07/10/2009

Para que outros possam viver

Juliano Son, ministério Livres para Adorar

Transcrição C. L. Costa
Texto base: 2 Coríntios 4:1-18


Para que outros possam viver vale à pena morrer. Nas palavras de II Coríntios, capítulo 4, para que outros possam viver, não apenas vale à pena morrer, como, deve-se morrer. Para que outros possam viver, deve-se. É necessário morrer para que haja vida. Trazendo sempre em nosso corpo o morrer de Jesus para que a vida de Jesus também seja revelada em nosso corpo. Pois nós que estamos vivos somos sempre entregues a morte por amor a Jesus para que sua vida também se manifeste em nós de modo que, em nós, atua a morte para que em vocês e em outros atue a vida.

Assim como a semente que não morre não germina e é incapaz de gerar frutos, aquele que não morre é incapaz de gerar vida. Se não fosse o sangue do cordeiro; se não fosse o sangue de todos os mártires que vieram antes de nós; se não fossem aqueles que vivem como se não pertencessem a este mundo; não seriamos conhecedores das boas novas da vida.

Mas se as coisas são assim, se isso é a verdade, se isso reflete a realidade, se o Senhor teve toda a intenção de dizer exatamente o que ele disse, por que é então que não morremos? Por que é então que o mundo está cansado de ver uma igreja que deveria carregar a mensagem da morte, mas não carrega? E não carrega é porque ela mesma se recusa a morrer. E se a ordem é essa por que é então que não vemos mais vida sendo geradas; nações sendo alcançado em meio à voluntária entrega da vida por parte daqueles que dizem ser cristãos? Por quê?

Porque existe algo de muito errado em nosso meio que chamamos de evangelho do reino de Deus. O evangelho do reino de Deus e não o evangelho dos homens para os homens; não o evangelho do reino desta terra para esta terra; não o evangelho do seu reino para você mesmo para seu beneficio; mas o evangelho do reino de Deus para o beneficio de Deus.

Existe algo de muito errado porque estamos confundindo o evangelho do reino de Deus que é para Deus com outros evangelhos e o povo por falta de líderes que preguem o que o povo precisa ouvir e não o que o povo quer ouvir, o povo está adorando outros bezerros de ouro. E o grande bezerro de ouro dos nossos dias é a “benção”, é a “vitória”, é a “conquista”. É o bezerro da prosperidade: é a minha saúde, é o meu bem estar, é o meu conforto, é a minha necessidade, é o meu reino, é a minha vida.

Sete passos para alcançar a bênção aqui; quarenta dias do jejum da vitoria ali; doze maneiras para ser prospero um pouco mais adiante; e trezentas e dezoitos formas para você fazer com que Deus faça aquilo que você quer que ele faça. Não importa se ele queira fazer ou não. Porque afinal o modelo de Jesus: “não seja feita a minha vontade, mas a sua”; serve para Jesus, serve para o filho de Deus, não serve para mim, não serve para a igreja.

Quantos já foram a uma campanha que dizia: “campanha do negue-se a si mesmo”, “campanha dos três passos para morrer”, ou “campanha das sete maneiras de amar o meu próximo como a si mesmo”, ou “campanha de quarenta dias de jejum para que eu possa carregar a minha cruz”. Não? Nunca foi? Por que não?

“Ora, porque o importante não é isso. O importante é ter o carro do ano. O importante é ser abençoado e mostrar o quão abençoado sou, eu preciso mostrar... Porque afinal de contas se ando de carro importado é porque Deus me deu. Porque é muito obvio que Deus está muito mais preocupado com meu ego. Eu sou tão espiritual e abençoado que é muito óbvio pra mim, e é muito óbvio só pra mim; que Deus está mais preocupado em colocar dinheiro em minhas mãos para que eu possa comprar coisas caras e tolas do que estar preocupado em colocar recursos sobre os meus cuidados para que eu possa de alguma maneira aliviar a dor dos aflitos. Porque Deus é tão bom para mim, ele é tão sábio e misericordioso, que prefere que eu compre para mim o meu centésimo par de sapatos. Ele prefere que eu faça isso mais que comprar algumas marmitas para dar de comer as crianças de rua. Porque o importante é encher o meu celeiro até onde der. O importante é o meu reino, é a minha justiça.”

