Certamente você já deve ter ouvido alguém contar alguma história sobre a mãe que doa um órgão para salvar a vida do filho, como um rim ou medula, por exemplo. Provavelmente, se fosse possível, qualquer mãe ou pai, que realmente amasse ao seu filho, seria capaz de dar o próprio coração e a vida para salvá-lo.
Há uma frase muito comum entre as mães, elas dizem assim: “desde que meu filho nasceu minha barriga nunca mais encheu”, apesar da brincadeira, a frase denuncia a preferência natural que qualquer mãe do mundo teria em, possuindo apenas um pão para comer, dar ao filho para saciar sua fome.
Não é muito difícil aceitar ou pensar em sacrifícios desta magnitude, vindo de pais e mães, nosso imaginário está povoado de muitas lembranças com exemplos deste tipo de entrega. A própria lei reconhece que em casos extremos um pai de família ou uma mãe desesperada são capazes de roubar comida para dar aos filhos, este tipo de crime é atenuado pela lei por entender que a motivação é justificada pelo instinto natural de preservação e defesa dos filhos.
Diante da eminente possibilidade de morte, qualquer pai ou mãe do mundo, sendo bons, certamente escolheria preservar a vida do filho do que a sua própria vida.
Por outro lado, imaginando alguém como Fernandinho Beira-mar ou os jovens criminosos que arrastaram o pequeno João Hélio pelas ruas do Rio de Janeiro, certamente é muito fácil pensar em exercer justiça neles prendendo-os numa carceragem pelo resto de suas vidas ou, como é comum em alguns estados norte-americanos, mandá-los para uma cadeira elétrica, câmara de gás ou forca. Alguém mais “animado” com o gosto do sangue vingado poderia sugerir que aos perversos criminosos fosse imputada a mesma ação de crueldade. Condená-los com o mesmo tipo de condenação que eles mesmos aplicaram a quem não merecia tal agressão. Olho por olho, dente por dente. Estupro por estupro, morte por morte.
Na carta aos Romanos, no capítulo 5, o apóstolo Paulo diz que por uma pessoa boa ou querida pode ser que alguém se anime a dar a própria vida para livrá-la da morte, mas Deus prova o seu grande amor pelo fato de Jesus ter se entregue e morrido por nossa causa, sendo nós ainda maus, pecadores, sem merecimento algum.
O fato é que, para nossa surpresa, Jesus deu a vida por Fernandinho Beira-mar sim, pelos jovens que arrastaram o João Hélio, pelo pai que jogou a filha pela janela do prédio, pelo pior, pelo mais malvado dos seres humanos e também por quem se sente bom, por aquele que talvez nunca tenha cometido um crime hediondo, por aquele incapaz de levantar a mão ou a voz contra outra pessoa. Jesus deu a vida por Madre Tereza de Calcutá, por Ghandi e por você também.
Paulo ainda escreve dizendo que todos pecaram. Toda a humanidade, sem distinção, se afastou de Deus por causa dos seus crimes, maldades, perversidades, mentiras e todo tipo de insulto a Deus e sua criação, consciente ou não. Ele diz que não há ninguém que possa se auto intitular justo ou santo, não existe qualquer homem ou mulher nesta terra que possa simplesmente dizer: “eu não tenho pecado algum”.
O fato é que Deus, através de Jesus, ou seja, em si mesmo, perdoou nossas dívidas de pecado se entregando e se sacrificando em nosso lugar. Todo pecado exige um sacrifício para ser quebrado, alguém precisa morrer, derramar sangue, para que a maldição do pecado seja desfeita. Como concessão o sangue dos cordeiros e das aves eram oferecidos nos templos para purificar os pecados daqueles em lugar de quem os inocentes animais morriam, mas agora o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo foi entregue, oferecido no altar de toda a existência humana. Não precisamos mais de outro sangue para limpar pecados, de uma só vez e por todas as vezes, Jesus se entregou e se derramou por todos. Tendo a opção de deixar tudo como estava, por amor, o Justo pagou pelo pecador. O lugar da cruz era meu e seu, quem deveria ter subido lá era você, era eu, era o Beira-mar e nossos filhos, mas Jesus escolheu subir e morrer em lugar de todos.
Ninguém merece o que Deus fez! Não é por sermos bons ou maus que a condenação do pecado e da morte foi eliminada, foi por amor. Por um amor que dificilmente entenderemos, mas que é possível ser experimentado por aqueles que, agora estão e querem continuar em Cristo, em Jesus.
Para alguém que não tenha familiaridade com os escritos judaicos ou cristãos, pode ser que alguns conceitos passem desapercebidos ou sem significado profundo na sua alma. Mas sendo você agnóstico ou não, dando o nome que quiser ao Criador, cultuando-o ou simplesmente ignorando Sua existência, entenda que você é alvo irremediável deste gigantesco e infinito amor. Pode ser que nunca venhamos a descobrir o verdadeiro nome de Deus, pode ser que nunca saibamos que tipo de culto realmente O agrada, podem ser muitas outras questões que fiquem sem resposta para sempre, mas podemos vê-lo em Jesus, podemos falar com Ele e ouvi-Lo através de Seu Espírito.
O Criador não precisa de templos construídos por mãos de homens para ser adorado, não precisa da instituição de alguma religião, não precisa nem de palavras nem de ritos, nem de entendimento para ser recebido ou aceito. Ele simplesmente é o autor da criação, da grande salvação que recebemos sem merecimento algum.
Ele é quem sonda cada pensamento nosso, sabe das profundas intenções escondidas em cada coração humano.
Ninguém merece todo este amor e entrega do próprio Deus, mas teimosamente Ele escolheu nos amar com todas as nossas manias, defeitos, resistências, impedimentos e falta de desculpas. Ele é quem falou sem nojo para o leproso: “quero, fica limpo!”, tocou o morto sem medo de se contaminar e o fez ressuscitar, conversou com pecadores e os amou. Foi perseguido, ofendido, sofreu dores de angústia, foi amaldiçoado, esbofeteado e nos perdoou. Ele é quem disse ao ladrão arrependido, pregado na cruz ao lado: “hoje mesmo estarás comigo no paraíso!”.
É sobre Ele que o apóstolo Paulo afirma: “crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e a tua casa!”. É a respeito dele que está dito e profetizado em toda a existência, imaginário, arquétipo e cultura humana sobre “aquele que viria”, Ele nos resgatou do Império das Trevas e nos transportou para o Reino da Luz, para o Reino do Filho do seu amor, Ele é quem tem o nome que é sobre todo nome, sobre todos os poderes, é diante Dele que, crendo ou não, todo joelho se dobrará!
É Ele quem nos convida, como gente que não merece bem algum, a sermos chamados de filhos amados, resgatados e restaurados. Sim! Sem merecimento, somente pela fé!
Você crê?
O Deus que nos ama sem merecimento algum te abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente!
Fonte: Ovelha Magra
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