10/09/2007

Poder e sucesso, justiça e santidade

Por Jung Mo Sung

A nossa esperança e o nosso testemunho não podem ser fundados na fé em Deus-poder ou na divinização de alguma pessoa, grupo social ou instituição.
A fé cristã nos apresenta um caminho inverso: ao invés da divinização de um ser humano muito poderoso ou de alguma instituição social (como o mercado) ou religiosa – proposta sedutora de muitas religiões e ideologias sociais –, o Evangelho de Jesus nos propõe um Deus que se esvazia do seu poder divino para entrar na história como escravo, e como escravo se assemelhar ao humano (Filipenses 2.6,7).
Deus se revela no esvaziamento do poder para mostrar que o poder e o sucesso não são sinônimos da justiça e da santidade.
Pessoas ou igrejas que se consideram justas e santas porque são ricas e/ou poderosas ou porque têm muito ibope não conhecem a verdade sobre Deus e sobre o ser humano.
Não é a riqueza que lhes dá dignidade e justifica a sua existência; a nossa existência está justificada e nós somos dignos antes da riqueza, poder ou sucesso, pois nós somos justificados pela graça de Deus que se esvaziou do poder porque ama gratuitamente a toda a humanidade e a toda a criação.
Essa fé e esperança podem ser experienciadas quando perseveramos na nossa opção pelos pobres e por uma Igreja mais servidora do Povo de Deus, mesmo quando a contabilidade de nossa luta e a frustração pessoal nos diz que não há mais por que esperar.
No momento em perseveramos somente porque amamos é que podemos testemunhar esta esperança que é a esperança cristã, que nasce da morte na cruz de um Deus encarnado.

Jung Mo Sung é professor no Programa de Pós Graduação em Ciências da Religião da Universidade Metodista de São Paulo e concentra suas pesquisas na relação entre teologia/religião – economia – educação.
Fonte Blog Outra Espiritualidade

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