“Eu trabalhei, eu suei... Não, não, não... não foi Deus quem me deu, não foi Deus quem me abençoou. Fui eu quem ganhou. É justo, eu trabalhei é meu! Porque o importante é viver como se não houvesse morte. E Deus que me livre de pensar em morte. Coisa negativa não é de Deus. O importante é eu viver como se não houvesse morte para que quando minha hora chegar eu venha morrer como alguém que nunca quis viver.”

Porque está escrito na palavra de Deus em Marcos capítulo 8:31-38 e Mateus 16:21-28:

“E começou a ensinar-lhes que importava que o Filho do homem padecesse muito, e que fosse rejeitado pelos anciãos e príncipes dos sacerdotes, e pelos escribas, e que fosse morto, mas que depois de três dias ressuscitaria. E dizia abertamente estas palavras. E Pedro o tomou à parte, e começou a repreendê-lo.” (vs. 31, 32)

Vejam, desde o inicio a igreja se escandalizou com a mensagem da morte!

“Mas ele, virando-se, e olhando para os seus discípulos, repreendeu a Pedro, dizendo: Retira-te de diante de mim, Satanás; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas as que são dos homens. E chamando a si a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me.” (vs. 33, 34)

Se quiser, se alguém quiser...

“Porque qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas, qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará. Pois, que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma? Ou, que daria o homem pelo resgate da sua alma? Porquanto, qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai, com os santos anjos.” (vs. 35-38)

Quem fizer de tudo para garantir a sua vida neste mundo não merecerá a vida no outro. E quem fizer de tudo para garantir a sua vida no outro mundo, perderá a sua vida neste. Perderá o controle de sua vida neste mundo. Quem viver de olho nos tesouros deste mundo receberá somente aquilo que este mundo é capaz de dar, mas quem viver com os olhos fixos no tesouro eterno, este receberá aquilo que a eternidade tem para dar.

Entendam algo, sabem por que existem religiosos fanáticos que se matam, que se suicidam, que dão sua vida para ser destruída? Porque eles estão pensando na eternidade, estão de olho na eternidade. E sabe por que você se recusa a negar a si mesmo e entregar o controle de sua vida a Deus? Porque você está pensando demais nesta vida. E mais, sabe por que estes fanáticos acabam dando suas vidas? Porque eles passaram a vida toda ouvindo de seus mestres que morrer é algo valioso, bom, nobre e honroso. Que morrer gera vida.

Mas, e a igreja? Onde está a igreja? Onde está a voz profética? Onde estão os que pregam a verdade? Onde estão os que pregam: morram! Onde estão os mestres de Deus a gritar: morram!... Pra viver, morram! Por amor a Cristo, morram! Por amar a Deus acima de tudo, morram! Onde estão?

Por que os missionários Moravianos se vendiam como escravos para poderem pregar aos escravos? Porque alguém os ensinou que essa vida não vale a pena ser vivida se não for vivida para Deus. Porque alguém os ensinou que para que outros pudessem viver valia à pena morrer.

Enquanto muitos parecem estar fascinados demais com mestres que pregam apenas vida nesta vida. Mestres que destorcem o significado de vida em abundancia. Apesar disso existem alguns remanescentes que se recusam a se prostrar diante dos bezerros de ouro. Existem ainda alguns que se permitem ser afligidos por amor a Cristo. Alguns que entenderam a voz do Espírito de Cristo, do Cristo que deu o exemplo a ser seguido não apenas em vida, mas na morte de cruz e são capazes de dizer: já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim!

Amados, a vida é para os que crêem e os que crêem não devem ter medo da morte. Quem tem medo da morte não crê e quem não crê não viverá. A morte é o maior medidor da fé, os que morrem são os que crêem. E termino com o texto bíblico que está em II Timóteo, capítulo 4, versículos 2 a 4. Diz assim:

Prega a palavra, insta a tempo e fora de tempo, admoesta, repreende, exorta, com toda a longanimidade e ensino. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos; e não só desviaram os ouvidos da verdade, mas se voltarão às fábulas.

Preferindo acreditar nas mentiras de finais felizes. Que este não seja você para a gloria de Cristo Jesus. Amem!


Fonte: Urro do Leão

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