poderia acontecer aos discípulos, tanto como perseguição dos homens, como também no que tange a todo tipo de violências que poderíamos sofrer.

Releia os Evangelhos e veja se você encontra alguma promessa de suspensão do mundo real apenas porque alguém disse que crê em Jesus.

Meu irmão, se o precursor de Jesus teve a cabeça cortada porque causa dos meneios de uma bunda jovem, a de Salomé, e da cobiça de um rei semi-brocha, Herodes; e se o Messias foi morto de modo estuprado de violências impensáveis... — por que você alimenta as ilusões de que nesta vida o amor de Deus pode ser medido pela ausência de dor e de maldades?

Largue essa fé de crenças mágicas e entre de cabeça no sentido do Evangelho, onde aprendemos que a morte já não mata mais ninguém, especialmente crianças inocentes, cujas faces são vistas de dia e de noite pelos anjos de Deus, conforme Jesus garante no Evangelho.

O mais, mano, só mesmo você escrevendo para Deus, ou, se quiser simplificar, apenas crendo Nele!


Receba meu abraço!

Procure um grupo do Caminho em sua cidade a fim de se congregar sem falsas expectativas sobre a existência.

Ah! Um problema:

O corpo de Jesus sumiu do IML de Jerusalém!


Um beijo!


Nele, que ainda demorou mais dois dias antes de se mover na direção da casa de Lázaro, o amigo que morria,


Caio
30 de dezembro de 2008